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81% dos brasileiros estão engajados na luta contra a corrupção

Levantamento também mostra que 83% dos brasileiros consultados acreditam que pessoas comuns podem fazer a diferença na luta contra a corrupção

Corrupção: quantidade expressiva dos entrevistados no Brasil respondeu que denunciaria um ato de corrupção mesmo se tivesse que passar um dia inteiro em um Tribunal (Evaristo Sá/AFP)

Corrupção: quantidade expressiva dos entrevistados no Brasil respondeu que denunciaria um ato de corrupção mesmo se tivesse que passar um dia inteiro em um Tribunal (Evaristo Sá/AFP)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 9 de outubro de 2017 às 12h41.

Última atualização em 9 de outubro de 2017 às 14h50.

São Paulo – De acordo com um levantamento divulgado nesta segunda-feira (9), os brasileiros são os latino-americanos mais propensos a se envolver na luta contra a corrupção.

O estudo Barômetro Global da Corrupção, realizado pela organização não governamental Transparência Internacional, mostra que 81% dos entrevistados no Brasil afirmam que, se testemunhassem um caso de corrupção, se sentiriam pessoalmente obrigados a denunciá-lo.

Ainda segundo a pesquisa, 83% acreditam que pessoas comuns podem fazer a diferença na luta contra a corrupção. Essa é a maior taxa da região (Costa Rica e Paraguai aparecem em seguida, com 82%).

O Barômetro ainda mostra que uma quantidade expressiva dos entrevistados no Brasil respondeu que denunciaria um ato de corrupção mesmo se tivesse que passar um dia inteiro em um tribunal (Brasil 71%; Uruguai 70% e Costa Rica 66%).

Em nota, Bruno Brandão, representante no Brasil da Transparência Internacional, afirmou que os resultados da coleta de dados coincide com o processo de impeachment de Dilma Rousseff, o que pode ter influenciado nas respostas. "De qualquer forma, o desejo da população brasileira de dar um basta à corrupção ficou plenamente demonstrado e pode muito bem ser canalizado a um processo de renovação política em 2018", diz.

Questionados sobre receber propina para ter acesso a serviços públicos, os brasileiros tiveram uma das menores taxas na região: somente 11% dos entrevistados no Brasil disseram ter pagado propina para acessar serviços de saúde, educação, saneamento, polícia, justiça ou emissão de documentos - no México e no Peru, esse índice foi de 51% e 39%, respectivamente.

"Embora a taxa de 11% de entrevistados brasileiros não possa ser considerada baixa (em países com menores índices de corrupção no mundo, esta taxa não passa de 5%), ela é significativamente menor que a média dos países da América Latina e Caribe", ressalta Brandão.

Quanto à percepção de corrupção, 78% também afirmaram acreditar que tenha aumentado nos doze meses anteriores ao levantamento.

O Barômetro Global da Corrupção ouviu 22.302 pessoas acima de 16 anos residentes em 20 países da América Latina e do Caribe, entre maio e dezembro de 2016. A margem de erro estimada foi de 2,8% com nível de confiança de 95%.

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