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1,2 milhão tiveram coronavírus na cidade de SP, diz estudo da prefeitura

Considerando uma população de 12,25 milhões, a prevalência na cidade seria de 9,5%. Os dados ainda preliminares são parte de um inquérito sorológico

 (Eduardo Frazão/Exame)

(Eduardo Frazão/Exame)

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Clara Cerioni

Publicado em 23 de junho de 2020 às 12h54.

Última atualização em 23 de junho de 2020 às 20h35.

Uma pesquisa feita pela prefeitura de São Paulo aponta que quase 1,2 milhão de pessoas já podem ter sido infectadas pelo coronavírus na cidade. Considerando uma população de 12,25 milhões, a prevalência na cidade seria de 9,5%.

Os dados ainda são preliminares e foram apresentados pelo secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, em entrevista coletiva nesta terça-feira, 23.

No último boletim divulgado pela prefeitura, na segunda-feira, 22, a cidade tem 118.708 casos confirmados e 6.422 mortes causadas pela covid-19. Isso significa que, em tese, foram contabilizados oficialmente cerca de um em cada quase dez casos de infecção.

O inquérito sorológico é realizado desde o dia 10 de junho, com o objetivo de identificar o tamanho da pandemia na cidade de São Paulo. O estudo é dividido em 5 etapas e o secretário apresentou a primeira.

"Podemos dizer que há 1,2 milhão de pessoas com anticorpo para a SARS-CoV-2. O inquérito nos apresenta também que de 80% a 85% das pessoas não apresentam sintoma algum", disse Edson Aparecido em entrevista coletiva nesta terça-feira.

Até o dia 21 de junho foram testadas 5.664 pessoas, determinadas por sorteio e distribuídas nas 472 Unidades Básicas de Saúde da cidade. A próxima etapa de testes começa a partir do dia 29 de junho, com o mesmo número de pessoas testadas.

O secretário destacou que o teste feito é o chamado imunocromatográfico que tem uma taxa de confiabilidade de 99%. Ele identifica se a pessoa já teve a doença ou ainda está infectada.

"Com isso, a gente tem uma outra taxa de letalidade da doença. Se antes a gente tinha uma taxa de 26 para cada 1.000 infectados, agora ela cai para 5 a cada 1.000 infectados", disse o secretário.

Estados fazem inquéritos sorológicos

O Espírito Santo e o Rio Grande do Sul realizam testes similares para identificar o tamanho da pandemia do coronavírus. Em uma primeira fase, o estado do sudeste já apontou que o número de casos pode ser até dez vezes maior. Atualmente ele está em mais de 35 mil infectados.

Na pesquisa gaúcha, que começou em abril, a estimativa é ainda pior. Os dados preliminares apontam que a pandemia pode ser 15 vezes maior. O estado tem quase 20 mil casos confirmados da doença.

O estado de São Paulo faz a testagem em massa de alguns grupos mais vulneráveis ao coronavírus. Um projeto piloto testou 70 mil policiais e familiares e mostrou que 1 em cada 5 testados deram positivo. Em uma segunda etapa, que está em andamento, testa profissionais de saúde.

Subnotificações no Brasil

De acordo com um modelo matemático desenvolvido na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais, rodado na semana passada, quando o acumulado estava em torno de 900 mil casos, os números da pandemia são em média nove vezes o notificado, próximo do que foi verificado no inquérito sorológico da cidade de São Paulo.

Isso significa que no Brasil já teriam ocorrido 8 milhões de infecções pelo coronavírus, contando os assintomáticos. Isso representa 4% da população do país.

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