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Colheita de cana-de-açúcar no interior de São Paulo: Tereos vai começar a fabricar biometano em usina de Cruz Alta (SP) (Mauro Zafalon/Folhapress)
Carla Aranha
Publicado em 6 de abril de 2022 às 10h58.
Última atualização em 8 de abril de 2022 às 11h10.
Depois de obter uma certificação para exportar etanol para a Califórnia, nos Estados Unidos, medida essencial para abastecer um dos maiores mercados do mundo, a Tereos deve dar mais um passo importante no que diz respeito à sustentabilidade. Em junho, o grupo francês, um dos maiores produtores de açúcar globais, deve inaugurar uma planta de biogás na unidade em Cruz Alta, no interior de São Paulo, segundo apuração da EXAME.
A empresa pretende utilizar a vinhaça, um dos resíduos da cana-de-açúcar, para fabricar biometano, incrementando o portfólio de energia limpa. A ideia é substituir o diesel pelo biogás para abastecer a frota da companhia.
A empresa já vem realizando investimentos para aumentar o uso de combustíveis renováveis. Na safra passada de cana, cerca de 1.740 gigawatts de energia foram gerados a partir da biomassa de cana, sendo que pelo menos 66% foram comercializados. “Produzir biometano será uma medida importante para expandir o uso de energia limpa e transformar em realidade uma série de medidas de sustentabilidade”, diz Pierre Santoul, CEO da Tereos.
Em março, a companhia obteve um selo verde para poder exportar etanol para a Califórnia, nos Estados Unidos, um dos mais importantes mercados do mundo. Os embarques para a Europa, especialmente em um momento em que os preços do gás natural e do petróleo passam por uma volatidade em função da guerra na Ucrânia e das sanções à Rússia, também estão no radar da empresa. “Estamos nos adaptando rapidamente para suprir a alta da demanda no continente europeu”, afirma Santoul.
Globalmente, a companhia vem registrando avanços importantes. Entre dezembro do ano passado e fevereiro deste ano, houve um aumento de 17% na receita, que chegou a 1,34 bilhão de euros, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Com a alta do preço das commodities, o lucro deu um salto ainda maior. Passou a 223 milhões de euros, em um aumento de 65%. Neste ano, com o cenário geopolítico jogando a cotação de matérias-primas como o açúcar e o milho para cima, os resultados devem ser igualmente positivos.