EXAME Agro

Apoio:

LOGO TIM 500X313

Produção agroindustrial recua 1,2% no 1º semestre, diz FGV Agro

Pesquisa mostra que o setor deve registrar queda de 0,6% neste ano

Agroindústria: PIM teve queda de 5,2% no segmento de produtos não alimentícios (Lucas Ninno/Getty Images)

Agroindústria: PIM teve queda de 5,2% no segmento de produtos não alimentícios (Lucas Ninno/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 21 de agosto de 2023 às 15h43.

Última atualização em 21 de agosto de 2023 às 15h48.

A produção agroindustrial recuou 1,2% no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período do ano passado, mostrou pesquisa mensal sobre a agroindústria da FGV Agro.

Na avaliação da instituição, a queda do Índice de Produção Agroindustrial, chamado de PIM Agro, na primeira metade do ano decorre do recuo de 5,2% no segmento de produtos não alimentícios, o que inclui insumos agropecuários, produtos têxteis e produtos florestais.

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo em primeira mão. Inscreva-se no Telegram da Exame

Em contrapartida, o desempenho do segmento de produtos alimentícios e bebidas foi 2,2% superior na mesma base comparativa.

No segmento de produtos não alimentícios, a redução do indicador foi puxada pela queda em insumos agropecuários (17,2%), produtos têxteis (5,1%) e produtos florestais (4,1%), que foram parcialmente compensados pela alta de 12% no segmento de biocombustíveis e de 2,6% em fumo.

"O desempenho da economia brasileira no segundo trimestre de 2023 foi pior do que nos primeiros três meses do ano, o qual foi beneficiado, sobretudo, pelo bom resultado da agropecuária nacional. A produção agroindustrial, principalmente de produtos não alimentícios, segue o mesmo ritmo da economia brasileira. Com isso, o setor ainda não conseguiu entrar em uma trajetória de crescimento", observou a FGV na pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 21.

A FGV Agro destacou que, apesar da contração da atividade da agroindústria, o setor de alimentos e bebidas mostra "maior resiliência" que a indústria de transformação e a indústria em geral, que recuaram 1,3% e 0,3% no período, respectivamente.

"O setor de produtos alimentícios, por sua vez, teve um primeiro semestre melhor, beneficiado, sobretudo, pela supersafra brasileira e a consequente desaceleração da inflação dos alimentos, o que impactou positivamente a produção desse setor. Assim como a indústria de transformação, a agroindústria conta com condições que impedem uma maior retomada, por exemplo, a elevada taxa de juro e, naturalmente, o elevado patamar de endividamento e inadimplência das famílias", comentou a instituição.

Em junho, o PIM Agro ficou 1,2% menor que maio e 1,1% inferior ao registrado em igual mês do ano passado, segundo a FGV. "Vale ressaltar que a redução da produção da Agroindústria, no mês, foi ligeiramente mais suave do que a observada na Indústria de Transformação, que caiu -1,5%, na mesma base de comparação", ponderou a FGV Agro.

Para o acumulado do ano, a FGV Agro estima queda de 0,6% no PIM Agro em relação a 2022. "Por trás desse cenário, há uma economia dando sinais de desaceleração, após um robusto primeiro trimestre puxado pelo agro, e a apreciação do real", observou a instituição.

No ano, a produção industrial do segmento de produtos não alimentícios deve recuar 4,3%, enquanto o setor de produtos alimentícios e bebidos tende a crescer 2,8%.

"Com o arrefecimento da inflação, o maior aquecimento no mercado de trabalho e com o ciclo de redução dos juros [o que deve reduzir o endividamento e a inadimplência das famílias], a produção de alimentos e bebidas deverá ser favorecida no segundo semestre", prevê a FGV Agro.

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioAgropecuária

Mais de EXAME Agro

Carrefour da França e carne do Mercosul: entenda o que está por trás do boicote

A 'rainha das sementes' do Nordeste: a história por trás de 2 milhões de campos de futebol plantados

Opinião: O crescimento do agronegócio e a demanda por profissionais

'Guerra dos tomates': como o Ceará pode se tornar o maior produtor do fruto do Nordeste