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Abelha em processo de polinização. (foto/Getty Images)
Jornalista freelancer
Publicado em 7 de fevereiro de 2024 às 09h37.
A polinização faz parte do processo de sobrevivência, reprodução e variação genética da maior parte das plantas. Para que o fenômeno aconteça, são necessários que agentes, sejam eles naturais ou insetos, façam parte de toda a fauna envolvida na polinização.
Você sabia que, no Brasil, boa parte da reprodução dos alimentos que consumimos passa pela polinização de insetos? Neste artigo, vamos te contar sobre a importância dos polinizadores, quais os tipos de agentes e sua atuação na manutenção das espécies.
A polinização é a ação de transferência do pólen de uma planta para a outra com o objetivo da reprodução. Isso pode acontecer entre exemplares da mesma espécie ou até de espécies diferentes.
O processo começa com a dispersão de grãos de pólen das anteras de uma flor para o estigma de outra. Mas para compreender como isso funciona, vamos deixar alguns termos claros. Afinal, o que significa estigma e antera?
O estigma é a parte reprodutora feminina de uma planta, a que recebe o pólen vindo das anteras, a parte reprodutora masculina das plantas.
A dispersão destes grãos de pólen vindos das anteras em direção aos estigmas muitas vezes necessitam de um condutor, como os insetos ou, então, a ação natural do vento, fundamentais no desenvolvimento de novas flores e frutos, além da qualidade genética das plantas.
Os principais polinizadores podem ser divididos entre insetos e fatores naturais da Terra. A polinização pode ser feita por meio da água e do vento, mas sua maior incidência é de responsabilidade dos insetos, principalmente as abelhas. Estão na lista outros animais também: pássaros, morcegos, borboletas e besouros.
Um dado extremamente preocupante vem de encontro a resposta da pergunta. Segundo pesquisa divulgada pela Universidade de São Paulo, a USP, até 2050, a população de polinizadores pode ser reduzida em até 13%.
Soma-se à extinção de diversas espécies de abelhas no mundo, sendo a causa da drástica redução nas populações polinizadoras, o crescimento do uso de defensivos agrícolas.
Estima-se que existem cerca de 20.000 espécies de abelhas no mundo, que impactam na polinização mundial e são importantes para garantir a qualidade genética de diversas frutas e frutos.
Segundo a EMBRAPA, em regiões tropicais, abelhas sociais, da espécie Meliponina, Bombina e Apina são as polinizadoras mais presentes. Já no Brasil, em específico, as abelhas sem ferrão (Meliponina) são responsáveis pela polinização de 40 a 90% das espécies de plantas.
A reprodução das plantas gimnospermas e angiospermas ocorre quando há o processo de polinização, e esse processo em questão consiste na transferência do grão de pólen das anteras para os estigmas da planta.
Em gimnospermas, o grão de pólen é levado até os óvulos, enquanto nos angiospermas, a polinização é levada até o estigma da flor.
Entretanto, este fenômeno só é possível devido aos agentes polinizadores, que tem a função de transportar o pólen e garantir a variedade genética em diversas plantas, e consequentemente, sua longevidade enquanto espécie.
As plantas atraem os polinizadores de diferentes formas, desde a sua cor e cheiro, até recompensas a partir do seu pólen, néctar e óleos que podem fazer parte da alimentação desses animais.
A polinização pode ser dividida em dois tipos, a polinização que é feita pela água e vento, chamada de abióticos e a ação feita por animais, pássaros e, principalmente, abelhas, chamada de bióticas.
Em resumo, a polinização biótica é executada a partir da ação de animais e a abiótica é realizada por agentes naturais, como vento e chuva.
Na prática, geralmente é feita a polinização, por meio da água, nas plantas que são aquáticas e, por vento, as plantas que possuem bastante pólen para ser distribuído.
A polinização pelo vento pode ser feita tanto nas angiospermas, quanto nas gimnospermas. Apesar de ser um processo comum na natureza, pode-se dizer que ele não é tão eficaz quanto a polinização por insetos, pois não dá para controlar o vento e as chances de desperdício de pólen durante o voo são grandes.
Mesmo assim, o vento não deixa de ser um agente polinizador superimportante, visto que determinadas plantas dependem exclusivamente dele para sua reprodução.
Já a polinização por insetos é considerada muito eficiente, pois além de fazer a distribuição do pólen de uma planta para a outra, as plantas também “fidelizam” esse inseto, deixando-o atraído pelo cheiro e sua cor, fazendo com que ele volte para uma próxima polinização.
A ação da polinização é imprescindível para a frutificação, reprodução e variação genética das espécies de plantas. Os principais animais que auxiliam nesta ação são as abelhas, morcegos, borboletas, mariposas, entre outros tipos de insetos.
Por isso, existe um trabalho que atua exatamente na preservação das espécies destes animais polinizadores; segundo relatório divulgado pelo Governo Federal, 76% das plantas utilizadas para a produção de alimentos no Brasil são dependentes da polinização realizada por animais.
Ou seja, são agentes fundamentais na natureza que dependem do seu habitat regulado para continuar fazendo o trabalho da polinização.
Já a autopolinização, ocorre quando a própria planta acaba derrubando pólen sobre seu próprio estigma, acontecendo a autofecundação. Mesmo parecendo simples, a autopolinização permite, por exemplo, a variabilidade genética da planta.
Dessa forma, não há necessidade de um agente polinizador, como o vento e os insetos, para contribuir com a distribuição de pólen na planta. É comum encontrar a autopolinização em plantas como algodão e ervilha