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Malásia decide proibir exportação de frango (THEGREENJ/Wikimedia Commons)
Carla Aranha
Publicado em 1 de junho de 2022 às 15h27.
Última atualização em 1 de junho de 2022 às 15h35.
Primeiro, a Índia colocou restrições às exportações de açúcar e a Indonésia baniu os embarques de óleo de palma. Agora, a Malásia implementou um veto à venda externa de frango. O motivo é o mesmo: as iniciativas protecionistas visam conter a inflação, que sobe globalmente com a guerra na Ucrânia e as disrupções nas cadeias de abastecimento causadas pela pandemia. A decisão do governo da Malásia começa a valer a partir desta quarta, dia 1º.
Cerca de 3,6 milhões de aves deixarão de ser exportadas todos os meses, segundo Ismail Sabri Yaakob, primeiro-ministro da Malásia. O objetivo é estabilizar a oferta no mercado interno e conter a alta dos preços — com a alta de commodities como o milho, que serve de ração para os animais, deflagrada pela guerra e impedimentos às exportações de grãos da Ucrânia, a carne de frango e outras fontes de proteína animal ficaram mais caras.
Uma maior oferta doméstica poderá ajudar a reequilibrar o preço pago pelo consumidor nos açougues e supermercados, segundo o governo da Malásia. O país asiático também turbinou um programa de subsídios para produtores de frango.
Em Singapura, no entanto, o efeito deverá ser inverso. Com apenas 730 quilômetros quadrados, o arquipélago de 63 ilhas ao lado da Malásia importa praticamente todos os alimentos que consome. Em relação ao frango, 34% vinham do país vizinho. Outros 49% são importados do Brasil e 12% chegam dos Estados Unidos, segundo o governo de Singapura.
Os consumidores foram orientados a comprar mais frango brasileiro e, caso não seja possível, buscar alternativas como pescados. A ideia pareceu não agradar a todos. Nesta terça, dia 31, Singapura registrou uma corrida aos supermercados para comprar frango. Os preços devem subir.
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