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Flutuação no preço das commodities veio para ficar, diz Cargill

Mundo deve repensar produção e comércio global de suprimentos críticos como grãos, fertilizantes e combustíveis mesmo com fim da guerra na Ucrânia

Transporte marítimo de alimentos: o mundo deve repensar o comércio global de insumos (Getty Images/Getty Images)
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Bloomberg

Publicado em 6 de abril de 2022 às 11h27.

Última atualização em 6 de abril de 2022 às 11h57.

Por Kim Chipman, da Bloomberg

As oscilações bruscas nas commodities, do trigo ao petróleo, vieram para ficar, com cadeias de suprimentos globais sendo reavaliadas após a invasão russa na Ucrânia .

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Isso de acordo com Gregory Broussard, chefe global de comércio financeiro da unidade de gestão de risco do gigante agrícola Cargill.

É provável que o ostracismo econômico da Rússia persista mesmo que aguerratermine, levando o mundo a repensar como suprimentos críticos como grãos, fertilizantes e combustíveis são adquiridos e produzidos, disse Broussard em entrevista à Bloomberg. Países provavelmente começarão a acumular commodities como precaução.

“Vamos sair desta guerra mais apertados no lado da oferta do que entramos”, disse ele. “Quando se começa a aplicar sanções, elas não se dissipam da noite para o dia. Isso tem implicações no roteamento de matérias-primas.”

A necessidade de depender menos de regimes instáveis para commodities ganhou destaque em meio à pior inflação dos EUA em quatro décadas. Também coincide com outro fator de volatilidade—o esforço global parareduziremissões até meados do século, em uma tentativa de evitar mudanças climáticas catastróficas.

“Todo mundo vai avaliar como obtém matérias-primas, se pode de fato produzir essas matérias-primas sem ter de lidar com players como a Rússia”, disse Broussard, que raramente dá entrevistas públicas e conhece os maiores mercados agrícolas em todo o mundo.

Desistir das exportações russas não será fácil. A Rússia é o maior fornecedor de gás natural da União Europeia, respondendo por mais de 40% das importações. É também um dos principais exportadores globais de fertilizantes, que são produzidos com hidrogênio e amônia, vistos também como ingredientes promissores para futuros combustíveis “limpos”.

Governos e empresas estão procurando novas fontes de biocombustíveis, fora do cultivo alimentar, à medida que mais empresas de petróleo procuram produzir diesel ecológico de ingredientes como soja e canola.

“As pessoas estão tentando transformar tudo, de madeira a esterco de vaca, em combustíveis”, disse Broussard. “Todos os tipos de tecnologia estão na mesa para ajudar a responder à pergunta: queremos abrir mão da metade de nossa comida para colocar em nosso carro?”

Como a transição energética vai se desenrolar é uma incógnita, mas no curto prazo, uma coisa é clara, disse Broussard: “Será altamente transformador”.

 

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