Fávaro no Japão: país considera protocolo regional para gripe aviária
Ministro realizou tratativa com autoridades japonesas, que definirão os requisitos para retomar as exportações de frango, embargadas devido à influenza aviária
Redação Exame
Publicado em 28 de julho de 2023 às 17h53.
Última atualização em 29 de julho de 2023 às 22h15.
Em missão no Japão nesta sexta-feira, 28, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu com autoridades do país asiático para tratar sobre o protocolo de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) para as exportações de produto da cadeia avícola para o país.
O Brasil é um dos únicos do mundo a manter o status de livre da IAAP em granjas comerciais conforme o protocolo da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). No entanto, após a detecção de gripe aviária em animais silvestres nos estados do Espírito Santo e Santa Catarina, o Japão decidiu suspender temporariamente as importações dos produtos oriundos destes estados, conforme prevê o protocolo japonês.
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O Brasil é líder nas exportações de frango para o mundo, respondendo por 35% do mercado global. Do total de 2,629 milhões de toneladas exportadas pelo país entre janeiro e junho deste ano, o Japão foi o destino de 219,8 mil toneladas.
"Nesta missão fizemos as tratativas diplomáticas e técnico-sanitárias e estabelecemos, então, um ajuste no protocolo para que essa restrição passe a ser em âmbito municipal”, destacou o ministro Carlos Fávaro. Ele esteve com os ministros da Agricultura, Florestas e Pesca, Tetsuro Nomura, e da Saúde, Trabalho e Bem Estar, Katsunobu Katō, em Tóquio.
Desta forma, as restrições de exportação dos produtos cárneos de frango e ovos ficam limitadas apenas aos municípios onde houver detecção de focos da gripe aviária e não mais o estado todo. A suspensão dura até o cumprimento do protocolo sanitário para que o mercado seja reaberto.
No caso de Santa Catarina, que é o segundo maior exportador de frango do país, o foco em ave de subsistência foi detectado e encerrado, segundo o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Goulart. Entretanto, ele explica que, segundo o protocolo japonês, é necessário aguardar um prazo de 28 dias para enviar o relatório para a análise da autoridade sanitária japonesa a fim de que se possa retomar a exportação.
“O que esperamos é que, com essa sinalização do governo japonês em concordar com a zonificação, possamos fazer isso antes desses 28 dias, aí a restrição passaria a ser aplicada somente a Maracajá, liberando as demais localidades de Santa Catarina”, detalhou Goulart.
Cooperação na ciência
A visita da comissão do Ministério da Agricultura e Pecuária também surtiu efeito na renovação da parceria com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), a qual confirmou o desenvolvimento de mais um projeto em conjunto com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
“A Jica vai trabalhar junto com o Mapa, com o governo do presidente Lula, para reestruturarmos a conversão de pastagens em áreas produtivas”, declarou o ministro Carlos Fávaro. Um dos principais projetos é a recuperação de pastagens de baixa produtividade, que pode dobrar a área de plantio do país.
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Uma comissão da Jica virá ao Brasil em agosto para se reunir com representantes do Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Embrapa para estruturar o projeto de sustentabilidade que pode recuperar até 40 milhões hectares de pastagens de baixa produtividade e com alta aptidão para a agricultura.
A Jica é parceira da Embrapa desde o Programa de Cooperação Nipo-Brasileiro para o Desenvolvimento Agrícola dos Cerrados (Prodecer), instituído em 1979, destinado à cooperação financeira e técnica, para o crescimento e incentivo à produtividade de soja e milho na região.
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