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Em meio à colheita de milho, Mississipi seca e EUA chama o Exército

Kansas, Nebraska, Dakota do Sul e Dakota do Norte, por onde passa um afluente do Mississippi, são os estados mais afetados; governo convoca forças armadas para dragagem de emergência

Seca no rio Mississip: governo convoca forças armadas para dragagem de emergência (Scott Olson/Getty Images/Getty Images)
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AFP

Publicado em 18 de outubro de 2022 às 17h07.

Última atualização em 18 de outubro de 2022 às 17h19.

O volume do rio Mississippi caiu a níveis que não se viam há anos, após um longo período de escassez de chuvas , o que afeta o transporte fluvial para o Golfo do México, uma rota fundamental para a economia e as exportações dos Estados Unidos.

Segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), a profundidade do lendário rio em Memphis, no estado do Tennessee, é a menor desde 2011, quando o serviço começou a divulgar informações sobre essa área.

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Essa situação se deve principalmente à falta de chuva, sobretudo, nos estados de Kansas, Nebraska, Dakota do Sul e Dakota do Norte, por onde passa o rio Missouri, um dos principais afluentes do Mississippi.

A Divisão de Engenheiros do Exército dos EUA realizou operações de dragagem de emergência para permitir a circulação das barcaças.

“É um momento muito difícil com a colheita agora. Realmente é o pior momento possível para que essa grave situação de baixo nível de água aconteça”, lamentou Deb Calhoun, vice-presidente da organização Waterways Council, que promove a gestão de rios, barragens e eclusas.

A colheita de trigo de inverno terminou no início de agosto, e a colheita de milho está a todo vapor, o que aumenta as quantidades a serem transportadas, como ocorre todos os anos.

De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), pelo menos dois terços do grão exportado por via marítima dos Estados Unidos é procedente do Golfo do México, aonde chega principalmente pelo Mississippi.

Uma barca pode transportar o volume equivalente a 15 vagões e 60 semirreboques, relata a American Waterways Operators, que representa o setor.

"Nesta época do ano você costuma ver 40 ou mais barcaças alinhadas, puxadas por um rebocador", comentou Calhoun. "Mas agora são 24 ou 25 de cada vez, dependendo do nível do rio", completa.

"Neste momento, estamos apenas esperando a chuva chegar", desabafou.

Algumas chuvas são esperadas para este fim de semana no Arkansas, Tennessee e Mississippi.

"O baixo nível do rio Mississippi afetará claramente as exportações", alertou Virginia McGathey, do McGathey Commodities Group.

Segundo o USDA, o preço do transporte de commodities agrícolas por barcaça quadruplicou desde o final de agosto.

"Com esses preços, estamos nos excluindo do mercado de exportação", afirmou Michael Zuzolo, da Global Commodity Analytics and Consulting.

Para ele, o milho é particularmente afetado, já que o tráfego de barcaças foi reduzido pela metade.

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