Vacinação contra a covid-19 na cidade de São Paulo: com 75% da população totalmente vacinada, a vida volta quase ao normal na capital paulista (Leandro Fonseca/Exame)
Laura Pancini
Publicado em 18 de novembro de 2021 às 06h00.
Última atualização em 18 de novembro de 2021 às 08h27.
A campanha de vacinação contra o coronavírus no Brasil chega em uma nova fase, e a cidade de São Paulo já está um passo a frente.
Enquanto menores de 12 anos ainda aguardam a aprovação do uso emergencial de vacinas como a da Pfizer pela Anvisa, os maiores de 18 anos em breve serão elegíveis para a terceira dose em todo o país, desde que tenham tomado a última injeção cinco meses antes.
Para os paulistanos, a dose de reforço para maiores de idade já estará disponível a partir desta quinta-feira, 18, seguindo as mesmas regras do Ministério da Saúde. Para o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, a capital terá a possibilidade de acelerar ainda mais o processo de vacinação com a aplicação do reforço.
Estão aptas todas as pessoas que receberam a segunda dose dos imunizantes CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer, até o dia 27 de abril. Já na sexta-feira, 19, será a vez de quem tomou até o dia 17 de junho. A prefeitura espera imunizar 800 mil pessoas com a dose de reforço nestes dois dias — ao todo, 1 milhão de pessoas já tomaram a dose adicional na capital.
“É fundamental ressaltar que apenas com o esquema vacinal completo a população estará protegida. Estamos intensificando a comunicação com as prefeituras e com a população buscando conscientizar sobre a necessidade de completar o esquema vacinal”, destacou Regiane de Paula, Coordenadora do PEI, durante coletiva de imprensa.
No Brasil, a dose de reforço já pode ser aplicada em imunossuprimidos ou idosos, que contam com um sistema imunológico mais fraco e, portanto, tem uma queda ainda maior na proteção da vacina com o passar dos meses. Profissionais de saúde também estão liberados.
Até aqueles que tomaram a dose única da Janssen terão que se vacinar três vezes no total. A regra é que a aplicação da segunda dose seja feita dois meses após a primeira, com possibilidade de dose de reforço cinco meses depois.
Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, há "doses de vacinas suficientes" para abastecer as 38 mil unidades básicas de saúde do País. A previsão da pasta é aplicar o reforço em 103 milhões de pessoas até maio.
Apesar da alta eficácia das vacinas em prevenir mortes — no Brasil, a média de mortes está abaixo de 300 faz duas semanas —, pesquisas científicas até agora indicam que a proteção dos anticorpos cai entre seis meses e um ano.
Isso pode significar que os imunizantes da covid-19 funcionam de maneira semelhante ao do vírus da gripe, que conta com uma campanha anual de vacinação. Mantendo as taxas de proteção altas, o coronavírus irá circular menos e poderá eventualmente se tornar tão inofensivo e comum quanto a gripe.
Por conta da dose de reforço, a idade média dos internados caiu de 69 para 59 anos nas últimas semanas no Brasil, e pesquisas científicas recentes indicam que ela vem se mostrando essencial para pacientes com câncer, por exemplo.
O Ministério da Saúde recomendou que seja administrada preferencialmente a vacina da Pfizer para a dose de reforço. Na falta de Pfizer, Janssen ou AstraZeneca também são recomendadas. Os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro também estão aplicando CoronaVac como dose extra.
A decisão se baseia nos resultados de estudo da Universidade de Oxford, encomendado pela pasta, que mostra que a vacinação heteróloga, isto é, com imunizantes de laboratórios diferentes, aumenta a resposta imune.