Zuckerberg está na pior em Washington, Bruxelas e Paris
Zuckerberg se desculpou ao Parlamento Europeu pelo mal uso dos dados e disse que sua empresa investe em maneiras de controlar as notícias falsas
EXAME Hoje
Publicado em 23 de maio de 2018 às 06h24.
Última atualização em 23 de maio de 2018 às 08h31.
O presidente da rede social Facebook , Mark Zuckerberg , está na Europa, mas passear pelo continente é a última de suas preocupações. Ontem, ele prestou depoimento ao Parlamento Europeu sobre o escândalo do mal uso dos dados de sua plataforma pela empresa britânica Cambridge Analytica; hoje deve ter que dar explicações a Emmanuel Macron, o presidente da França. Macron recebe outros líderes de empresas de tecnologia, na esperança de atrair mais investimentos para a França, mas seus assessores deixaram claro que ele terá uma conversa franca com Zuckerberg.
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Entre os executivos a se encontrar com Macron estão, além de Zuckerberg, Virginia Rometty, da fabricante de computadores IBM, Brian Krzanich, da fabricante de chips Intel e Satya Nadella, da desenvolvedora de softwares Microsoft. Macron, que se gaba de ser parte da “juventude conectada” francesa e tem o intuito de transformar o país numa “nação das startups”, deve discutir taxas de impostos sobre as grandes empresas de tecnologia e também a batalha contra “fake news”.
Ontem, Zuckerberg se desculpou ao Parlamento Europeu pelo mal uso dos dados e endossou o que disse ao Congresso Americano: que sua empresa investe em maneiras de controlar as notícias falsas, que postagens sobre terrorismo são automaticamente tiradas do ar e que não detém um monopólio no mercado de comunicação digital — segundo ele, na média, as pessoas se comunicam por oito aplicativos por dia (ele não mencionou que o Facebook é dono de três, WhatsApp, Instagram e Facebook).
Assim como os legisladores americanos, os europeus aventaram a possibilidade de regulação do Facebook — algo que deve estar na conversa com Macron também. Mas eles parecem ser os únicos preocupados: de acordo com um relatório para clientes do banco Goldman Sachs, citando números da empresa de análises ComScore, os usuários únicos do Facebook cresceram 7% em abril, para 188,6 milhões, justo quando a crise era mais forte. O tempo gasto na plataforma também subiu. Se esses números pararem de subir Zuckerberg tem um motivo real para ficar preocupado. Até lá, as sabatinas com políticos são apenas incômodos aos quais ele tem que se sujeitar no mundo dos adultos.