YouTube produzirá programa para intervalo do Super Bowl
O YouTube oferecerá programa para o evento apresentando algumas de suas maiores estrelas on-line, como parte de iniciativa para promover anúncios no site
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2015 às 21h01.
Los Angeles -O YouTube oferecerá um programa para o intervalo do Super Bowl apresentando algumas de suas maiores estrelas on-line como parte de uma iniciativa mais ampla para promover anúncios no site de vídeos de propriedade do Google .
Harley Morenstein, líder do grupo de alimentos calóricos EpicMealTime, apresentará o programa que mostrará performances musicais e pratos, e outros produzirão anúncios falsos de Super Bowl. O programa será exibido ao vivo pelo YouTube durante o jogo, o evento televisivo mais assistido do ano nos EUA, que vai ao ar no dia 1º de fevereiro, na NBC, da Comcast Corp.
O YouTube diz que a fama cada vez maior de estrelas da internet como Freddie Wong, cujo canal principal tem mais de 7,4 milhões de assinantes, e Toby Turner os ajudará a disputar a atenção com Katy Perry e Lenny Kravitz, que se apresentarão no intervalo na NBC.
Mais de 60 milhões de pessoas são assinantes dos canais dos criadores no YouTube, sendo que o YouTube vem promovendo alguns deles em outdoors instalados em grandes cidades dos EUA.
“Este é, realmente, um bom lugar para exibir nossas celebridades, nosso talento e nossos criadores”, disse Suzie Reider, diretora-gerente de soluções de marca do Google, em entrevista. “Vai ser divertido, depois, ver qual foi o poder de atração de Freddie Wong em relação a Katy Perry e Lenny Kravitz”.
O YouTube produzirá o programa com o Collective Digital Studio, uma rede on-line de vídeos de Los Angeles que apresenta muitas das estrelas da internet. Reider descreveu o show como uma contraprogramação para o que estará na TV, desenhada para atrair espectadores que prestam mais atenção nos anúncios do que no jogo.
Rivais on-line
O YouTube enfrenta concorrência na disputa pelos dólares para anúncios em vídeo do Facebook Inc. e do Twitter Inc. e usará o programa do intervalo e os anúncios em torno dele para demonstrar seu valor às grandes marcas. Este será o sétimo ano em que o YouTube monta o AdBlitz, um canal especial para anúncios do Super Bowl no qual as pessoas podem votar em seus favoritos.
Os anunciantes dão ao YouTube os teasers de muitos dos anúncios, antecipadamente, e depois divulgam as versões completas quando são transmitidos durante o Super Bowl. As pessoas passaram 6,3 milhões de horas assistindo aos anúncios do Super Bowl no ano passado no YouTube, disse a empresa.
“O YouTube é o lugar onde as pessoas vão para consumir anúncios voluntariamente”, disse Wong, em entrevista. “É uma espécie de pesadelo capitalista distópico”.
Wong produziu um dos comerciais falsos, um refrão sobre anúncios de bebidas doces populares nos anos 1990, como Capri Sun e Sunny Delight. O comercial começa com crianças em um passeio e “sendo radicais”, segundo Wong, e depois tem uma transição para uma conclusão bastante mais obscura e carregada de efeitos.
Série de internet
Wong é mais conhecido pela série de internet Video Game High School, que começou no YouTube e, depois disso, começou a aparecer no serviço de streaming da Netflix Inc. e no Vimeo, da IAC/InterActiveCorp. O interesse nos anúncios e a grande base de fãs apaixonados por criadores como Wong e Morenstein atrairá espectadores antes, durante e depois do Super Bowl, disse Reider.
Mesmo se as pessoas não sintonizarem o streaming ao vivo, elas poderão assistir aos anúncios -- tantos os falsos quanto os reais -- durante semanas.
“O programa do intervalo cai muito bem com essa enorme temática para nós, que é a percepção das marcas como criadoras e dos comerciais como conteúdo”, disse ela. “Quando você é um anunciante, seu anúncio fica no YouTube ao lado de uma amostra do conteúdo”.
A NBC dá as boas-vindas a uma maior atenção aos anúncios transmitidos, que segundo a rede custam cerca de US$ 4,5 milhões por 30 segundos de exibição. Al Michaels, comentarista do evento, classificou o domingo de Super Bowl como um feriado nacional.
“Os anúncios mantêm as pessoas grudadas na TV”, disse Fred Gaudelli, produtor-coordenador do Super Bowl XLIX, no dia 15 de janeiro, em entrevista coletiva em Pasadena. “As pessoas não deixam a sala durante o comercial, nem mudam de canal durante o comercial”.
Pelo menos uma vez em cada Super Bowl, alguma marca escolhe retratar o retorno de um veterano de guerra americano para casa. A Budweiser emplacou seu segundo comercial no pódio criando uma surpresa para o tenente Chuch Nadd, que não fazia ideia da grandiosa recepção que o esperava.
Sem fazer nenhum alarde ou pré-campanha, a RadioShack foi uma das surpresas do ano. A rede de lojas anunciou a modernização de suas filiais no Super Bowl, com uma boa dose de auto-crítica. No comercial, um atendente desliga o telefone, e avisa o colega ao lado: “Os anos 80 ligaram, querem sua loja de volta”. Em seguida, dezenas de personagens da época invadem o local e levam tudo, abrindo espaço para a versão século 21 das instalações.
A Cheerios trouxe de volta a família inter-racial que estrelou sua última campanha e causou polêmica nos Estados Unidos. Neste anúncio simples e bem executado, a marca de cereais matinais consegue transformar a situação corriqueira (e bem clichê) do café da manhã num momento tocante e genuíno. A assinatura é da Saatchi & Saatchi de Nova York.
Em sua estreia no Super Bowl, a Microsoft trouxe casos reais em que tecnologia mudou a vida das pessoas, principalmente aquelas com algum tipo de deficiência. A narração é feita pelo ex-jogador do New Orleans Saints, Steve Gleason, que atualmente enfrenta uma doença degenerativa. Ele utiliza uma tablet Surface Pro controlada através dos olhos, e que se transformou na sua voz.
Tradicional patrocinadora doshow do intervalo no Super Bowl, a Pepsi transformou toda a cidade de Nova York num palco durante o aquecimento para a entrada o cantor pop Bruno Mars na edição de 2014. Pontos turísticos como o Guggenheim viraram instrumentos musicais para homenagear a cidade-sede da final.