Tecnologia

Voos da NASA visam mostrar que drones não são ameaça

Predator iniciará voos de prova no começo do ano que vem para provar que aviões não tripulados são seguros em meio a aviões comerciais


	Drone Predator dos EUA: modelo é conhecido por seus ataques encobertos a terroristas
 (Getty Images)

Drone Predator dos EUA: modelo é conhecido por seus ataques encobertos a terroristas (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2014 às 22h55.

Orlando - O drone Predator, conhecido por seus ataques encobertos a terroristas, iniciará voos de prova no começo do ano que vem para provar que aviões não tripulados de grande tamanho são seguros enquanto operam em meio a aviões comerciais.

Pesquisadores estudarão a chamada tecnologia de detecção e evasão, desenhada para alertar o piloto a distância do drone sobre aviões próximos, de acordo com Chuck Johnson, conselheiro sênior de sistemas não tripulados e autônomos da NASA.

A meta da NASA: compilar dados que ajudem a desenhar sistemas para que os grandes drones possam voar acima de 5.500 metros, no espaço aéreo usado pelas companhias aéreas, por aviões de carga e por jatos comerciais. Aviões sem piloto poderiam ser usados para transportar carga ou rondar os céus para transmitir sinais de internet através de territórios remotos, disse Johnson.

“No futuro, poderíamos ver aviões muito grandes e operados de forma remota ou semiautônoma voando no espaço aéreo nacional”, disse Johnson em uma entrevista durante uma conferência para a associação do setor, a Associação Internacional de Sistemas de Veículos Não Tripulados, que terminou ontem em Orlando, Flórida.

Os viajantes no ar não precisam se preocupar com drones voando em altitude elevada perto deles no futuro próximo. Os testes da NASA visam abrir as portas para uma futura geração de aviões sem pilotos, não a atual coleção de modelos pequenos parecidos com helicópteros que podem realizar tarefas básicas como transportar câmeras de filme.

Céus do deserto

O MQ-9 Predator B da NASA possui 20,11 metros de envergadura, sendo quase tão largo quanto o Gulfstream G450 da General Dynamics Corp, de 23,77 metros de largura. Construído pela General Atomics Aeronautical Systems Inc., o Predator começou sua carreira militar como avião de vigilância antes de ser equipado com mísseis para ataques à terra.

No começo de 2015, alto nos céus do deserto da Califórnia sobre o Centro Armstrong de Pesquisa sobre Voos da NASA, começarão os exercícios ao vivo com o Predator, que é impulsionado por hélices, e com dois aviões pilotados que podem irromper perto da trajetória de voo do drone.

Para levar a tecnologia até seus limites, uma das provas envolverá fazer voar o Predator e outro avião em locais diferentes e usar simulações informáticas ao vivo para fazer de conta que seus caminhos se cruzam. Isto permitirá aos pesquisadores criarem situações muito mais extremas de colisões iminentes, chegando ao ponto de uma colisão virtual.

“A ideia é tentar descobrir se os algoritmos que fazem parte do sistema podem avisar o piloto quando virar antes de encontrar algo que puder apresentar um risco à segurança”, disse Johnson. “Queremos testar os limites disso”.

Regras da FAA

As primeiras regulamentações da Administração Federal de Aviação dos EUA para aviões comerciais não tripulados podem ser promulgadas neste ano, abrangendo modelos que pesam menos de 25 quilos – uma fração do tamanho do Predator.

Drones comerciais pequenos poderiam ficar limitados a voarem abaixo de 121,92 metros e à vista de um operador. O período de comentários a respeito de possíveis mudanças poderia estender-se por 18 meses, disse Jim Williams, chefe da divisão de aviões não tripulados da FAA, na conferência.

Os testes da tecnologia de detecção e evasão da NASA serão concluídos em 2016, e os dados permitirão à FAA criar padrões para que os fabricantes construam os sistemas, disse Johnson da agência espacial. Com o sistema de detecção e as regulamentações da FAA, drones maiores poderiam estar prontos para voarem no espaço aéreo comercial logo em 2018, disse Johnson.

“Trata-se de alinhar as regras a fim de que qualquer entidade comercial possa tirar proveito delas”, disse Johnson.

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