Tecnologia

Velox faz DPDC abrir processo contra a Oi

Brasília - O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), vinculado ao Ministério da Justiça, instaurou processo administrativo contra a Oi, por fortes indícios de invasão de privacidade dos usuários do Velox, que é o serviço de banda larga oferecida pela operadora. Segundo a coordenadora geral de Supervisão e Controle do DPDC, Laura Schertel […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

Brasília - O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), vinculado ao Ministério da Justiça, instaurou processo administrativo contra a Oi, por fortes indícios de invasão de privacidade dos usuários do Velox, que é o serviço de banda larga oferecida pela operadora. Segundo a coordenadora geral de Supervisão e Controle do DPDC, Laura Schertel Mendes, o processo foi aberto na última quinta-feira e a medida foi tomada porque a empresa não havia prestado esclarecimentos ao órgão desde abril, quando foi notificada. As informações foram dadas durante audiência pública realizada hoje na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado. A origem da denúncia foi uma reportagem publicada pela revista Época que revelou que a Oi havia adotado um software que rastreava tudo que seus clientes faziam pela internet. O programa é da empresa inglesa Phorm, que já foi alvo de questionamentos de diversos países da União Europeia.

De acordo com Laura Mendes, a tecnologia presente no programa da Phorm, chamada DPI, por si só tem a capacidade de verificar e monitorar todo o conteúdo acessado pelo usuário. Ela também colocou em xeque a forma pela qual o serviço está sendo ofertado ao consumidor. Relatos de usuários enviados ao DPDC revelam que, ao acessar o provedor, a adesão ao programa da Phorm já está ativa. Ou seja, o consumidor é que teria de desmarcá-la, caso não quisesse o serviço. "Será que esse é o consentimento de fato que se espera. Será que a iniciativa atende ao princípio da transparência e da boa-fé, previstos no Código de Defesa do Consumidor?".

Outra preocupação se refere às informações divulgadas pela empresa a respeito do serviço. Segundo Laura Mendes, matéria publicada no site IG informa apenas que a nova ferramenta faz pesquisas personalizadas para o cliente e que, em nenhum momento, foi explicitado ao usuário que o programa monitora toda a navegação do consumidor. Por fim, Laura Mendes levantou polêmica sobre o fato de a ferramenta ser capaz de acessar dados "sensíveis" do usuário, como informações genéticas, opções religiosas e sexual, que podem gerar algum tipo de discriminação. A coordenadora ainda informou que o DPDC enviou ofício à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para que fossem tomadas providências diante desse caso no âmbito da Lei Geral das Telecomunicações.

O diretor de Estratégias, Negócios e TI da Oi, Pedro Ripper, disse que, independentemente da abertura do processo, a empresa está disposta a prestar os esclarecimentos necessários ao Ministério da Justiça. Ele negou a hipótese do uso de informações sem o consentimento do cliente. Negou ainda que a adesão ao serviço seja feita de forma previamente programada. Em sua exposição durante a audiência pública, Ripper defendeu que o usuário deve ter direito de escolha, se quiser compartilhar informações com o provedor. Ele garantiu que a tecnologia usada pela Oi não armazena dados sigilosos do usuário. Ainda hoje haverá reunião no DPDC para discutir o assunto.
 

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasServiços3GTelecomunicaçõesOperadoras de celularJustiçaBrasil TelecomOiTelemarEmpresas portuguesasPrivacidadedireito-do-consumidor

Mais de Tecnologia

TikTok diz ter assinado acordos para criar nova joint venture nos EUA

Meta testa limite de links no Facebook para usuários sem conta verificada

Dois anos depois, Apple Vision Pro começa a ganhar tração no mercado

Acordo entre Sony e Tencent resolve disputa sobre jogo acusado de cópia