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Varejo tenta melhorar imagem do Black Friday

Lojas participantes criaram um código de ética e mecanismos que assegurem que os descontos, de fato, sejam reais


	Comércio eletrônico: a edição de 2012 chegou a ser chamada de "Black Fraude", porque houve lojas que aumentaram os preços para depois reduzi-los
 (Arquivo)

Comércio eletrônico: a edição de 2012 chegou a ser chamada de "Black Fraude", porque houve lojas que aumentaram os preços para depois reduzi-los (Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2013 às 07h45.

São Paulo - A quarta edição do Black Friday, marcada para o dia 29 deste mês, vai ser a grande oportunidade para que o comércio online e as lojas do varejo tradicional limpem a imagem ruim que ficou do evento do ano passado.

Lojas e associações envolvidas no evento já estão preparadas para isso: criaram um código de ética e mecanismos que assegurem o melhor atendimento ao público e que os descontos nos preços, de fato, sejam reais.

A edição de 2012, que chegou a ser chamada de "Black Fraude", porque houve lojas que aumentaram os preços para depois reduzi-los, expôs a falta de ética de alguns varejistas nas liquidações. O saldo para o comércio, que tenta copiar a fórmula de sucesso usada nos Estados Unidos, foi a autuação de sete grandes varejistas pela Fundação Procon de São Paulo.

"O Black Friday deste ano vai ser a prova de fogo para o varejo", afirma Rodrigo Bore, vice-presidente do Buscapé, o maior site de comparação de preços. Ele conta que a empresa investiu R$ 500 mil em software e pessoas para criar um sistema que valide a relevância das ofertas.

Os preços dos itens apontados no site com a marca Black Friday serão comparados com o valor médio de três meses anteriores para assegurar que foram reduzidos, explica Bore.

A pouca atenção recebida pelo consumidor no ano passado nos canais de atendimento das lojas, e que também foi um problema relatado na época, ampliou em 30% a procura de varejistas por softwares de atendimento, conta Albert Deweik, presidente da NeoAssist, empresa especializa em sistemas de atendimento ao cliente.

Mas a preocupação com a imagem arranhada do varejo levou a uma iniciativa inédita. O portal Busca Desconto, que organiza a Black Friday na internet, e a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) criaram um código de ética para o evento. "A iniciativa foi de ambas as partes", diz o diretor da camara-e.net, Gerson Rolim.


Ele explica que há dois pilares no código de ética. O primeiro é que os preço ofertado seja menor do que a média de dias anteriores. O segundo ponto é que o site exponha claramente quais são os itens em liquidação. Caso o código de ética seja violado, o varejista ficará impedido de participar da próxima Black Friday.

Sanções

O assessor-chefe do Procon-SP, Renan Ferraciolli, conta que representantes do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) procuraram a direção do órgão preocupados com os episódios que marcaram o evento de 2012. A resposta que obtiveram é que as penas que as empresas estarão sujeitas, caso se repitam os mesmos problemas, serão muito severas.

"Se houver reincidência poderemos até suspender o site." Em caso de multa, em 2012, ela chegava a R$ 7 milhões, dependendo da infração. No dia do evento, o Procon-SP vai monitorar 24 horas a liquidação e estará disponível para receber as reclamações, conta.

Já na avaliação do fundador do Busca Descontos, Pedro Eugenio, no evento do ano passado houve "mais barulho do que problema de fato". Ele acredita que apenas algumas lojas fizeram maquiagem de preços.

"Para este ano, esse tipo de problema deverá ser bem menor", prevê Maurício Salvador, presidente da Associação Brasileira do Comercio Eletrônico.

Apesar das dificuldades enfrentadas em 2012, para este ano Eugenio acredita que o faturamento do evento no varejo online cresça quase 60% e atinja R$ 340 milhões. Em 2012, foram R$ 217 milhões.

O número de lojas virtuais participantes aumentou: de 77 em 2012 para 120 este ano. Entre as novidades deste ano está o maior número de lojas que vendem itens de moda pela internet e a inclusão de prestadoras de serviços, como academias de ginástica, salões de cabeleireiros e até seguradoras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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