Redatora
Publicado em 15 de abril de 2024 às 12h15.
A CTO da empresa Ceres Power, responsável por desenvolver tecnologias de energia limpa, expressou sua preocupação em relação ao uso de energia ligado à inteligência artificial. Em um encontro chamado IOT: Powering the Digital Economy, Caroline Hargrove afirmou: "O que me assusta é o consumo de energia se você está utilizando o ChatGPT."
A inquietação da executiva tem razão de ser. Um relatório da Agência Internacional de Energia publicado em janeiro apontou que, enquanto uma busca média no Google usa 0,3 watt-hora de energia, a resposta a um prompt no ChatGPT gasta 2,9 watt-hora.
O levantamento indicou ainda que, até 2026, espera-se que o crescimento da indústria de IA impulsione a demanda de eletricidade para dez vezes a que foi em 2023.
"Por mais que eu seja uma grande fã de usar dados para otimizar tudo, deveríamos usá-los para reduzir o nosso consumo", reiterou Hargrove.
De acordo com um documento publicado por grupos conservacionistas, as demandas de energia da inteligência artificial significarão a implementação do dobro de data centers para que sejamos capazes de acompanhar seu crescimento. Por sua vez, isso revela um aumento de 80% nas emissões responsáveis pelo aquecimento global, ainda que sejam implantadas medidas para melhorar a eficiência energética desses centros.
Conforme publicou a Bloomberg, já existe, nos Estados Unidos, evidências de que a permanência de usinas elétricas à base de carvão -- ou seja, altamente prejudiciais ao meio ambiente -- pode ser prolongada em razão da crescente demanda de energia por parte da IA. Outros estudos apontam que, até 2027, data centers podem exigir mais eletricidade do que a Holanda inteira.