Tecnologia

Um carro elétrico urbano com apelo de motocicleta

Sua carroceria lembra um quadriciclo com carenagem, mas a sensação ao rodar se assemelha à de uma motocicleta. O Twizy elétrico (fusão dos nomes Twin e Easy, que...

Renault Twizy (Ricardo Couto)

Renault Twizy (Ricardo Couto)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h26.

Sua carroceria lembra um quadriciclo com carenagem, mas a sensação ao rodar se assemelha à de uma motocicleta. O Twizy elétrico (fusão dos nomes Twin e Easy, que na tradução livre significa um carro com dois lugares e fácil de usar)  é um típico city-car – pequeno, simples, leve, bastante econômico e de uso estritamente urbano. Apesar de seu design futurista, cai sob medida para as cidades europeias, com suas ruas estreitas, às voltas com problemas de congestionamentos e com a poluição de seus monumentos. Na Europa, o modelo é utilizado como segundo veículo da família ou por motoristas mais jovens e principiantes.

Lançado como conceito no Salão de Paris de 2010 e fabricado desde o ano passado na Espanha, o Twizy foi apresentado com exclusividade no Brasil pela Renault no Seminário de Eficiência Energética, promovido no autódromo Velopark, na quinta-feira (29) em Porto Alegre (RS). O carrinho veio ao país para exibições e para mostrar a tecnologia alcançada pela marca no desenvolvimento de veículos movidos a eletricidade.

INFO testou o Twizy numa pista de kart, na capital gaúcha. Para quem vê o carrinho pela primeira vez a impressão é de estranheza – o estilo da dianteira lembra um inseto, como um grilo. Essa conotação é passada por causa da cabine alta e estreita, os faróis elevados, muito próximos um do outro, e as rodas camufladas por para-lamas separados da carroceria.

Outros detalhes exóticos: as portas se abrem para cima, como se fossem uma tesoura, para facilitar o acesso ao interior em locais apertados, e há apenas um banco, o do motorista – o passageiro vai sentado atrás, com as pernas acomodadas ao lado do piloto, como um garupa de moto, num assento improvisado de plástico rígido, sob o qual fica um minúsculo porta-malas.

A carroceria e outras partes externas são confeccionadas em plástico ABS. Para entrar no carro basta puxar um trinco interno – não há maçaneta nem fechadura do lado de fora - e levantar a porta.  A janela lateral é uma moldura metálica, que pode ser removida em dias mais quentes. No lugar do vidro ela traz uma película transparente flexível destacável, fixada com zíper, para proteger os ocupantes em dias de chuva ou de inverno.

O motorista vai sentado no centro da cabine. À sua frente ficam apenas o volante e um pequeno mostrador oval, com as indicações de velocidade e nível de carga da bateria, etre outras. Também não há alavanca de câmbio nem pedal de embreagem. Para ligar o motor, basta pisar no enorme pedal do freio, girar a chave e aguardar acender o sinal Go (Vá!) na tela. Daí, é só apertar o botão D (de Drive ou dirigir) ou R (de ré) na lateral do painel, soltar o freio de mão em forma de manche e pisar no acelerador.

Abastecido com baterias de íon de lítio, seu motor elétrico dianteiro tem 17 cv (13 KW) de potência e só 7,14 Kgfm de torque (menos que um carro 1.0 popular). A velocidade máxima vai até 80 km por hora – na França é oferecida também uma versão menos potente (de 7 cv), limitada a 45 km/h, que dispensa licença de habilitação para dirigir. A autonomia é de 100 km, o suficiente para ir e voltar do trabalho e ainda sair à noite. E a recarga pode ser feita em qualquer tomada doméstica e demora apenas 3h30.

Com o carro parado, o propulsor é totalmente silencioso. A ausência de ruídos é tão grande que, não fosse um aviso de alerta no painel, não se perceberia que ele está mesmo ligado.

Para arrancar basta comprimir o pedal do acelerador que o Twizy começa a deslanchar rápido, mais até que um veículo convencional. Isso é possível graças ao seu peso reduzido (445 quilos) e à rápida resposta do motor. À medida que a velocidade aumenta, ele começa a emitir um leve zumbido, que permite até escutar o som do pneu rolando no asfalto. O que pode se tornar um problema no trânsito das cidades, já que o modelo não trazia um dispositivo sonoro de segurança para alertar pedestres sobre sua aproximação.  

Com suspensão independente, o carrinho contorna as curvas com facilidade, como se fosse uma moto. Para facilitar as manobras, as suas portas têm elementos vazados transparentes na parte inferior que permitem enxergar o veículo ao lado ou mesmo uma guia – algo útil para quem anda no trânsito ou para manobras, já que por seu tamanho reduzido (mede apenas 2,32 m de comprimento por 1,20 m de largura) o Twizy também pode ser estacionado na posição perpendicular à calçada.

A estabilidade é conferida pela equilibrada distribuição de peso das baterias, que se espalham sob o banco e o assoalho. Em caso de esgotamento de sua vida útil (as mais atuais disponíveis no mercado já atingem durabilidade de 10 anos), a sua troca - assim como a manutenção mecânica - é feita pela parte de baixo do chassi. A segurança dos ocupantes é garantida pelo airbag individual e pelo sistema de freios ABS.

Na Europa, o Twizy é vendido com incentivos do governo por cerca de 7 mil euros (R$ 22 mil), o preço de um carro popular de entrada no Brasil, mas se fosse comercializado aqui custaria R$ 60 mil (com todos os impostos). Só que o modelo, no momento, não está disponível para venda ao público. As poucas unidades trazidas da Europa servirão como uma espécie de carro-show da Renault no Brasil, para exibição em eventos. Com elas, a fabricante pretende divulgar a sua capacitação no desenvolvimento de carros elétricos, na condição de maior fabricante e líder de vendas na Europa nesse segmento.  

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