Um ano sem Steve Jobs: quem é o novo líder da tecnologia?
Ainda não surgiu um nome que concentre todas as apostas, mas alguns líderes de empresas da área merecem atenção. Saiba quem são eles
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2012 às 15h20.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h17.
Há exatamente um ano, Steve Jobs , fundador e força criativa por trás da Apple, morreu após uma longa batalha contra um raro tipo de câncer do pâncreas. Deixou um legado só comparável ao de gênios que aparecem de tempos em tempos sobre a Terra. Ele foi diretamente responsável, por exemplo, por aproximar tecnologia e usuário comum, dando forma a um computador pessoal, por revolucionar o negócio da música, dar impulso ao mercado de smartphones e praticamente inventar aplicativos para esses dispositivos. Também teve coragem de dar forma a um "leitor" de mídia que havia muito era ensaiado por empresas de tecnologia e, de quebra, empurrou adiante o setor de animação para o cinema. Por isso, termos como Mac, iPod, iPhone, iPad e Toy Story ficarão marcados na história. A saída de cena de Jobs – que não era engenheiro, convém lembrar – deixou um vácuo no setor de tecnologia. Ou melhor, deixou vago o posto de criador e inventor (de produtos e mercados) e também o de realizador de sonhos. Onde estão seu carisma, rigor, capacidade de inovar, paixão pelo trabalho e liderança? Aspirantes ao cargo não faltam. Mas é consenso que não há à vista uma figura que reúna todas as suas qualidades. Nem mesmo Tim Cook, sucessor de Jobs à frente da Apple... Confira a seguir uma lista com os executivos que têm se destacado por exibir características que fizeram de Jobs um modelo na área de tecnologia. Com idades variando entre 28 e 48 anos, eles são apontados pelos analistas do mercado como algumas das forças que já mudaram (ou ainda podem vir a fazê-lo) os rumos do setor – e a vida de milhões de pessoas.
Aos 48 anos de idade, Bezos é uma das mentes mais ativas do mercado de tecnologia. Fundador da Amazon, conhecida como a gigante do varejo na internet, ele conseguiu criar um império de serviços on-line, que inclui até a hospedagem de sites e o armazenamento de dados para grandes empresas. Em 2007, ele apresentou o leitor de livros eletrônicos Kindle aos consumidores – o que marcou a entrada da Amazon no mundo do hardware. A aposta na marca levou a companhia à fabricação de tablets, batendo de frente com o segundo produto mais popular da Apple, o iPad. Rumores apontam para a produção de smartphones, mas Bezos ainda não confirmou planos para entrar nesse mercado. Assim como Jobs, Jeff Bezos tem uma ótima presença de palco, chamando para si a responsabilidade de apresentar seus novos produtos. Apesar de sua atuação ser mais discreta – e menos mística –, o executivo fez um bom trabalho até agora. Atualmente, ele é o mais cotado para assumir o status de estrela do setor. Aos poucos, ele está expandindo a capacidade da Amazon com novos produtos e serviços, sem medo da repercussão do mercado. Exatamente o que Jobs estava fazendo com a Apple. Com exceção do varejo, as duas companhias são extremamente parecidas com seus serviços de músicas, filmes e livros digitais.
Cultuado pelos jovens empreendedores, Mark Zuckerberg, 28 anos, é simplesmente o criador da maior rede social do planeta, criada em 2004, e que alcançou a marca de 1 bilhão de usuários na última quinta-feira. Um projeto com essas proporções exige cuidado especial, principalmente quando se leva em conta a quantidade de informações pessoais arquivadas nos servidores da empresa. Falhas em serviços e problemas de segurança colocaram o empresário em estado de atenção, o que aumentou seu senso crítico em relação aos produtos desenvolvidos pela rede. Recentemente, Zuckerberg obrigou seus funcionários a utilizarem smartphones com o sistema operacional Android, do Google, enquanto estivessem no trabalho. O motivo da decisão foi bem simples: o tempo de resposta do aplicativo na plataforma é maior do que o registrado na versão para iPhone. Com isso, ele quer que seus funcionários entendam bem o “sofrimento” dos usuários dessa plataforma.
Evan Williams é o tipo de executivo que gosta de criar e executar projetos. Aos 40 anos, ele é o responsável por fundar dois importantes serviços presentes na internet: o sistema de blogs Blogger e o microblog Twitter. Em 2003, ele foi eleito pela revista MIT Technology Review como uma das 100 pessoas mais inovadoras de todos os tempos, o que ajudou a popularizar o seu nome no setor. Willians gosta de planejar e colocar projetos no ar. Depois de se provarem estáveis, ele sai a procura de novos desafios – realmente relacionados à comunicação na rede. Seu novo projeto, chamado Medium, trata-se de uma plataforma para a publicação de conteúdo na rede, que deve chegar ao público em 2013.
Marissa Meyer dedicou 13 de seus 37 anos ao maior site de buscas do planeta: o Google. Durante esse tempo, ela passou por quase todos os setores da empresa, trabalhando incansavelmente para aperfeiçoar os serviços prestados pela empresa. Em seu currículo, a engenheira pode dizer que foi responsável por sucessos como o Gmail, o Google Maps e o Google News, só para citar alguns. Em 2012, a engenheira deixou a empresa para abraçar um desafio interessante: ajudar na recuperação do Yahoo, que um dia já desfrutou do mesmo status do Google no mercado de buscadores. Felizmente, para a companhia, o cargo em questão é o de CEO, o que coloca Marissa no controle total de todas as operações. Se ela atuar com a mesma paixão investida em seu tempo como funcionária do Google, o Yahoo tem boas chances de prosperar mais uma vez.
Ao lado de Sergey Brin, Larry Page foi o responsável por criar o Google em 1998. Sem saber, os dois estavam entrando para um seleto grupo de pessoas responsáveis por mudar o futuro da tecnologia. Durante três anos, eles comandaram a empresa, até contratarem o veterano Eric Schmdit como CEO da companhia. Em 2011, porém, Page voltou ao controle - o que não deixou alguns funcionários felizes. Sua primeira decisão como CEO foi manter a atenção nos produtos mais populares e rentáveis da empresa, o que culminou no encerramento de diversos projetos paralelos. A conta inclui o Google Labs, um laboratório virtual criado para incentivar a elaboração de experimentos na internet – iniciativa responsável por diversas ferramentas que mais tarde foram incluídas no Gmail. Com a mudança, ele também cortou cargos executivos e criou linhas diretas de comunicação entre os setores-chave da empresa, o que facilitou seu contato com os engenheiros responsáveis por resolver problemas. Com o tempo, ele se mostrou um chefe durão, que sabe muito bem o que quer.