Tecnologia

TV digital brasileira vai ter software livre

O Ginga, software que será responsável pelas funções de interatividade da TV digital, terá código aberto, o que facilita o desenvolvimento de aplicativos no país

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h44.

O conversor que em breve vai permitir aos televisores analógicos brasileiros captar o sinal da TV digital estará equipado com um software livre. O Ginga, como foi batizado o software da TV digital, será lançado na próxima terça-feira (03/07) no Rio de Janeiro, cinco meses antes do início das transmissões. Maior contribuição brasileira ao padrão japonês de TV digital escolhido pelo governo no ano passado, o software foi desenvolvido por laboratórios da Universidade Federal da Paraíba e da PUC-Rio

Ao estabelecer que o programa será um software livre, as duas universidades, que passaram quase 20 anos pesquisando a TV digital, tornarão públicas as principais informações para seu desenvolvimento. Dessa forma, outros grupos poderão aprimorar o Ginga ou sua linguagem e também desenvolver novos aplicativos para a TV digital sem pagar pelo licenciamento do software - desde que também liberem o código dos programas criados.

O software livre não é novidade no mundo. A partir desses mesmos princípios foram desenvolvidos, por exemplo, o sistema operacional Linux e o navegador Firefox, que hoje aparecem como únicos concorrentes de peso para o Windows e Internet Explorer, ambos da Microsoft. "A importância de se ter um software livre é evitar que haja monopólios, o que poderia encarecer seu preço", afirmou Augusto Gadelha, secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Segundo o professor Luiz Fernando Gomes Soares, da PUC-Rio, os fabricantes do conversor (set-top box) que o brasileiro terá de comprar para assistir a transmissões da TV digital terão um custo de apenas R$ 6 para incluir o Ginga no aparelho. Ele disse também que o programa está pronto e que cinco fabricantes brasileiros de software já mostraram interesse em produzir o Ginga em larga escala.

Representantes da indústria, entretanto, afirmam que os primeiros conversores da TV digital devem ser lançados sem o Ginga porque o software ainda não teria sido suficientemente testado para que possa ser comercializado em larga escala. Além disso, há dúvidas entre os fabricantes de conversores se a instalação do software não exigirá também o aumento da memória do aparelho, o que encareceria ainda mais um set-top box que já tem um preço estimado pela indústria em R$ 800. O diretor de Tecnologia da Philips, Walter Duran, e o diretor técnico da Semp Toshiba, Roberto Barbieri, afirmaram que o Ginga precisa de mais testes e que deverá ser incluído no conversor provavelmente no segundo semestre de 2008.

Até lá, o conversor da TV digital deverá permitir a recepção de imagens e sons em altíssima qualidade, mas não terá funções de interatividade. Em um primeiro momento, a interatividade permitiria ao telespectador, por exemplo, escolher o ângulo em que gostaria de assistir a uma partida de futebol. As funções interativas vão depender do que for desenvolvido pelas emissoras de TV. A britânica BBC, por exemplo, já testou programas em que o telespectador pode escolher acompanhar somente um personagem de uma novela sem a necessidade de assistir todas as cenas que vão ao ar.

Em um segundo momento, o conversor da TV digital também deverá ter um canal de retorno. A ferramenta mais simples oferecida por esse canal será a possibilidade de votar por meio do próprio televisor em um candidato em um programa como o "Big Brother Brasil", por exemplo. Outras aplicações, entretanto, já estão em desenvolvimento. Bancos anunciaram que querem permitir que seus clientes realizem operações por meio da TV digital. Dezenas de outros aplicativos devem surgir nos próximos anos.

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