Startup transforma "grupo de condomínio" no WhatsApp em comércio gourmet
A mineira Trela recentemente recebeu um investimento de US$ 25 milhões liderado pelo SoftBank; agora, ela tenta crescer em algumas das principais capitais do país
Laura Pancini
Publicado em 3 de maio de 2022 às 09h38.
Última atualização em 3 de maio de 2022 às 19h31.
Os grupos de WhatsApp com os vizinhos não precisam acabar só em treta. Com a Trela, eles podem terminar com uma massa tradicional italiana pronta na sua geladeira, ou até um aspirador robô passando pelo seu chão de taco – tudo ainda com desconto e hora marcada para chegar na sua casa. A única condição é que uma boa parte dos membros tem que topar também.
A startup mineira viu uma oportunidade de transformar o “grupo no Zap” em uma espécie de comércio virtual, permitindo que usuários comprem em conjunto em troca de descontos agressivos. Os fornecedores locais saem ganhando também, tanto em número de vendas quanto na otimização da logística de delivery.
“O cliente paga muito e o fornecedor recebe pouco. A Trela quebra com essa dinâmica, conectando as pontas da cadeia através do comércio social”, disse Guilherme Nazareth, cofundador e CEO da Trela, em entrevista à EXAME .
A ideia tem origem na China. O app chinês Pinduoduo tem um formato parecido e, em 2020, ultrapassou o gigante Alibaba em número de usuários que compraram dentro da plataforma. Foram 789 milhões contra 779 milhões do Alibaba durante o ano inteiro.
Por aqui, no Brasil, a Trela foi fundada em 2020 por Guilherme Nazareth, Guilherme Alvarenga e João Jönk, na cidade de Nova Lima, Minas Gerais. A empresa conta com escritórios em Minas e São Paulo e, em abril, anunciou Felipe Araújo, ex-Head de Estratégia e Planejamento da Uber e Uber Eats, como COO da empresa.
A startup conta com investidores como Y Combinator, Kaszek, General Catalyst, Simon Last e Pierpaolo Barbieri para ajudar a executar a sua visão. Além disso, recebeu recentemente um Series A, liderado pelo SoftBank, no valor de 25 milhões de dólares.
Ao longo de 2022, os planos incluem expandir em 80 vezes e alcançar ao menos 3 novos mercados. “Queremos crescer com qualidade, e não com reclamação no Procon”, disse Nazareth.
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Como funciona a Trela?
De forma geral, a Trela é um marketplace para compras entre vizinhos. Interessados em criar um grupo podem fazer a solicitação no site da empresa.
No grupo do WhatsApp, a Trela passa a oferecer várias ofertas semanais. Ela avisa quando tem uma nova oferta, quando o item alcança ou está perto de bater o mínimo de vendas necessárias e os produtos mais vendidos entre outras comunidades. Os usuários podem conversar pelo chat sobre os fornecedores e produtos.
A Trela trabalha com entregas planejadas, e não imediatas. Um prato pronto, por exemplo, é preparado nos “momentos mais ociosos” da cozinha e entregue em horários menos movimentados para delivery, explica Nazareth.
Quais são os fornecedores oficiais da Trela?
Bráz Pizzaria, Pastifício Primo, Queijaria Rima, Fazenda Atalaia, Mesa III Pastifício, Fungo de Quintal, Reino do Peixe, BonQ, Charlô, Manjuba e outros.
Onde a Trela está disponível?
Belo Horizonte e São Paulo. De acordo com o site da empresa, as cidades de Porto Alegre e Rio de Janeiro são as próximas a receberem a Trela.
No momento, as comunidades estão disponíveis nos seguintes bairros de Belo Horizonte e São Paulo:
Belo Horizonte
Cruzeiro;
Pedro;
Anchieta;
Belvedere;
Sion/Carmo;
Vila da Serra;
Buritis;
Luxemburgo;
Savassi;
Santo Agostinho;
S.Bento;
S.Lucia;
Gutierrez e outros.
São Paulo
Itaim Bibi;
Liberdade;
Bela Vista;
Vila Mariana;
Mooca;
Vila Madalena;
Vila Leopoldina;
Morumbi;
Liberdade;
Jardins e outros.