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Título da Beija-Flor é criticado nas redes sociais

Para adotar o enredo, a Beija-Flor teria recebido R$ 10 milhões do ditador que comanda a Guiné há 32 anos

Carnaval ( Ricardo Moraes/Reuters)

Carnaval ( Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2015 às 09h20.

Logo após a confirmação de que a Beija-Flor conquistou o carnaval do Rio, críticas ao enredo da escola de Nilópolis (Baixada Fluminense) passaram a dominar as redes sociais. A agremiação homenageou Guiné Equatorial, país da África que é um dos maiores produtores de petróleo do continente, mas também tem índices muito baixos de desenvolvimento humano.

Para adotar o enredo, a Beija-Flor teria recebido R$ 10 milhões do ditador que comanda a Guiné há 32 anos. O filho dele costuma ir ao Rio no carnaval e estava na Sapucaí, em seu camarote particular, conferindo o desfile da Beija-Flor na última segunda-feira (16).

"Vagabundo dá nota 9,9 pra um enredo falando sobre Nelson Mandela e dá 10 pra escola que trouxe Guiné Equatorial pra avenida. Vale lembrar que o ditador do tal país injetou milhões na escola da qual me recuso a falar o nome", postou um torcedor da Imperatriz, escola de samba que homenageou o ex-presidente da África do Sul morto em 2013.

O site de humor Sensacionalista publicou uma reportagem fictícia com a manchete "Próximo enredo da Beija-Flor vai homenagear o Estado Islâmico", referindo-se à organização terrorista que já promoveu diversos atentados pelo mundo. "Depois de ser campeã homenageando uma ditadura, a Beija-Flor já prepara seu futuro enredo. No páreo estão o Estado Islâmico, o Taliban e até mesmo o Boko Haram."

O texto do site simulava ainda animação da diretoria da escola e da população do país africano com o sucesso do Carnaval 2015 da Beija-Flor. "Deu certo e vamos seguir na mesma linha', disse um dos diretores da escola. Na Guiné a população comemorou o título. "Já temos esperança de que mês que vem vamos ter também comida no prato', disse um habitante", brinca o site.

No Facebook, outros integrantes de escolas de samba mostraram conformismo. "Como não existe o quesito 'odeio tema sobre ditador sanguinário', parabéns, Beija-Flor, justíssima vitória", escreveu um torcedor de uma escola da segunda divisão. Os dirigentes da Beija-Flor não se manifestaram sobre a questão.

"Não existe essa polêmica. Tentaram jogar o povo contra nós, mas não conseguiram", disse Nelsinho David, conselheiro da escola e membro da família de contraventores que comanda a escola. Diretores de outras agremiações também evitaram falar sobre o assunto.

"Carnaval é isso mesmo, a Beija-Flor foi merecedora e a gente tem que respeitar", declarou a presidente do Salgueiro, Regina Celi, que perdeu por quatro décimos. Na apuração, é habitual que os perdedores contemporizem a derrota. (Colaborou Roberta Pennafort)

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