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TikTok pede desculpas por remover vídeo sobre muçulmanos na China

No vídeo removido, uma usuária falava sobre como os muçulmanos estavam sendo tratados na China

TikTok: vídeo ficou off-line por 50 minutos, suficiente para manchar a reputação da empresa (Getty Images/Getty Images)

TikTok: vídeo ficou off-line por 50 minutos, suficiente para manchar a reputação da empresa (Getty Images/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 28 de novembro de 2019 às 09h35.

Xangai — O aplicativo de mídia social TikTok pediu desculpas a uma usuária, nesta quinta-feira, por remover um vídeo que criticava o tratamento chinês aos muçulmanos, atribuindo a retirada a um "erro de moderação humana" e dizendo que as imagens foram restauradas em menos de uma hora.

A controvérsia sobre o vídeo, visto 1,6 milhão de vezes, ocorre no momento em que o dono do chinês TikTok, o ByteDance, enfrenta uma investigação do painel de segurança nacional dos Estados Unidos sobre o manuseio de dados pessoais, enquanto parlamentares norte-americanos temem que o aplicativo possa estar censurando conteúdo politicamente sensível.

No vídeo, publicado na semana passada, a usuária, que se identifica como Feroza Aziz, falou sobre como os muçulmanos estavam sendo tratados na China após tutorial sobre como curvar os cílios e disse que queria divulgar a situação.

Mas no Twitter, nesta semana, ela disse ter sido impedida de publicar no TikTok por um mês e na quarta-feira postou que seu vídeo viral havia sido removido, apenas para ser restaurado mais tarde.

O vídeo ficou offline por 50 minutos, disse o TikTok em seu site.

"Gostaríamos de pedir desculpas ao usuário pelo erro de nossa parte", disse Eric Han, chefe de segurança dos EUA nos aplicativos.

"Devido a um erro de moderação humana, o vídeo viral de 23 de novembro foi removido. É importante esclarecer que nada em nossas diretrizes da comunidade impede conteúdo como este vídeo e não deveria ter sido removido."

A usuária do TikTok não respondeu imediatamente a pedidos da Reuters para comentários adicionais.

O Ministério das Relações Exteriores da China disse que não tinha detalhes do caso, quando questionado pela Reuters sobre o incidente na quarta-feira.

Mas acrescentou que exigia que as empresas chinesas operassem de maneira a respeitar as normas internacionais e as leis e regulamentos locais, e esperava que os países relevantes também proporcionassem um ambiente justo e não discriminatório.

O TikTok não está disponível na China, mas o ByteDance possui uma versão doméstica chamada Douyin.

A usuária não mencionou os uigures no vídeo, mas disse mais tarde no Twitter que estava se referindo à minoria étnica.

Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) e grupos de direitos humanos estimam que mais de 1 milhão de uigures e membros de outros grupos étnicos foram detidos em campos na região ocidental de Xinjiang, na China, o que provocou condenações internacionais.

 

A China diz que os campos são centros de treinamento profissional para transmitir novas habilidades e ajudar a erradicar e prevenir o extremismo.

Em seu blog, o TikTok disse que havia bloqueado outra conta criada por Aziz que publicou uma imagem de Osama Bin Laden que violava suas políticas de conteúdo sobre "imagens terroristas".

Na segunda-feira, aplicou uma proibição de dispositivos em contas associadas a violações. Isso afetou a nova conta a partir da qual Aziz postou o vídeo sobre cílios e foi enviado do mesmo dispositivo, disse o documento.

A empresa disse que havia decidido anular a proibição do dispositivo e estava entrando em contato diretamente com ela para fazê-lo.

Aziz confirmou no Twitter que o TikTok havia restaurado sua conta, mas disse que outros vídeos anteriores foram excluídos.

"Acredito que eles o tiraram por causa de um vídeo satírico não relacionado que foi excluído de uma conta excluída anterior? Logo após terminar de postar um vídeo de três partes sobre os uigures? Não", ela postou no Twitter.

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