Tecnologia

TED 2012 reúne grandes nomes do Vale do Silício

Famosa pelas apresentações de empresários líderes que buscam reformas para fazer do mundo um lugar melhor, TED chega à edição 2012 com discurso digital

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2013 às 09h57.

Long  Beach - Nomes importantes do Vale do Silício presentes na prestigiada conferência TED sobre inovação, realizada desde segunda-feira em Long Beach, Califórnia (oeste dos Estados Unidos), advertiram que o culto à tecnologia arruinará o mundo, em vez de salvá-lo.

O ativista e escritor Paul Gilding alertou na terça-feira para os riscos da obsessão pela tecnologia moderna, considerando que a vontade de possuir os últimos dispositivos deixa as pessoas sem vontade de fazer algo para deter os desastres globais, como as mudanças climáticas.

Segundo Gilding, autor de "The Great Disruption" (A Grande Ruptura), embora a tecnologia impulsione a eficiência e o crescimento econômico, também multiplica uma ânsia pelo consumo que o planeta não pode suportar.

"A Terra está cheia", disse. "Está cheia de nossas coisas, cheia de nossos resíduos, e cheia de nossas demandas".

A população mundial superou os sete milhões de habitantes e estamos devorando os recursos mais rápido do que eles podem ser repostos, disse.

"Nosso enfoque é simplesmente insustentável", disse Gilding, ex-diretor do Greenpeace Internacional.

Na conferência TED, famosa pelas apresentações de empresários líderes que buscam reformas para fazer do mundo um lugar melhor, Gilding argumentou que os avanços tecnológicos estão piorando as coisas.


Com China e outros países em desenvolvimento no auge, em muitos casos, graças à tecnologia, os recursos do mundo estão se esgotando, sustentou.

"A Mãe Natureza não negocia, só estabelece as normas e administra as consequências", disse.

Ele citou as crises da dívida nacional americana, o movimento Ocupe Wall Street e o aumento da temperatura global como sinais da decadência da vida moderna.

"Tivemos 50 anos de advertências e não fizemos quase nada para mudar o rumo", lamentou, com os olhos cheios de lágrimas.

"As pessoas que pensam que a tecnologia nos fará sair disto têm razão, mas se esquecem de que é preciso uma crise para implementar isso... Realmente gostamos de uma boa crise e esta é uma senhora crise", advertiu.

O chefe da organização sem fins lucrativos Fundação X Prize, que se dedica aos avanços tecnológicos para o bem da humanidade, subiu ao palco para oferecer um contraponto à obscura visão de Gilding.

"Não digo que não tenhamos nossa quota de problemas - mudanças climáticas, extinção de espécies, escassez de recursos - mas, em última instância, temos a capacidade de ver os problemas com muita antecedência e superá-los", disse Peter Diamandis.

Ele sustentou que os sensores cada vez melhores, a robótica, a medicina digital, a biologia sintética e a potência informática da nuvem na internet permitem ter esperança em um futuro melhor.

Acrescentou que um dispositivo do tamanho de um grande refrigerador, capaz de tornar potável a baixo custo a mais contaminada das fontes de água, está sendo testado com o apoio de uma empresa de bebidas.

Diamandis também é titular da Universidade da Singularidade no Vale do Silício, que serve como campo de experimentação a empresários, inventores e executivos da indústria tecnológica.

A melhor defesa contra a superpopulação é fazer com que as pessoas sejam educadas e saudáveis, disse, e acrescentou: "Tenho uma extraordinária confiança nos inovadores que estão aí fora".

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