Tecnologia poderia encontrar piloto de drone de Congonhas
Sistema de monitoramento consegue dar as coordenadas da posição do operador de um drone
Lucas Agrela
Publicado em 13 de novembro de 2017 às 15h52.
Última atualização em 13 de novembro de 2017 às 16h46.
São Paulo – Um drone interrompeu operações no Aeroporto de Congonhas no último domingo, causando atrasos em diversos voos. O piloto do drone não foi identificado, mas já existe uma tecnologia no mercado brasileiro que poderia ter ajudado as autoridades a encontrá-lo.
Anunciado há pouco mais de um mês no Brasil, a tecnologia DroneTracker usa uma combinação de câmeras de vigilância com software e sensores de radiofrequência para determinar se um drone invadir a área protegida. Com esse sistema, também é possível determinar a latitude e longitude do operadora do drone que atua de forma irregular.
O sistema DroneTracker tem a junção de tecnologias da sueca Axis Communications e com a americana Dedrone. Com quatro câmeras, o sistema consegue cobrir um raio de 2 quilômetros.
"No caso de aeroportos, é possível ampliar essa área para atingir os 9 km de distância de um aeroporto que um drone precisa ter", disse Paulo Santos, gerente de soluções da Axis Communications, em entrevista a EXAME. "De até pássaros podem causar problemas em uma turbina, imagine um drone", afirmou Santos.
Por ora, o DroneTracker funciona em segmentos como segurança de transporte de valores e indústrias. Santos conta que ainda não há acordos com aeroportos para fazer o monitoramento de drones.
A Infraero informa que 35 chegadas programadas foram afetadas pelo sobrevoo do drone em Congonhas, entre 20h15 e 22h15. "Assim que foi percebido, a Infraero acionou as polícias Federal e Militar de São Paulo para que fizessem buscas na região, conforme previsto nas normas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e no Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei 7565/1986). Após a liberação do tráfego aéreo pelas autoridades competentes, o Aeroporto de Congonhas teve suas operações prorrogadas até meia-noite para que as empresas aéreas pudessem iniciar a adequação de suas programações de voos", diz o comunicado da Infraero enviado a EXAME.
De acordo com a Latam, 28 dos seus voos foram impactados pelo sobrevoo do drone, sendo 16 cancelados e 12 alterados para Guarulhos, Belo Horizonte, Campinas, Rio de Janeiro e Ribeirão Preto. "A LATAM esclarece que os passageiros impactados receberam a assistência necessária. Por fim, a empresa reitera que a segurança é um valor imprescindível e, sobretudo, todas as suas decisões visam garantir uma operação segura", segundo o comunicado oficial da companhia aérea.
O vídeo a seguir demonstra o funcionamento do sistema DroneTracker. Confira.