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Tecnologia pode estar matando a habilidade para ler emoções

Uma pesquisa sugere que, quanto mais as crianças usam a mídia digital, mais suas habilidades sociais diminuem

Crianças na internet: crianças podem estar perdendo a habilidade para ler emoções por causa da tecnologia (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2014 às 13h49.

Com certeza, toda criança sabe ler emoticons. Mas um novo estudo sugere que tanto tempo de tela está tornando cada vez mais a intepretação de emoções da vida-real pelas crianças.

A pesquisa sugere que, quanto mais as crianças usam a mídia digital, mais suas habilidades sociais diminuem.

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"A diminuição da sensibilidade de sinais emocionais -- perder a habilidade de decifrar as emoções das pessoas -- é um dos custos" do uso intenso de celulares e computadores, disse a co-autora do estudo, Dra. Patrícia Greenfield, professora de psicologia da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.

Mas o estudo sugere um possível remédio: basta ficar alguns dias desplugado e cultivar mais interações face-a-face para que as habilidades sociais apresentem melhora, disseram os pesquisadores.

Para o estudo, os pesquisadores fizeram testes com dois grupos de pré-adolescentes. Um grupo incluiu 51 pré-adolescentes que estava participando de um acampamento de cinco dias, que proibia o uso de eletrônicos.

O outro grupo incluiu 54 pré-adolescentes que não estavam no acampamento e, portanto, podiam usar eletrônicos.

Os testes -- que foram dados tanto antes quanto depois do acampamento -- demandavam que as crianças identificassem emoções retratadas em fotos de expressões faciais e em vídeos de atores representando cenas dramáticas.

O que os pesquisadores descobriram?

Após o período de cinco dias, as crianças que foram ao acampamentos se saíram muito melhor que as outras crianças ao ler expressões faciais.

Na verdade, a média de erros no teste caiu de 14 para 9 após o acampamento. No teste de vídeo, os campistas passaram de 26% de acertos para 31%, relatou o Los Angeles Times.

Como os pesquisadores sabem que foi esse tempo longe dos eletrônicos que melhoraram as habilidades sociais dos campistas -- e não a participação dos pré-adolescentes em atividades do acampamento e tempo ao ar livre?

"Não podemos ter certeza de que foi o tempo longe dos eletrônicos", disse a co-autora do estudo Yalda Uhls, pesquisadora da UCLA, ao Huffington Post via email.

"No entanto, nós acreditamos que o tempo longe dos eletrônicos significa que eles tiveram mais cara-a-cara e e que isso contribuiu para a melhora... O estudo pareceu sublinhar a intuição de muitos pais."

Uhls acrescentou que, à luz das novas descobertas, pais de crianças obcecadas por tecnologia podem querer que suas crianças cortem o tempo com eletrônicos, assegurando-se que todo mundo da família passe o tempo suficiente desconectados.

O estudo foi publicado online no jornal Computers in Human Behavior, em 15 de agosto de 2014.

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