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Solar Impulse se prepara para travessia pelo Pacífico

O avião, que tenta ser o primeiro a voar pelo mundo com energia alternativas, realiza os preparativos finais para sair da China e chegar ao Havaí

O avião Solar Impulse 2: avião deverá percorrer 8 mil quilômetros (Ahmed Jadallah/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2015 às 16h54.

Pequim - O avião Solar Impulse II, que tenta ser o primeiro a dar a volta ao mundo alimentado por energias alternativas, realiza nesta segunda-feira os preparativos finais para partir nesta madrugada de Nanquim, na China , com destino ao Havaí (Estados Unidos), em uma arriscada travessia de cinco dias e cinco noites pelo Oceano Pacífico.

"Será o voo da minha vida", escreveu hoje no Twitter o piloto suíço André Borschberg, encarregado de pilotar o avião, que disse estar "eufórico, mas preparado para o pior" em um voo que segundo os responsáveis do projeto não terá as condições meteorológicas adequadas.

O Solar Impulse II chegou a Nanquim em 21 de abril vindo de Chongqing, na China, e atrasou em várias vezes a etapa seguinte, por conta dos tufões e do tempo ruim que nas últimas semanas foi registrado em algumas áreas do Pacífico.

Às dificuldades climatológicas se unem a longa distância deste voo, no qual o avião deverá percorrer 8 mil quilômetros, o que supera à soma dos seis voos anteriores, nos quais o Solar Impulse, que partiu de Abu Dhabi em 9 de março, voou 6 mil quilômetros.

Nas horas anteriores a decolagem, a equipe realiza inspeções do aparelho, assim como trabalhos de carga de mantimentos para o piloto suíço, que, por motivos de saúde, teve que passar alguns dias em seu país enquanto o Solar Impulse II permanecia na China.

A aeronave, alimentada com mais de 17 mil placas solares, tem por objetivo completar a volta ao mundo em 12 voos, que já incluíram até o momento escalas em Mascate (Omã), Ahmedabad e Varanasi (Índia), Mandalay (Mianmar), Chongqing e Nanquim, em voos nos quais Borschberg foi se revezando com o também suíço Bertrand Piccard.

Depois do Havaí, o avião tem previstas várias escalas nos Estados Unidos e na Europa, antes de retornar à capital dos Emirados Árabes Unidos.

Os promotores desta aventura querem provar que é possível voar com energia limpa a longas distâncias tanto de dia quanto de noite, já que as placas do aparelho podem acumular a carga necessária para voos noturnos.

O avião Solar Impulse voa sem nenhum tipo de combustível. Para conseguir isso, ele tem quatro hélices com oito cavalos de potência. Além disso, o Solar Impulse tem uma estrutura leve e resistente. Ele foi construído com fibra de carbono, além de 12 mil células solares capazes de transformar a luz solar em energia elétrica. O Solar Impulse tem 64,3 metros de asas, a envergadura de asa de um Airbus 340, a potência de uma lambreta e o peso de um carro família. Até agora, o avião já conseguiu recordes mundiais por viajar movido pela luz do Sol durante longos períodos, além de recordes de altitude e de durabilidade em um voo que durou 26 horas, 10 minutos e 19 segundos. Ao todo, os pesquisadores já investiram mais de oito anos de trabalho na construção do Solar Impulse. Mas ele é apenas uma espécie de protótipo do avião que será usado para uma volta ao mundo em 2014, segundo expectativas do projeto.
  • 2. Turanor PlanetSolar

    2 /5(Divulgação)

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    O barco Turanor PlanetSolar é considerado o primeiro de sua categoria a conseguir dar a volta ao mundo abastecido com energia solar. O objetivo do projeto é demonstrar como a energia renovável pode ser usada em transportes sustentáveis. O barco tem 31 metros de largura, 15 metros de altura e é coberto por 537 metros quadrados de painéis fotovoltaicos. São eles que alimentam o motor elétrico para a captação de energia solar. O custo de produção do barco foi de 26 milhões de dólares. Atualmente, a fabricante do barco busca por um novo projeto para dar uso ao navio. É possível que ele seja alugado para usos científicos ou comerciais.
  • 3. Sunswift IVy

    3 /5(Wikimedia Commons)

  • O Sunswift é um projeto desenvolvido pela New South Walles University. Construído em fibra de carbono, o Sunswift IVy já ganhou desafios mundiais e bateu recordes. O carro usa células de silício para captar a energia proveniente da luz do Sol. Elas geram 1200W de potência, o mesmo que uma torradeira elétrica ou um aspirador de pó. Apesar de parecer uma potência baixa, o carro consegue alcançar uma velocidade de 88 km/h. Sem o compartimento de baterias, ele pesa apenas 140 quilos.
  • 4. Solartaxi

    4 /5(Divulgação)

    Apesar de também ser um carro movido a energia solar, o objetivo do Solartaxi não é bater recordes de velocidade. Ele tem a aparência de um carro esportivo, mas sua velocidade máxima é de 90 km/h. Para a construção, Louis Palmer contou com a ajuda de várias universidades e institutos de pesquisa da Suíça. O veículo funciona com a bateria Zebra. Ela é 100% reciclável, feita de sal, cerâmica e níquel, produzida num tamanho menor para caber no carro. Com 500 quilos, o Solartaxi é rebaixado e tem espaço para apenas dois lugares. Ele consome 8 kWh/100 km, o equivalente a 0,81 litros de petróleo a cada 100 km. Em 2008, Palmer deu a volta ao mundo com o carro. Para mostrar como a captação de energia solar é fácil, ele acoplou um trailer de cinco metros, coberto com painéis de células solares. Para ele, além de viável e ecológico, o veículo solar é uma alternativa barata, que pode custar cerca de R$ 25 mil.
  • 5. Teleférico de Tenna

    5 /5(Divulgação)

    A estação de esqui Tenna, na Suíça, construiu um teleférico movido a energia solar. A estrutura foi adaptada após as autoridades locais resolveram investir em algo sustentável durante a restauração da estação. Para superar a falta de espaço na instalação dos painéis do transporte, foi criada uma ponte suspensa. A estrutura acima do teleférico possui cerca de 500 metros de comprimento. As placas acompanham o Sol a fim de garantir aproveitamento total da energia. Atualmente, o teleférico equipado com painéis solares é capaz de levar 800 visitantes por hora ao topo da montanha. Nos dias mais ensolarados, o teleférico consegue produzir o dobro da energia necessária para o seu consumo. Os custos da obra foram de 1,5 milhão de dólares, mas os benefícios podem ser grandes em longo prazo. A tecnologia permite a produção de 90 mil quilowatts-hora por ano.
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