Tecnologia

Siemens, Airbus e IBM unem forças contra ataques cibernéticos

Falta de proteção dos sistemas "poderia ter consequências devastadoras" para os valores democráticos e econômicos

 (Thinkstock/Thinkstock)

(Thinkstock/Thinkstock)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 11h54.

A Siemens está unindo forças com empresas como Airbus e IBM para tentar combater ataques de hackers em grande escala que poderiam causar US$ 8 trilhões em danos nos próximos cinco anos.

O grupo planeja assinar uma carta na sexta-feira em uma conferência sobre segurança em Munique pedindo proteções mais fortes contra ataques aos sistemas digitais que controlam casas, hospitais, fábricas e quase toda a infraestrutura.

"O risco de exposição a ataques cibernéticos maliciosos está crescendo drasticamente", afirmou o grupo em um comunicado. A falta de proteção dos sistemas "poderia ter consequências devastadoras" para os valores democráticos e econômicos.

A iniciativa surge em meio a uma investigação em curso nos EUA sobre acusações de interferência russa na eleição americana de 2016 e depois de um malware ter mostrado sua capacidade de se espalhar por sistemas em todo o mundo. O ransomware WannaCry paralisou no ano passado partes do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido e infectou mais de 300.000 computadores em 150 países. O custo do crime cibernético para as empresas nos próximos cinco anos poderia chegar a US$ 8 trilhões, afirmou o Fórum Econômico Mundial em um relatório em janeiro.

Os signatários da carta de Munique, entre os quais estão a Allianz, a Daimler e a Deutsche Telekom, pedem que governos e empresas assumam a responsabilidade pela segurança digital nos mais altos níveis. Eles sugerem que poderiam ser criados ministérios e cargos executivos específicos.

Crise societária

"Temos que tornar o mundo digital mais seguro e confiável", afirmou o CEO da Siemens, Joe Kaeser, no comunicado. "Chegou a hora de entrar em ação -- não apenas individualmente, mas em conjunto."

A ministra canadense das Relações Exteriores, Chrystia Freeland, disse que o assunto "com certeza será um foco" da presidência do G-7 do país neste ano.

O relatório do FEM fez referência a milhares de ataques todos os meses à infraestrutura crítica, desde os sistemas de aviação europeus até as centrais de energia nuclear dos EUA, e afirmou que hackers com financiamento estatal estão tentando "desencadear uma crise nos sistemas que mantêm o funcionamento das sociedades".

Acompanhe tudo sobre:AirbusHackersIBMseguranca-digitalSiemens

Mais de Tecnologia

Como a greve da Amazon nos EUA pode atrasar entregas de Natal

Como o Google Maps ajudou a solucionar um crime

China avança em logística com o AR-500, helicóptero não tripulado

Apple promete investimento de US$ 1 bilhão para colocar fim à crise com Indonésia