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Rússia quer multar quem usar internet espacial de Elon Musk no país

Proposta pelo órgão legislativo da Rússia, a nova lei visa impedir que os cidadãos acessem a internet por meio de um dos satélites de Elon Musk

Elon Musk: o serviço de internet via satélite já está em uso em sua versão beta desde 2020 nos Estados Unidos e no sul do Canadá (Win McNamee / Equipe/Getty Images)

Elon Musk: o serviço de internet via satélite já está em uso em sua versão beta desde 2020 nos Estados Unidos e no sul do Canadá (Win McNamee / Equipe/Getty Images)

AM

André Martins

Publicado em 2 de fevereiro de 2021 às 13h29.

O governo russo pode multar pessoas ou empresas do país por usarem a Internet Starlink de Elon Musk desenvolvida pela empresa americana SpaceX, da qual o bilionário sul-africano Elon Musk é CEO e fundador.

A nova lei, proposta pelo órgão legislativo da Rússia, a Duma Estatal, visa impedir que os cidadãos acessem a internet por meio dos satélites de Elon Musk.

Os usuários comuns podem pagar multa entre 10.000 e 30.000 rublos (715,35 reais e 2.146 reais, em conversão direta), enquanto empresas podem ter que pagar até um milhão de rublos (71.534 mil reais) se usarem o serviço de internet via satélite ocidental, de acordo com reportagem da revista Popular Mechanics.

O principal motivo para impedir que as pessoas usem a internet de Musk, que também é CEO da montadora de carros elétricos Tesla, é que o país tem planos para desenvolver uma própria internet via satélite chamada Sfera. Ela pode ser lançada já em 2024, segundo informação da revista IntelliNews. O projeto deve custar 1,5 trilhão de rublos (cerca de 107 bilhões de reais).

Outro motivo apontado por membros da Duma Estatal, que apareceu em relatórios russos publicados pelo site especializado em tecnologia Ars Technica, é que o acesso à internet de forma independente contornaria o sistema de medidas de busca operacional do país. A Rússia monitora o uso da Internet e as comunicações móveis. Como parte do controle rígido do país liderado por Vladimir Putin sobre mídia e comunicações, todo o tráfego da internet no país deve passar por um provedor de comunicações russo.

Em resposta aos relatórios, Musk tuitou : "Estamos apenas tentando levar as pessoas para Marte. A ajuda seria muito apreciada", em tradução livre.

O serviço de internet via satélite de Elon Musk já está em uso em sua versão de testes públicos (beta) desde 2020 nos Estados Unidos e no sul do Canadá. Recentemente a internet foi aprovada para uso no Reino Unido.

O serviço inicial da companhia custaria 99 dólares por mês, com um custo adicional de 499 dólares para o Starlink Kit, que inclui o terminal do usuário e um roteador de Wi-Fi conectado aos satélites.

Depois de lançar 143 satélites recorde em órbita no domingo, a SpaceX está avançando em direção ao seu objetivo de envolver a Terra com até 42.000 satélites Starlink para fornecer internet super rápida com velocidades acima de 1 gigabyte por segundo para todo mundo. 

Concorrência da Amazon

Elon Musk não é o único interessado em levar para o mundo todo uma internet super rápida via satélite. Jeff Bezos, fundador e CEO da Amazon e segundo homem mais rico do mundo, também tem interesse nesse mercado.

Chamado de Projeto Kuiper, o plano do dono da Amazon é colocar 3.236 satélites em órbita para prover internet de alta velocidade em todos os locais do globo. Até o momento nenhum satélite da varejista saiu do planeta.

Musk comentou sobre o assunto e entende que Bezos quer “destruir” seus planos de criar uma rede de internet global.

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