Tecnologia

Rocinha virtual: projeto do MIT cria mapeamento em 3D da maior favela brasileira

Com imagens coletadas localmente, por aviões e radares LIDAR, o projeto Favelas 4D, do MIT, possibilita um registro geográfico da Rocinha que não existe em nenhum outro serviço de mapas

Rio de Janeiro, RJ, Brazil - September 2nd, 2012: A view of the Rocinha, the largest favela in Brazil, located in Rio de Janeiro's South Zone between the districts of São Conrado and Gávea. Although Rocinha is officially classified as a neighborhood, many still refer to it as a favela. It developed from a shanty town into an urbanized slum. (Eduardo Fonseca Arraes/Getty Images)

Rio de Janeiro, RJ, Brazil - September 2nd, 2012: A view of the Rocinha, the largest favela in Brazil, located in Rio de Janeiro's South Zone between the districts of São Conrado and Gávea. Although Rocinha is officially classified as a neighborhood, many still refer to it as a favela. It developed from a shanty town into an urbanized slum. (Eduardo Fonseca Arraes/Getty Images)

Os grandes centros urbanos do Brasil dispõe de infraestrutura digital que os coloca de forma quase completa em serviços de mapeamento como Google Maps, Autocad e Mapas 3D, da Microsoft. Mas a margem desses locais, principalmente em comunidades menos abastadas, nem sempre há o mesmo nível de tecnologia disponível.

O Massachusetts Institute of Technology (MIT), em colaboração com a BRTech 3D, estão tentando mudar essa realidade, ao menos no caso da favela da Rocinha, a maior favela do Brasil, com cerca de 100 mil habitantes em 838 mil metros quadrados e quase 26 mil moradias.

Com tecnologia de digitalização a laser 3D, as instituições estão conduzindo uma análise morfológica e virtual da Rocinha, que deve levar a região de forma completa para um banco de dados chamado Favelas 4D.

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O escaneamento faz o registro de dimensões, distâncias e elevações das ruas e construções, em um processo que aglomera coleta aérea, por aviões, e captação feita nas ruas por técnicos.

Na sequência, dispositivos de escaneamento a laser chamados Lidar (Light Detection and Ranging), produzem os dados do mapeamento, revelando padrões e a lógica da informalidade.

A Rocinha, localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro, entre dois dos bairros com IPTUs mais altos da cidade, Gávea e São Conrado, é um divisor da desigualdade.

Na região, a densidade populacional da comunidade é de 48.258 habitantes por quilômetro quadrado, nove vezes mais do que em Madri, por exemplo.

Tais condições somam uma disposição urbana caótica, típica de favelas, mas que dificultam o acesso de ferramentas tradicionais de mapeamento, como imagens de satélite e o Google Street View, fazendo com que nem sempre a paisagem urbana possa ser bem mapeada e interpretada.

Capturando com precisão a forma e a organização do assentamento informal, o Favelas 4D deve facilitar o levantamento de necessidades e problemas de infraestrutura da Rocinha, como saneamento e segurança, possibilitando a sua mitigação com política públicas adequadas.

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