Rivais chinesas buscam capitalizar problemas da Huawei com EUA
Xiaomi, a Oppo e a Vivo, estão agindo para conquistar o mercado de sua concorrente, depois que sanções dos EUA prejudicaram o fornecimento da Huawei
Reuters
Publicado em 23 de novembro de 2020 às 12h06.
As rivais chinesas da Huawei Technologies , incluindo a Xiaomi, a Oppo e a Vivo, estão agindo para conquistar participação de mercado de sua concorrente, depois que sanções dos Estados Unidos prejudicaram o fornecimento da Huawei, afirmam especialistas do setor.
Na semana passada, a Huawei disse que vendeu a Honor, sua unidade de smartphones de baixo custo, por uma quantia não revelada em uma tentativa de proteger a cadeia de fornecimento desta última da ação dos EUA, que dificultou a compra de componentes essenciais.
Ao mesmo tempo, as rivais chinesas da Huawei sentem o cheiro de sangue no mercado de celulares de linha intermediária e premium. Em agosto, um executivo da Huawei disse que a empresa não será capaz de produzir seus principais processadores que alimentam seus smartphones premium.
"O que podemos ver agora, seja da Xiaomi, Oppo ou Vivo, é que eles estão melhorando suas previsões para o próximo ano", disse Derek Wang, executivo da fabricante de celulares Realme, que compartilha uma cadeia de fornecimento com a Oppo.
"Eles acreditam que as sanções contra a Huawei irão possivelmente prejudicá-la no mercado internacional e podem querer tirar uma fatia do mercado da Huawei."
A companhia ainda comandava 41,2% do mercado chinês no terceiro trimestre, seguida pela Vivo com 18,4%, Oppo com 16,8% e Xiaomi com 12,6%, disse a empresa de pesquisa Canalys. A Apple tem uma participação menor na China, com 6,2%, mas está atraindo uma forte demanda por seu iPhone 12, segundo a Canalys.
Observadores da indústria confirmaram um aumento nas encomendas de componentes a fornecedores. A Xiaomi tem sido a mais otimista, fazendo pedidos suficientes para produzir até 100 milhões de telefones entre o quarto trimestre de 2020 e o primeiro trimestre de 2021, um aumento de 50% nas projeções antes das restrições impostas pelos EUA à Huawei em agosto, segundo a consultoria Isaiah Research.
As previsões de produção da Oppo e da Vivo também aumentaram cerca de 8% cada uma desde agosto, com pedidos para produzir até 90 milhões e 70 milhões de aparelhos, respectivamente, mostram os dados da Isaiah Research.
Por outro lado, os pedidos da Huawei caíram 55%, para 42 milhões de aparelhos no mesmo período.
Todas as quatro empresas se recusaram a comentar os números.