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Redes sociais, local de protesto dos brasileiros

A internet tornou-se o grande canal de comunicação que se mantém com força após quase duas semanas de protestos que surpreenderam o mundo

Na manhã desta terça-feira, manifestantes que passaram a noite em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, continuavam a protestar (Marcelo Camargo/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2013 às 19h16.

São Paulo - Enxurradas de tuítes, comentários no Facebook, milhares de fotos publicadas no Instagram. Jovens protestando com uma bandeira na mão e um celular na outra para não perder nenhum registro: as redes sociais são as outras ruas e praças dos protestos no Brasil.

São o grande canal de comunicação que se mantém com força após quase duas semanas de protestos que surpreenderam o mundo.

A frase "o gigante acordou" se transformou em um dos lemas que se espalhou rapidamente graças à internet.

"Quando o povo acorda, o governo não dorme", tuitou um jovem. "Demorou a acordar e agora vai demorar a voltar a dormir", alertou outro.

"Chega de corrupção" é outro dos emblemas favoritos em um país há meses do julgamento histórico por corrupção do Mensalão.

Uma internauta comemorava no Twitter a manifestação que, na quinta-feira, levou às ruas brasileiras mais de 1,2 milhão de pessoas a protestar contra um amplo leque de temas como os milionários gastos na Copa do Mundo de 2014, a má qualidade dos serviços públicos e os políticos.


"Que orgulho, ontem foi lindo!", comentou, acrescentando as hashtags #ogiganteacordou e #vemprarua, outro slogan destas mobilizações, as maiores das últimas duas décadas no Brasil.

A onda de protestos, que surgiu contra o reajuste no preço do transporte público, derivou em uma reivindicação generalizada contra "tudo o que está errado neste país", como disse à AFP um jovem durante um protesto em São Paulo.

Contudo, as redes sociais também alimentam de informação os serviços de inteligência.

"O que obtemos na internet é informação aberta, como as datas dos protestos", declarou à AFP, Gustavo Weber, assessor de imprensa da Agência Brasileira de Inteligência, Abin.

Esta semana, o jornal O Estado de S. Paulo publicou que os serviços brasileiros monitoravam os protestos não só através das redes sociais, mas também pelos serviços de mensagens como o aplicativo Whatsapp para smartphones.

O responsável da Abin negou: "Isso é equivocado. Não estamos fazendo nenhum tipo de espionagem, nem quebrando contas de usuários nem obtendo senhas. As redes sociais são os sites onde mais se divulga informações. Com dezenas de cidades mobilizadas, seria uma irresponsabilidade da Abin não acompanhar o que está acontecendo".

Os debates são ferozes na rede e abordam, por exemplo, a violência em algumas manifestações. As autoridades destacaram o caráter pacífico dos protestos e repudiaram os atos de vandalismo em algumas cidades onde houve quebra-quebra, saques, veículos queimados e centenas de feridos.

"Já houve dois mortos, vamos protestar em paz", pede uma internauta após saber das mortes acidentais ocorridas na quinta-feira durante os protestos.

As mobilizações começaram em São Paulo convocadas pelo Movimento Passe Livre (MPL), que se comunica através de seu site ( https://www.facebook.com/passelivresp ).

Este movimento confirmou que continuará convocando protestos, inclusive depois de as autoridades revogarem o aumento da passagem do transporte público. Na sexta-feira, alguns porta-vozes tinham indicado que suspenderiam as convocações em oposição à violência e a rejeição de alguns manifestantes de protestar junto com membros de partidos políticos.

Uma bandeira do PT foi queimada na quinta-feira na marcha da Avenida Paulista.

Diante da eventual saída do MPL, o Twitter explodiu.

"O MPL de São Paulo se vendeu ao sistema. Vergonha", escreveu um usuário.

"Se o MPL vai embora por 20 centavos é a prostituta mais barata do mundo", disse outro, se referindo ao aumento revogado das tarifas de transporte que desatou as manifestações.

Pelo menos na internet, os brasileiros parecem continuar dispostos a se manifestar.

"A luta continua. Para o Brasil mudar, a luta não pode parar!", escreveu outro.

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São Paulo - Enxurradas de tuítes, comentários no Facebook, milhares de fotos publicadas no Instagram. Jovens protestando com uma bandeira na mão e um celular na outra para não perder nenhum registro: as redes sociais são as outras ruas e praças dos protestos no Brasil.

São o grande canal de comunicação que se mantém com força após quase duas semanas de protestos que surpreenderam o mundo.

A frase "o gigante acordou" se transformou em um dos lemas que se espalhou rapidamente graças à internet.

"Quando o povo acorda, o governo não dorme", tuitou um jovem. "Demorou a acordar e agora vai demorar a voltar a dormir", alertou outro.

"Chega de corrupção" é outro dos emblemas favoritos em um país há meses do julgamento histórico por corrupção do Mensalão.

Uma internauta comemorava no Twitter a manifestação que, na quinta-feira, levou às ruas brasileiras mais de 1,2 milhão de pessoas a protestar contra um amplo leque de temas como os milionários gastos na Copa do Mundo de 2014, a má qualidade dos serviços públicos e os políticos.


"Que orgulho, ontem foi lindo!", comentou, acrescentando as hashtags #ogiganteacordou e #vemprarua, outro slogan destas mobilizações, as maiores das últimas duas décadas no Brasil.

A onda de protestos, que surgiu contra o reajuste no preço do transporte público, derivou em uma reivindicação generalizada contra "tudo o que está errado neste país", como disse à AFP um jovem durante um protesto em São Paulo.

Contudo, as redes sociais também alimentam de informação os serviços de inteligência.

"O que obtemos na internet é informação aberta, como as datas dos protestos", declarou à AFP, Gustavo Weber, assessor de imprensa da Agência Brasileira de Inteligência, Abin.

Esta semana, o jornal O Estado de S. Paulo publicou que os serviços brasileiros monitoravam os protestos não só através das redes sociais, mas também pelos serviços de mensagens como o aplicativo Whatsapp para smartphones.

O responsável da Abin negou: "Isso é equivocado. Não estamos fazendo nenhum tipo de espionagem, nem quebrando contas de usuários nem obtendo senhas. As redes sociais são os sites onde mais se divulga informações. Com dezenas de cidades mobilizadas, seria uma irresponsabilidade da Abin não acompanhar o que está acontecendo".

Os debates são ferozes na rede e abordam, por exemplo, a violência em algumas manifestações. As autoridades destacaram o caráter pacífico dos protestos e repudiaram os atos de vandalismo em algumas cidades onde houve quebra-quebra, saques, veículos queimados e centenas de feridos.

"Já houve dois mortos, vamos protestar em paz", pede uma internauta após saber das mortes acidentais ocorridas na quinta-feira durante os protestos.

As mobilizações começaram em São Paulo convocadas pelo Movimento Passe Livre (MPL), que se comunica através de seu site ( https://www.facebook.com/passelivresp ).

Este movimento confirmou que continuará convocando protestos, inclusive depois de as autoridades revogarem o aumento da passagem do transporte público. Na sexta-feira, alguns porta-vozes tinham indicado que suspenderiam as convocações em oposição à violência e a rejeição de alguns manifestantes de protestar junto com membros de partidos políticos.

Uma bandeira do PT foi queimada na quinta-feira na marcha da Avenida Paulista.

Diante da eventual saída do MPL, o Twitter explodiu.

"O MPL de São Paulo se vendeu ao sistema. Vergonha", escreveu um usuário.

"Se o MPL vai embora por 20 centavos é a prostituta mais barata do mundo", disse outro, se referindo ao aumento revogado das tarifas de transporte que desatou as manifestações.

Pelo menos na internet, os brasileiros parecem continuar dispostos a se manifestar.

"A luta continua. Para o Brasil mudar, a luta não pode parar!", escreveu outro.

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