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Rede de internet móvel no Brasil é insuficiente para demanda da Copa de 2014

Estudo avaliou qualidade do serviço nas 12 cidades-sede do Mundial. São Paulo ficou em primeiro lugar no ranking

Estádio que será construído em Itaquera, São Paulo: banda larga móvel na região vai de regular a ruim (Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2010 às 17h13.

São Paulo – Até 2014, o dever de casa que o Brasil deve fazer para se preparar para a organização da Copa do Mundo passa pelo investimento em banda larga móvel. É o que indica um estudo divulgado nesta terça-feira (26) pela fabricante de equipamentos de telecomunicações Huawei, realizado em parceria com a consultoria Teleco e a empresa de benchmarking MY Business.

No fim de 2010, o Brasil deve ter um total de 18 milhões de usuários de banda larga móvel, modalidade que já é mais utilizada do que a banda larga fixa. No ano do Mundial, a projeção da Teleco aponta para o crescimento para uma base de 60 milhões de brasileiros adeptos do serviço. “Além dos usuários, a quantidade de dados vai crescer muito, isso sem contar os estrangeiros que virão para o país com seus smartphones e tablets”, diz Eduardo Tude, presidente da consultoria. “A rede ficaria completamente sobrecarregada”, afirma.

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“Obviamente este é um retrato de hoje, e ninguém esperava que já estivéssemos em condições de suprir a demanda hoje. Mas até lá a rede terá que evoluir muito”, alerta. No levantamento, realizado entre 20 de setembro e 13 de outubro, os pesquisadores percorreram as principais vias de acesso a estádios das 12 cidades-sede do Mundial e avaliaram dados como taxa de download e upload, latência na navegação, recebimento e envio de e-mail e serviço de video streaming utilizando modems móveis. Foram avaliadas as redes das operadoras Claro, Vivo, TIM e Oi, e calculadas as médias oferecidas por cidade.

O resultado deixou a desejar. No caso de São Paulo, que foi avaliada como a cidade com a melhor banda larga móvel entre as cidades-sede, o serviço de 3G ficou entre regular e ruim em praticamente toda a proximidade do local onde será construída a Arena Itaquera, que servirá aos jogos da Copa do Mundo. No Rio de Janeiro foi constatada baixa qualidade do sinal de duas operadoras nas vias de acesso ao Maracanã, em trechos da Linha Vermelha e na Ponte Rio-Niterói. Já em Brasília, a qualidade de todas as operadoras foi considera ruim em trechos do Eixo Rodoviário e do Parque Contorno do Bosque e na via de acesso ao Aeroporto Juscelino Kubitschek.

O mesmo estudo será realizado anualmente, segundo a Huawei, o que permitirá monitorar a evolução das redes de banda larga móvel no país. Para Tude, a implantação da rede LTE, ou 4G, será fundamental para que as operadoras dêem conta da sobrecarga de tráfego. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) compartilha da mesma opinião e já anunciou que pretende antecipar para 2011 a licitação das licenças de operação do 4G, visando justamente a realização da Copa do Mundo.

Ranking de cidades

Porto Alegre aparece como a cidade com a maior média de velocidade de download (724 kbps), seguida por São Paulo (668 kbps) e Rio de Janeiro (647 kbps). Na outra ponta da tabela estão Salvador (283 kbps), Natal (306 kbps) e Recife (390 kbps). A média das 12 cidades ficou em 567 kbps.

No upload, São Paulo ficou em primeiro (336 kbps), logo à frente de Porto Alegre (276 kbps) e Curitiba (265 kbps). Natal (140 kbps), Recife (153 kbps) e Salvador (191 kbps) foram as cidades com pior avaliação no indicador, bastante abaixo da média geral, de 249 kbps.

Outros indicadores avaliados foram de latência média na navegação, no qual Porto Alegre apareceu com a melhor avaliação, e qualidade de vídeo em streaming, liderado por Manaus.

No ranking geral do serviço de banda larga nas cidades-sede da Copa de 2014, São Paulo ficou em primeiro lugar, seguido por Porto Alegre, Curitiba e Cuiabá, capitais que ficaram acima da média nos indicadores taxa de download, taxa de upload, latência na navegação e qualidade de vídeo. Rio de Janeiro e Brasília ficaram empatados na quinta colocação, seguidos por Manaus e Fortaleza. As últimas cidades-sede do ranking, Fortaleza, Belo Horizonte, Natal, Recife e Salvador, aparecem abaixo da média em todos os indicadores citados.

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