Receita de anúncios do YouTube encolhe enquanto a empresa acirra disputa com o TikTok
O YouTube mostrou desempenho financeiro inferior ao ano passado ao gerar US$ 7,07 bilhões com anúncios na plataforma, o que representa uma queda de 2,7% em relação ao mesmo período em 2021
Repórter
Publicado em 27 de outubro de 2022 às 15h30.
Última atualização em 20 de março de 2023 às 11h56.
No mundo do conteúdo em vídeo, o YouTube elegeu o TikTok como concorrente a ser vencido. Para derrota-lo, criou novas frentes de ação, como a aba Shorts de vídeos curtos, e incrementou o já robusto sistema de monetização que distribui US$ 60 bilhões aos produtores do site.
Contudo, essa batalha indica já estar custando a receita da empresa controlada pela Alphabet. É o que o mostra o declínio na receita do site de streaming de vídeo apresentado no balanço do Google, terça-feira, 27.
- A solidão da Meta (M1TA34): por que a controladora do Facebook caiu mais do que todas as Big Techs
- PMEs encolhem 3,9% em setembro; Black Friday e Copa do Mundo devem aquecer fim de ano
- Com foco em inovação dentro de e-commerces, Oli quer faturar R$25 milhões em seu primeiro ano
- Dona do Facebook acumula quase R$ 50 bilhões de prejuízo com metaverso em 2022
- YouTube aumenta o número de anúncios entre vídeos e deixa assinatura Premium família 10% mais cara
- Oriba: como a marca de moda masculina deve ganhar alcance nacional após ‘casamento’ com a Shoulder
VEJA TAMBÉM:
Na playlist triste do Spotify o ritmo é de prejuízo milionário
No balanço, o YouTube mostrou desempenho financeiro inferior ao ano passado ao gerar US$ 7,07 bilhões com anúncios na plataforma, o que representa uma queda de 2,7% em relação ao mesmo período em 2021 e queda de 4,1% em relação ao 2º trimestre de 2022.
Trata-se da primeira queda desde que a Alphabet começou a relatar o desempenho do YouTube separadamente há dois anos e marca uma desaceleração financeira no dominante hub de vídeo na Internet.
O declínio foi atribuído em parte ao agravamento da economia em todo o mundo, com o aumento da inflação e as pressões sobre os orçamentos das famílias levando a uma retração no setor de publicidade.
Mas há também o fator TikTok. De acordo com uma pesquisa dos analistas de mercado data.ai, o TikTok é o número um em todo o mundo em gastos do consumidor.
Mas a discrepância é muito maior quando se trata de usuários ativos. O TikTok está em quinto lugar, mas o YouTube não está nem mesmo no top 10.
O YouTube ainda lidera os gastos do consumidor nos EUA, seu maior mercado, mas mesmo lá o TikTok está no seu encalço.
O TikTok foi baixado 74,5 milhões de vezes em todo o mundo em setembro de 2022, enquanto o YouTube o seguiu com 19,7 milhões de downloads, mostra a análise do data.ai.
O conflito, ao final, deve definir o próximo momento da produção livre de vídeos. O formato do YouTube, com vídeos mais longos, mais intervalos de anúncios e um público mais antigo, é mais fácil de monetizar do que a rolagem infinita curta do TikTok. Mas o TikTok é a estrela do zeitgeist, forçando o YouTube a ter que se atualizar.
Assim, com o YouTube tentando perseguir o público do TikTok, o TikTok tornou seu serviço mais parecido com o YouTube. A empresa triplicou sua duração máxima de vídeo para 10 minutos em fevereiro, e deixou os 15 segundos, com o qual o serviço foi lançado, para trás.
O aplicativo também tem recursos de transmissão ao vivo, um serviço de compras e um player de música em teste, todas as ofertas que o YouTube tem há anos.
O TikTok não é imune à concorrência. Com a meta de Mark Zuckerberg reformulando o Facebook e o Instagram para espelhar sua alardeada página For You, e iniciantes como BeReal e Gas oferecendo versões mais “autênticas” de mídias sociais se tornando populares entre os adolescentes, é improvável que a reviravolta no setor termine em breve.