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Semantix pode dobrar de tamanho em 2020 após "quase prever" o coronavírus

Companhia que atua com big data já cresceu 120% no primeiro semestre e prevê faturar 200 milhões de reais até o fim do ano

Semantix: empresa comandada por Leonardo Santos pode faturar mais de R$ 200 milhões neste ano (Semantix/Divulgação)
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Rodrigo Loureiro

Publicado em 5 de agosto de 2020 às 07h00.

Última atualização em 5 de agosto de 2020 às 21h35.

Há quem diga que grandes negócios surgem nas crises. Este talvez seja o que pensamento de Leonardo Santos, executivo que comanda a Semantix. A empresa que atua com análise de dados com o uso tecnologias como inteligência artificial , big data e analytics quer faturar 200 milhões de reais neste ano – o dobro do que ganhou no ano passado. A aposta para isso se dá na transformação digital no momento em que a sociedade mais precisa se digitalizar. “Quem estava postergando essa digitalização, agora encara como uma questão de sobrevivência”, diz Santos.

Fundada em 2010 e com uma carta de clientes que inclui a Mercedes, os bancos Bradesco , Santander e Itaú , além de operadoras de telefonia como Claro e Vivo,a Semantix desenvolve tecnologias que permitem que seus clientes tenham a maior quantidade de dados possível para gerenciarem seus negócios. “Está todo mundo endividado. A tomada de decisão precisa ser mais apurada e os dados são direcionadores neste sentido”, diz Santos.

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Uma pesquisa realizada pela consultoria Markets and Markets aponta que o mercado de transformação digital dos mais variados negócios deve movimentar 470 bilhões de dólares neste ano e a previsão é de que esta cifra supere 1 trilhão de dólares em 2025. A expectativa é de que o setor cresça a uma média de 16,5% ao ano. Já o setor de análise de big data, que movimentou 8,5 bilhões de dólares em 2017, segundo a Frost & Sullivan, deve girar em torno de 40,6 bilhões de dólares em 2023 – crescimento de 29,7% ao ano.

Para crescer, a Semantix parece ter previsto a crise. A companhia foi às compras em 2020 e adquiriu negócios nas áreas de varejo e saúde, altamente impactadas pela crise. Entre janeiro e março deste ano, a companhia comprou a operação da FastOmni, que atua com o e-commerce para pequenas e médias empresas, e da Tradimus, que foca em serviços de inteligência para hospitais, clínicas e laboratórios. Os valores das duas transações não foram revelados.

A pandemia não é a única responsável pelo crescimento daSemantix. A companhia diversificou e apostou em operações fora do Brasil, com filiais no México, na Colômbia e mais recentemente nos Estados Unidos, graças a uma parceria com o aplicativo de delivery Rappi . “Os Estados Unidos é país que mais consome plataformas digitais do mundo ao lado da China”, afirma Santos.

Mais do que apenas expandir seus negócios para fora das fronteiras territoriais brasileiras, há um ponto financeiramente estratégico dessas incursões internacionais: o câmbio. A receita das operações fora do Brasil é obtida em dólar, o que diminui o risco operacional em relação a disparada de mais de 30% no valor moeda americana ante o real, que já está cotada em 5,32 reais por unidade.

Por ora, o plano vai caminhando de acordo com o planejado. Ou até melhor do que as expectativas iniciais sugeriam. Durante o primeiro semestre deste ano, a companhia registrou crescimento de 120%. Se manter a taxa, vai faturar 20 milhões de reais a mais do que planejou no início de 2020.

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