Quanto o iPhone 12 custa para a Apple?
A tela OLED e o processador A14 são componentes que elevaram o custo total do smartphone
Lucas Agrela
Publicado em 12 de janeiro de 2021 às 12h31.
Última atualização em 12 de janeiro de 2021 às 14h48.
O custo de produção de produtos eletrônicos é o tipo de segredo que empresas como a Apple guardam sob sete chaves. Mas consultorias de mercado conseguem fazer estimativa desse valor com base no custo total dos materiais. A mais recente é sobre o iPhone 12 , o modelo intermediário entre os três novos smartphones da Apple. A consultoria Counterpoint Research, uma das mais respeitadas da China, estima que o custo do iPhone 12 para a empresa seja de 431 dólares, ou seja, 26% a mais do que o custo estimado para o iPhone 11, de 2019.
A Apple vende o iPhone 12 a 799 dólares nos Estados Unidos. No Brasil, o aparelho tem preço sugerido de 7.999 reais.
Os modelos de smartphones da Apple vendidos nos Estados Unidos, que foram estudados na análise da consultoria, podem custar mais devido à compatibilidade com a rede 5G no padrão de frequências de ondas milimétricas, um tipo de conexão que ainda não teve frequências definidas pela Anatel, Agência Nacional de Telecomunicações, no Brasil.
O que aumenta o preço do iPhone?
A Counterpoint Research estima que a Apple pague para a fabricante de chips Taiwan Semiconductor Manufacturing Company, responsável pela fabricação de microprocessadores, 17 dólares a mais pelo chip do iPhone 12, chamado A14, do que pagava pelo modelo utilizado no iPhone 11, o A13.
“A nova geração de processadores móveis da Apple, o A14 Bionic, contém 11,8 bilhões de transistores, um aumento de 39% em relação aos 8,5 bilhões do A13. Isso fornece melhorias significativas de desempenho em aspectos de CPU, GPU e mecanismo neural. Dado o custo muito mais alto do wafer de 5 nanômetros (quase o dobro do custo de 7 nanômetros), estima-se que o processador do aplicativo sozinho apresente um aumento de custo de mais de 17 dólares”, segundo a consultoria.
Outra mudança que acarretou custo adicional para a Apple na produção do iPhone 12 foi a troca da tela de LCD para OLED, que utiliza diodos emissores de luz em vez de um painel de LCD retroiluminado. Com isso, cada unidade ficou 23 dólares mais cara de ser produzida.
Por outro lado, a consultoria pondera que a Apple pode ter conseguido poupar custos ao diversificar a cadeira de fornecedores de componentes, uma medida que, de quebra, reduz o risco do negócio.