Smartphone: um único aparelho consome quase 13 mil litros de água, além de outros recursos naturais. Mas a um custo ambiental salgado.
(Thinkstock/)
São Paulo – O mercado global de smartphones não para de crescer. Com quase um bilhão de aparelhos produzidos por ano, estes pequenos computadores de bolso revolucionam a forma como vivemos. Apesar do tamanho diminuto, eles também requerem grande quantidade de matérias-primas para serem produzidos, além de água, terra e outros recursos naturais.
Estudo feito pela consultoria ambiental Trucost para a ONG Friends of the Earth traz alguns dos números invisíveis da pegada ecológica da produção desses aparelhos.
Segundo a pesquisa, a produção de um smartphone genérico demanda nada menos do que 18 metros quadrados de terra e 12.760 litros de água (o equivalente a cerca de 160 banhos pelos cálculos da ONG).
Dois quintos do impacto da água deve-se à poluição nas fases de fabricação e montagem de componentes, e outra parte para a produção de embalagens. A “pegada da terra” leva em conta as áreas de exploração de materiais utilizados para fabricar o aparelho e suas embalagens.
Tomar consciência a respeito desses fatores ocultos, que não são expostos nas embalagens e nem nos anúncios publicitários, é uma forma de pressionar a indústria de eletroeletrônicos a se tornar mais eficiente no consumo de insumos e na geração de resíduos.
Matérias-primas
Analisar a pegada da cadeia de fornecimento dos smartphones é uma tarefa complexa e alguns dos dados são difíceis de obter. Para estimar a pegada ambiental de um smartphone, a Trucost trabalhou com base em dados disponíveis das 10 maiores fabricantes do aparelho.
Além da água e da terra, as matérias-primas em um smartphone incluem minerais, tal como o lítio, tântalo e cobalto e metais raros, a exemplo da platina.
Ulet Ifansasti/Friends of the Earth
Mineração em Bangka: quase um terço da oferta mundial de estanho, componente-chave para produção de eletroeletrônicos, vem da Indonésia
Muitos dos principais componentes utilizados em smartphones são também usados para uma variedade de dispositivos eletrônicos, fazendo com que a pegada ambiental desses aparelhos represente, apenas, uma pequena parte da demanda por recursos do setor.
Elementos raros da terra (um grupo de dezessete elementos químicos que ocorrem juntos na tabela periódica), por exemplo, são utilizados para a fabricação de ímãs, baterias, luzes LED, alto-falantes, placas de circuito e vidro polido de telas.
O mercado global de elementos raros é dominado pela China, onde as minas deixam uma marca pesada sobre o meio ambiente na forma de resíduos.
A pesquisa destaca o arsênico, bário, chumbo, cádmio, fluoretos e sulfatos, e uma tonelada de minérios que geram milhares de litros de águas residuais ácidas, grandes quantidades de gases residuais e até mesmo resíduos radioativos.
Custo humano
Um trabalho de investigação da ONG em campos de mineração de estanho em torno de Bangka Island, na Indonésia, revelou taxas de mortalidade e de lesões terríveis para os trabalhadores envolvidos.
O estanho é um componente-chave em smartphones e outros aparelhos eletrônicos, e quase um terço da oferta mundial vem da Indonésia.
“A mineração de estanho é, contudo, uma atividade devastadora do meio ambiente local, destruindo florestas costeiras, contaminando a água potável e degradando o solo”, diz o relatório.
A pesquisa também destaca que a mineração no mar danifica os recifes de coral, afetando populações de peixes e forçando muitos pescadores a voltar-se para a mineração para se sustentar.
Mineração em Bangka: quase um terço da oferta mundial de estanho, componente-chave para produção de eletroeletrônicos, vem da Indonésia
Condições impróprias de trabalho
Smartphones e outros dispositivos eletrônicos, geralmente, têm fabricação terceirizada para fábricas na China, Filipinas, Singapura e Taiwan, onde tem havido inúmeras alegações de má condições de trabalho, utilização de mão de obra infantil e abuso dos trabalhadores.
Fabricante do iPhone, a Apple afirma auditar seus fornecedores, mas tem enfrentado acusações de má condições de trabalho, com relatos de mortes de trabalhadores em fábricas chinesas.
No final de 2012, a empresa anunciou que estava movendo um pouco de sua produção para o Estados Unidos, embora grande parte da produção ainda permaneça além mar.
Um vídeo recente divulgado pela BBC mostra as condições precárias de trabalho do que seria uma das fábricas da Apple na China.
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1. O material do futuro
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1/34 (Wikimedia/Domínio Público)
São Paulo - Com 1001 utilidades, o grafeno promete ser um dos principais
materiais por trás das
tecnologias do futuro.
Tendência no mundo da
ciência, a forma super-resistente do
carbono tem aplicações que vão de raquetes de tênis a preservativos. A seguir, veja algumas delas.
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2. Aperfeiçoar raquetes
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2/34 (Getty Images)
Em seu
site, a fabricante de raquetes de tênis HEAD anuncia um modelo que conta com grafeno em sua composição. Segundo a empresa, o material permite a melhor distribuição do peso e dá mais velocidade ao saque de jogadores como o sérvio Novak Djokovic.
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3. Desintoxicar água
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3/34 (Wikimedia Commons)
Um estudo de cientistas da
Rice University identificou que o óxido de grafeno tem entre suas propriedades a capacidade de remover material radioativo de água contaminada.
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4. Filtrar água
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4/34 (Oscar Siagian/Getty Images)
Outro trabalho, agora da universidade inglesa de
Manchester, mostrou que o grafeno é impermeável a tudo, exceto uma coisa: água - o que pode ajudá-lo a filtrá-la.
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5. Embalar alimentos
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5/34 (Divulgação)
Um papel anti-bactérias para embalar alimentos foi criado na
Universidade de Xangai. Feito à base de grafeno, ele só é permeável à água e inibe o crescimento de micro-organismos.
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6. Fabricar camisinhas
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6/34 (Robyn Beck/AFP)
Dois projetos de preservativo feitos a partir de grafeno estão sendo financiados pela
Fundação Bill e Melinda Gates. A escolha do material se deve à sua impermeabilidade.
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7. Tatuar dentes
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7/34 (Peter Macdiarmid / Getty Images)
Que tal tatuar em um dente um sensor de grafeno capaz de monitorar sua saúde bucal? Na
Princeton University, está sendo desenvolvido um estudo para pôr a ideia em prática.
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8. Transmitir FM
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8/34 (Getty Images)
Na universidade americana de
Columbia, engenheiros usaram o grafeno para desenvolver o menor transmissor de frequência modulada (FM) de que se tem notícia.
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9. Tirar fotos
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9/34 (Adam Berry/Getty Images)
Cientistas da
Nanyang Technological University, em Singapura, usaram a sensibilidade à luz do grafeno para criar um sensor para câmeras 10 vezes melhor que os atuais.
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10. Reparar aviões
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10/34 (Wikimedia/Laurent ERRERA)
No futuro, compósitos plásticos feitos a partir de grafeno podem ser úteis para reparar danos em carros e aviões - em função da resistência e leveza deste material. Quem afirma é a universidade de
Manchester.
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11. Ouvir (bem) música
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11/34 (Karl-Erik Bennion/stock.xchng)
Em função da baixa densidade e da enorme resistência, o grafeno pode ser usado na confecção de fones de ouvido capazes de reproduzir o som com altíssima qualidade. Foi o que apontou um estudo desenvolvido pela
Universidade da Califórnia.
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12. Reforçar smartphones
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12/34 (Dado Ruvic/Reuters)
A
Nokia ganhou em janeiro um prêmio de 1,3 bilhão de dólares para desenvolver pesquisas com grafeno. Espera-se que a empresa use o material no acabamento de smartphones.
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13. Recarregar baterias
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13/34 (Marcelo Kura)
Ricarhd Kaner, pesquisador da
Universidade da Califórnia, desenvolveu a partir do grafeno baterias para smartphones e notebooks que são inteiramente recarregadas em cinco e 10 segundos, respectivamente.
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14. Aumentar duração de carga
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14/34 (Divulgação)
Baterias de lítio com eletrodos de grafeno armazenam 10 vezes mais carga do que o normal. A constatação é de pesquisadores americanos da
Northwestern University.
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15. Turbinar a internet
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15/34 (Patrick T. Fallon/Bloomberg)
Interruptores ópticos feitos a partir de grafeno aumentaram em 100 vezes a velocidade da transmissão de dados em experimentos nas universidades inglesas de
Bath e Exeter.
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16. Captar energia
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16/34 (Getty Images)
Na
Universidade da Flórida, pesquisadores usaram o grafeno para confeccionar um painel que capta energia solar. Experiências do tipo também alcançaram sucesso em Oxford.
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17. Detectar vazamentos de gás
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17/34 (Mario Proenca/Bloomberg)
A capacidade de armazenar amônia e outros gases torna o grafeno útil na detecção de vazamentos. A utilidade foi descoberta por pesquisadores de
China e EUA em parceria.
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18. Remover explosivos
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18/34 (©AFP / Jack Guez)
Como explosivos geralmente exalam gases e substâncias químicas, cientistas americanos da
Rensselaer Polytechnic Institute têm usado grafeno para detectar ameaças do tipo.
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19. Evitar corrosão
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19/34 (Rafal Konkolewski/Wikimedia)
Tão efetivo quanto os revestimentos usados normalmente para evitar ferrugem, o grafeno é cinco vezes mais fino. Quem fornece o dado é a
Vanderbilt University, dos EUA.
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20. Extender vida útil
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20/34 (Getty Images)
Estudo da
Chalmers University of Technology, na Suécia, revelou que aplicar uma camada de grafeno esfria e, por isso, estende a vida útil de componentes eletrônicos.
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21. Criar espelhos inteligentes
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21/34 (Stock.XCHNG/Divulgação)
Circuitos invisíveis podem ser feitos de grafeno, que é transparente e bom condutor. Na
Universidade de Exeter, foi criado um material baseado nisso para espelhos inteligentes.
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22. Transferir dados
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22/34 (ESO/José Francisco Salgado)
Pesquisadores da universidade americana
Georgia Tech estão desenvolvendo uma antena de grafeno capaz de transferir um terabyte de dados em apenas um segundo.
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23. Armazenar dados
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23/34 (Ilker / SXC)
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24. Fazer “papel”
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24/34 (MorgueFile)
Uma parceria entre
China e Dinamarca deu origem a um suporte microscópico capaz de armazenar dados. Nele, o grafeno funciona como "papel" e os eletróns, como "tinta".
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25. Acelerar chips
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25/34 (Getty Images)
A
IBM está usando grafeno e silício combinados para desenvolver um novo tipo de chip mais potente, que deve chegar ao mercado em breve.
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26. Melhorar a visão
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26/34 (Flickr.com/kylemay)
Engenheiros da
Universidade do Michigan usaram o grafeno para desenvolver lentes ultra-finas capazes de capturar imagens em infravermelho - revelando assim áreas de calor em ambientes comuns.
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27. Isolar tumores
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27/34 (Getty Images/Getty Images)
Em testes realizados com células animais na
Polônia, o grafeno apresentou bons resultados no combate ao glioma (tipo de tumor que aparece no cérebro e na espinha). Ao formar uma rede em torno da célula doente, o grafeno cortava seu suprimento de oxigênio e nutrientes - terminando por levá-la à morte.
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28. Reduzir medicação
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28/34 (Roberto Stelzer/VEJA)
Um estudo das universidades da California e do Michigan mostrou que o uso do grafeno em implantes cardíacos permite que pacientes vivam tomando menos
anticoagulantes.
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29. Desenvolver próteses neurais
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29/34 (Getty Images)
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30. Formar músculos
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30/34 (Bryn Lennon/Getty Images)
Combinado a um filme elástico de polímero, o grafeno pode ser uma boa matéria-prima para músculos artificiais - de acordo com pesquisas da
Duke University, nos EUA.
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31. Trocar células da retina
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31/34 (Shelby H. / Wikimedia Commons)
Células da retina foram substituídas por tecido feito a partir de grafeno em testes realizados por pesquisadores alemães da
Technical University of Munich.
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32. Sequenciar DNA
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32/34 (sxc.hu)
Usando água, eletricidade, DNA e grafeno, pesquisadores da universidade de
Harvard e do MIT desenvolveram um novo método para sequenciar o material genético.
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33. Guardar segredos
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33/34 (NASA, ESA and the Hubble Heritage Team (STScI/AURA))
Localizado por um telescópio da
NASA em algumas áreas do espaço, o grafeno pode ajudar a responder importantes questões relativas ao surgimento da vida na Terra.
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34. Agora, saiba mais sobre outra maravilha contemporânea
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34/34 (ALEXANDRE BATTIBUGLI)