Processador para carros conectados é a nova aposta da Samsung
Empresa já tem nos planos investir US$ 22 bilhões em carros e outros setores estratégicos em três anos
Gustavo Gusmão
Publicado em 17 de outubro de 2018 às 13h20.
Última atualização em 17 de outubro de 2018 às 13h20.
São Paulo — A Samsung entrou de vez no ramo dos carros inteligentes. A empresa sul-coreana anunciou seu primeiro processador dedicado a automóveis, o Exynos Auto, junto com um novo sensor de imagens para veículos, o ISOCELL Auto. Ambos ainda não têm data de lançamento definida, mas serão mostrado durante a International Suppliers Fair, evento de fornecedores de peças que acontece em Wolfsburg, Alemanha, nesta semana.
O Exynos Auto desempenhará basicamente a mesma função de um processador para smartphones, mas em um carro. Ele será o responsável por fazer funcionar as aplicações de infotenimento, os assistentes de direção e a telemática (a comunicação e a transmissão de dados) em carros conectados. Os processadores Exynos Auto serão divididos em três sub-categorias diferentes, V, A e T, dedicadas a cada um desses três pilares.
Já os sensores de imagem ISOCELL Auto servirão como os “olhos” dos carros e, segundo a Samsung, os ajudarão a ter melhor visibilidade da pista e dos arredores mesmo em ambientes com pouca luz. Os novos sensores foram construídos usando como base a mesma tecnologia de isolamento de pixels que a marca sul-coreana usa em outras câmeras.
O anúncio vem poucos meses após a companhia revelar que pretende investir 22 bilhões de dólares em frentes como inteligência artificial, 5G, setor biofarmacêutico e carros nos próximos três anos. A marca parece ver nessas áreas um bom potencial de crescimento e de geração de receita — e já começou a investir pesadamente nelas para se garantir no futuro próximo.
No caso específico dos carros conectados, é uma tendência com a qual o restante do mercado parece concordar. Pesquisas inclusive apontam para um crescimento bastante acentuado no setor. A McKinsey acredita que o valor desse mercado deve bater a casa dos 170 bilhões de euros até 2020, contra 30 bilhões de euros registrados em 2014. A estimativa da PwC, por sua vez, é de que as receitas quadrupliquem entre 2015 e 2020. A Netscapes, por fim, prevê uma taxa de crescimento anual composta de 19% para o mercado global até 2022.