(Anadolu Agency / Colaborador/Getty Images)
Lucas Agrela
Publicado em 4 de fevereiro de 2021 às 18h26.
Última atualização em 5 de fevereiro de 2021 às 14h19.
O aplicativo de mensagens WhatsApp esteve envolvido em uma polêmica de privacidade no começo deste ano, após o anúncio de mudanças em termos de privacidade que permitiriam o compartilhamento de informações com o Facebook. Depois da má recepção da notícia por usuários, que migraram para rivais como Signal e Telegram, o WhatsApp adiou para 15 de maio a alteração em seus termos. Mas o que o aplicativo realmente sabe sobre cada usuário?
A premissa do WhatsApp sempre foi a oferta de um canal de comunicação via internet no celular. O negócio nunca teve rentabilização de dados dos usuários, uma posição fortemente defendida pelos fundadores do app, Brian Acton e Jan Koum -- ambos já fora da empresa.
Por isso, há anos, o aplicativo conta com uma tecnologia de criptografia de ponta a ponta. Todas as mensagens que são trocadas por você com outros contatos são codificadas ao sair do seu aparelho e só podem ser decodificadas com uma tecnologia de segurança presente nos aparelhos dos destinatários. Para os íntimos da criptografia, trata-se da história das chaves públicas e privadas.
Com isso, nem mesmo o WhatsApp pode entender o teor das conversas, nem armazena dados de conversas - o que já levou ao bloqueio judicial do aplicativo em território nacional na década passada por diversas vezes.
Vale notar que o WhatsApp pode armazenar por até 30 dias uma mensagem criptografada que não tenha sido entregue ao destinatário. Após o período, a empresa diz apagar a mensagem.
O aplicativo recebe informações de duas maneiras: automaticamente e quando você as fornece.
Os dados coletados automaticamente são status online e visto por último; registros de falhas; data de cadastro; e registro de funcionalidades utilizadas, como envio de mensagens, grupos ou chamadas. Todos esses dados são coletados de forma obrigatória para o uso do aplicativo. Vale notar que o WhatsApp diz não possuir registros sobre com quais contatos você trocou mensagens ou fez chamadas de voz e vídeo.
Já os dados fornecidos pelo usuário são coisas como número de telefone, foto de perfil, nome, e-mail, contatos da agenda e dados de transações no WhatsApp Pay (em países onde a função de pagamentos já está disponível). Nome de perfil e telefone são informações de preenchimento obrigatório para o uso do aplicativo.
Com o uso no computador ou notebook, vale notar que, como na maioria das redes sociais e sites de qualquer tipo, há coleta de dados de navegação, chamados cookies. Eles podem ser desabilitados, mas podem comprometer a experiência de uso. Para bloquear essa coleta, basta abrir a aba do WhatsApp Web, clicar no cadeado ao lado da URL (no Chrome) e clicar em “cookies”.
Apesar do sigilo absoluto em conversas com pessoas físicas, em caso de conversas com contas comerciais, as mensagens podem ser compartilhadas com a empresa em questão ou com parceiros.
Em termos amplos e pouco específicos, o WhatsApp afirma que pode utilizar os dados coletados dos usuários para finalidades como “operar, executar, aprimorar, entender, personalizar, dar suporte e comercializar [os serviços da empresa]”.
Para saber em detalhes os dados que a empresa tem sobre você, atendendo a exigências da lei geral de proteção de dados pessoais da União Europeia, é possível fazer o download do relatório de informações do app sobre cada pessoa. O caminho para fazer isso no WhatsApp é: Configurações>Conta>Solicitar dados da conta.