Celulares na China: além da Huawei, a Xiaomi também deve começar a vender seus aparelhos no Brasil em maio (Issei Kato/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2019 às 06h20.
Última atualização em 17 de maio de 2019 às 11h41.
Já passaram cinco anos desde que gigante de telecomunicações chinesa Huawei deixou de vender seus smartphones no Brasil, em 2014. De lá para cá, a empresa, focada na Ásia, pulou de quarta para segunda maior fabricante de celulares do mundo, à frente da americana Apple e atrás da coreana Samsung. Nesta sexta-feira 17, a empresa volta ao Brasil, a lançar por aqui seu novo celular topo de linha, o P30.
O segredo da Huawei para saltar de 6% para 19% de participação no mercado mundial desde 2014 foi apostar em produtos de boa qualidade a preços menores. A parceria com a fabricante de lentes alemã Leica é vista como um dos divisores de água para — literalmente — melhorar a imagem da companhia chinesa, fazendo os celulares da Huawei ficarem no mesmo nível dos concorrentes mais caros.
Anteriormente, a Huawei vendia no Brasil aparelhos de entrada e com resultados não muito bons. A estratégia, agora, é focar em produtos intermediários e de ponta. A versão mais barata do P30, a Lite, vai custar 2.499 reais, e a mais cara, a Pro, 5.499 (em uma estratégia agressiva, contudo, a Huawei vem oferecendo descontos de mais de 2.000 reais em algumas lojas). A empresa também deve começar a fabricar os aparelhos no Brasil em breve, embora não com fábricas próprias.
A Huawei é o expoente de um novo momento para as chinesas: enquanto o número de smartphones vendidos caiu pela primeira vez na história em 2018, a empresa viu suas vendas crescerem 35%, com bons resultado na Ásia e na Europa. Outras chinesas como Xiaomi e ZTE também tiveram crescimento na casa dos dois dígitos no ano passado. A Xiaomi também planeja a chegada ao Brasil em maio, com um evento marcado para o próximo dia 21 em que deve anunciar os lançamentos.
Expandir para um mercado de 200 milhões de habitantes e em que há mais de um smartphone por pessoa já seria uma necessidade para qualquer gigante da tecnologia, mas pode ser particularmente importante para a Huawei e outras chinesas em um momento de guerra comercial da China com os Estados Unidos.
A Huawei, que também fabrica redes e é pioneira na tecnologia de internet ultrarrápida 5G, foi banida dos Estados Unidos pelo governo do presidente Donald Trump, que a acusa de espionar seus cidadãos e empresas. Neste cenário, voltar ao Brasil era questão de tempo. A hora chegou.