Paris tramita exclusão do WikiLeaks do servidor francês
Argumento do Ministério de Economia Digital é que país não pode abrigar sites classificados de criminosos
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 12h06.
Paris - O ministro de Economia Digital francês, Eric Besson, iniciou nesta sexta-feira o procedimento para que WikiLeaks deixe de ser hospedado em seu servidor francês, ao considerá-lo "criminoso" por revelar documentos confidenciais americanos.
Besson escreveu ao Conselho Geral da Indústria, Energia e Tecnologias (CGIET) para que acabe com a presença do site do servidor OVH, baseado em Roubaix, no norte do país.
"Esta situação não é aceitável. A França não pode abrigar sites que violam o segredo das relações diplomáticas e põem em risco pessoas protegidas pelo segredo diplomático", indicou Besson em carta enviada ao CGIET e à qual teve acesso à Agência Efe.
O ministro indicou que a França "não pode alojar sites classificados de criminosos e rechaçados em outros Estados por causa dos danos causados aos direitos fundamentais".
Besson pede ao organismo ajuda para que indique "as ações que podem ser empreendidas a fim de que este portal não seja hospedado na França".
Acrescentou que em um primeiro momento tratará de "sensibilizar" aos servidores "das consequências de seus atos" antes de obrigar a "enfrentar suas responsabilidades".
WikiLeaks encontrou refúgio no servidor francês OVH na quinta-feira, depois que foi expulso do servidor americano Amazon por pressões de Washington.
Ao mesmo tempo, o site fundado por Julien Assange, está hospedado na Suécia pelo servidor Bahnhof.
O polêmico site enfrenta problemas com seu domínio. Até agora a página era consultada no wikileaks.org, até ter o serviço suspenso na última quinta-feira à noite pela empresa Everydns, que faz a gestão de domínios de internet. Desde então, o teve de mudar seu domínio e pode ser visitado no site wikileaks.ch.