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Paquistão diz que Facebook bloqueia "conteúdos blasfemos"

O bloqueio a 62 páginas com o conteúdo estaria sendo feito a pedido do Executivo paquistanês

Facebook: o governo, por sua vez, fechou 45 sites com conteúdo contra o islã (Franco Bouly/Flickr)

Facebook: o governo, por sua vez, fechou 45 sites com conteúdo contra o islã (Franco Bouly/Flickr)

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EFE

Publicado em 28 de março de 2017 às 13h42.

Islamabad - O ministro do Interior do Paquistão, Chaudhry Nisar Ali Khan, afirmou que o Facebook está bloqueando conteúdos blasfemos a pedido do Executivo paquistanês, após Islamabad ameaçar as redes sociais que permitissem publicações anti-islâmicas.

"Os gerentes do Facebook nos escreveram transmitiram a nosso embaixador (em Washington) que tomarão medidas sobre nossas preocupações sobre conteúdo inaceitável", indicou Ali Khan em entrevista coletiva na capital paquistanesa.

"Qualquer um pode se tornar violento após ver material sacrílego", disse o ministro.

O político disse que o Facebook bloqueou no país 62 páginas com conteúdo blasfemo e o governo, por sua vez, fechou 45 sites com conteúdo contra o islã.

Um porta-voz do Ministério do Interior, Sarfraz Hussain, disse à Agência Efe que o Facebook bloqueou 85% das blasfêmias da rede social e que a embaixada paquistanesa em Washington discutiu a questão com o governo dos Estados Unidos, por se tratar de uma empresa americana.

Ao mesmo tempo, o Tribunal Superior de Islamabad estuda uma denúncia de um cidadão contra as redes sociais por insultos contra o islã.

Perante esse tribunal, o presidente da Autoridade de Telecomunicações do Paquistão, Ismael Shah, afirmou ontem que foi formada uma equipe de 25 pessoas para eliminar conteúdo anti-islâmico na internet e até o momento foram tomadas medidas contra 40 páginas, segundo o jornal "Dawn".

O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, ordenou em meados de março que os conteúdos blasfemos contra o profeta Maomé nas redes sociais fossem eliminados e que seus autores fossem julgados dentro da lei anti-blasfêmia do país.

Em janeiro, cinco ativistas paquistaneses críticos ao extremismo religioso e conhecidos por expressar suas opiniões nas redes sociais desapareceram misteriosamente e reapareceram três semanas depois.

Os blogueiros foram acusados de promover conteúdo blasfemo nas redes sociais por mulás radicais e apresentadores de televisão.

A blasfêmia é uma controversa e perigosa questão no Paquistão, após o endurecimento das leis coloniais britânicas nos anos 80 que estabeleceram penas de morte por este crime, embora ninguém tenha executado por isso.

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