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Os países que mais censuram a internet (e os mais livres)

Relatório anual da ONG Freedom House avaliou a situação do acesso à internet em 65 países e constatou o declínio da liberdade em todo o mundo

Censura na internet: pelo quinto ano consecutivo, a liberdade de expressão na internet diminuiu em todo o mundo, constatou a Freedom House (Ronstik/ThinkStock)

Gabriela Ruic

Publicado em 31 de outubro de 2015 às 10h41.

São Paulo – Pelo quinto ano consecutivo, a liberdade de expressão na internet diminuiu em todo o mundo. A constatação é do relatório Freedom of the Net 2015, produzido pela organização não governamental Freedom House.

O estudo investigou o acesso à internet em 65 países e avaliou que 42 deles solicitaram a retirada de conteúdos de teor político, religioso e social. Em 2014, esse número foi 37. Neste ano, 40 governos prenderam pessoas que compartilharam esse tipo de informação, enquanto que 14 deles aprovaram leis que aumentam a vigilância na web.

A Freedom House estima que internet no mundo tenha hoje com três bilhões de usuários. 47% deles vivem em países nos quais pessoas já foram mortas ou atacadas por causa das suas atividades na internet. 58% estão em locais onde blogueiros foram presos por terem se manifestado acerca de questões políticas ou religiosas.

A partir dessa investigação, a ONG atribuiu notas aos países e determinou quais são os que mais censuram a internet e também quais são os que mais respeitam a liberdade nesse ambiente. Quanto mais próxima de 100 for a nota, maiores as restrições. EXAME.com compilou os resultados em duas tabelas. Veja abaixo.

Países que mais censuram a internet:

PaísNota
China88
Síria87
Irã87
Etiópia82
Cuba81
Uzbequistão78
Vietnã76
Arábia Saudita73
Bahrein72
Paquistão69

Países que mais respeitam a liberdade de expressão:

PaísNota
Islândia6
Estônia7
Canadá16
Alemanha18
Austrália19
Estados Unidos19
Japão22
Itália23
França24
Geórgia24
São Paulo – Em 2014, 221 jornalistas foram presos em todo o planeta por conta do seu trabalho. Só na China , o lugar que mais prende estes profissionais, 44 pessoas estão ou estiveram nesta situação no ano passado. Desde 1992, foram registradas mais de 1.123 mortes de jornalistas enquanto no exercício de suas funções e o local considerado o mais mortal é o Iraque: 166 pessoas morreram no país nos últimos 23 anos. Estes dados são do Comitê de Proteção dos Jornalistas, uma organização internacional que promove a liberdade de imprensa . Recentemente, a entidade divulgou seu ranking anual no qual mostra quais países do mundo mais tentam censurar jornalistas. Para tanto, avaliou as diferentes iniciativas dos governos para barrar atividades jornalísticas como medidas repressoras, que incluem até mesmo a prisão, e também as restrições quanto ao uso da internet. Confira nas imagens.
  • 2. 1º Eritrea

    2 /10(Sean Gallup/Getty Images)

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    O país é aquele que conta com o maior número de jornalistas presos em toda a África (22 pessoas que, segundo o CPJ, sequer tiveram a chance de se defender na Justiça) e, por lá, a imprensa estatal é a única que tem a permissão para produzir notícias. Ainda assim, analisa o CPJ, os jornalistas que trabalham para estes veículos são constantemente pressionados a não publicarem qualquer conteúdo que possa ser visto como crítico ao partido que governa o país.
  • 3. 2º Coreia do Norte

    3 /10(KCNA/Reuters)

  • Apesar de a liberdade de imprensa ser uma garantia constitucional na Coreia do Norte , o acesso a veículos de notícias independentes é extremamente limitado no país. Praticamente tudo o que é divulgado em solo norte-coreano é produzido pela imprensa estatal, que tem como foco noticiar as atividades e comunicados do governo.
  • 4. 3º Arábia Saudita

    4 /10(Faisal Al Nasser/Reuters)

    Após a Primavera Árabe, uma onda de protestos que ocorreram no Oriente Médio nos idos de 2010, o governo do país vem sistematicamente aumentando as repressões legais contra a atividade jornalística, notou o CPJ. Em 2011, emendas realizadas na lei que controla a imprensa trouxeram severas punições para quem publicar qualquer tipo de matéria considerada “contrária à sharia”, as leis islâmicas. E, no ano passado, o governo passou a observar o conteúdo produzido e divulgado por seus cidadãos nas redes sociais para garantir que todos estejam seguindo os parâmetros determinados pelas autoridades do país.
  • 5. 4º Etiópia

    5 /10(John Lavall/Wikimedia Commons)

    Já em 2015, o CPJ notou um aumento das repressões contra os poucos jornalistas independentes do país através de uma série de prisões e a intimidação sistemática de empresas encarregadas pela impressão e distribuição de publicações de teor jornalístico. Ao todo, em 2014, 16 jornalistas foram presos no país e 16 se exilaram no exterior. O único provedor de internet em atividade no país é controlado pelo governo e jornalistas estrangeiros que trabalham na Etiópia são rigorosamente vigiados.
  • 6. 6º Vietnã

    6 /10(Wikimedia Commons)

    O governo não permite a existência de veículos de imprensa privados e há ainda uma lei que se propõe a regulamentar a mídia no Vietnã e que determina que todos os jornalistas em atividade devam trabalhar em prol dos interesses do partido. Atualmente, 16 jornalistas encontram-se presos no país.
  • 7. 8º China

    7 /10(tcly/Thinkstock)

    A China é o país que mais prende jornalistas, contudo, entre aqueles que mais tentam silenciar o trabalho destes profissionais, o país encontra-se na 8ª posição. Um documento secreto do governo, que vazou na internet após ter sido produzido, dispõe sobre as diretrizes para o combate à “visão ocidental sobre a imprensa” e pontua que o objetivo da mídia é o de apoiar o partido que governa o país.
  • 8. 9º Mianmar

    8 /10(Soe Than WIN/AFP/Getty Images)

    Há cerca de dois anos, analisa o CPJ, o país deixou de avaliar conteúdos antes que pudessem ser publicados. Contudo, mostra a entidade,  ianmar ainda mantém um rigoroso controle sobre os veículos de comunicação. No ano passado, por exemplo, entrou em vigor uma lei que torna ilegal qualquer notícia que possa ser considerada um insulto para a religião, que suscite distúrbios ou que possam ferir “a unidade étnica” do país.  Atualmente, cinco jornalistas que trabalhavam para um veículo independente cumprem pena de dez anos de cadeia e trabalho forçado por terem denunciado a existência de um departamento militar no país envolvido na produção de armas químicas.
  • 9. 10º Cuba

    9 /10(AFP/ Yamil Lage)

    Todo e qualquer veículo de informação em Cuba é controlado pelo governo. Além disso, apesar de a internet ter aberto portas para que jornalistas independentes produzam reportagens críticas, ainda existe o bloqueio ao conteúdo considerado impróprio. Alguns profissionais no país conseguem tornar o seu conteúdo acessível ao mundo, mas o CPJ lembra que, para a maioria dos cubanos, tais notícias ainda são inacessíveis por conta das restrições de acesso à internet.
  • 10. Agora veja quais países mais gastam na Defesa

    10 /10(U.S. Army/Flickr/CreativeCommons)

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