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Oi e Vivo divergem sobre a evolução do 4G no Brasil

O diretor de planejamento de rede da Vivo/Telefônica defende o 4G como tecnologia do futuro, mas destacou o 3G com ainda muito potencial pela frente

Luis Alveirinho, da Oi, acredita nas vantagens operacionais do LTE (WIKIMEDIA COMMONS)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2012 às 15h17.

São Paulo - Durante o ConvergeTec, seminário promovido pela Converge Comunicações, em São Paulo, a Oi novamente deu pistas de que deve apostar todas as suas fichas na quarta geração da telefonia móvel no Brasil.

O diretor de desenvolvimento e engenharia de rede da Oi, Luis Alveirinho, foi enfático em relação às qualidades da 4G. “Trata-se do primeiro standard mundial adotado simultaneamente em todos os países, o que não aconteceu no GSM, nem em 2G ou 3G. O LTE está sendo assumido como o verdadeiro padrão transversal a todas as indústrias mundiais”, diz.

Para ele, como se trata de uma tecnologia all IP e de alta capacidade de transmissão, o LTE propiciará um ambiente ideal para a convergência das redes e serviços em um sistema único de controle, a plataforma IMS. “O LTE é um salto tecnológico significativo e caminho inevitável da indústria e vem possibilitar às operadoras a resolução, a um custo eficiente, do problema de capacidade das redes móveis”.

Contraponto

Em contrapartida, o diretor de planejamento de rede da Vivo/Telefônica, Leonardo Capdeville, defendeu o 4G como tecnologia do futuro, mas destacou o 3G com ainda muito potencial pela frente. “O 3G ainda está na sua adolescência e deve se tornar a tecnologia dominante por volta de 2015 a 2016 no Brasil. Além disso, ainda não há aplicações que justifiquem o acesso móvel a 20 Mbps”, criticou, em clara menção de qual tecnologia merecerá a maior parte dos esforços da Vivo. “Temos um capital limitado de investimento para atender a necessidade regulatória e lidar com a necessidade de mercado, que é a massificação do 3G, e é aí onde estarão nossos usuários.


Os nossos clientes ficarão na rede 3G e cada vez mais na rede 3G. Ela não está em declínio, muito pelo contrário, está no seu auge”, acrescentou, revelando que a sobrevida do 3G no Brasil deve se estender ainda por muito tempo. “Estamos falando de uma janela de sete anos de convivência!”

Capdeville citou ainda outras barreiras de entrada para o LTE, como a baixa disponibilidade de smartphones compatíveis com o 4G e o alto custo desses terminais, e o desafio de cobertura na prestação do serviço em frequências altas (2,5 GHz), o que exigirá maiores investimentos por parte das operadoras, inclusive na cobertura indoor.

“Cerca de 70% do acesso à Internet móvel é feito em ambientes indoor e faixas menores, como o 700 MHz, são mais apropriadas a esse uso”. Sobre os smartphones, ele lembra que há apenas três modelos existentes hoje no mundo que seriam plenamente conmpatíveis com as redes brasileiras, em termos das frequências que o Brasil está planejando e do fall back (quando o celular sai da rede 4G e volta para a rede 3G).

"Infelizmente, aprendemos na marra, com a experiência do CDMA, que quem determina o ritmo de adoção das tecnologias e o sucesso dos padrões não são as operadoras, mas os terminais disponíveis".

Alveirinho, por outro lado, preferiu limitar sua apresentação às vantagens operacionais do LTE. “O custo de transporte nas redes LTE podem, em determinadas condições, ser de 4 a 6 vezes mais barato que nas redes 3G”, compara, alegando que falta de demanda não serve de pretexto para postergar o time-to-market do 4G.


“Quando inventamos o SMS, ficamos vários anos sem utilizá-lo. Foi a geração Y que passou a fazê-lo e estávamos preparados quando isso foi necessário. Talvez tenha que ser assim com o LTE no Brasil também”, prevê.

O executivo português da Oi, no entanto, destacou os desafios que devem ser enfrentados pelas teles em um ambiente multiplataforma. “É a primeira vez que teremos quatro redes sobrepostas: GSM, 3G, LTE e Wi-Fi. É preciso ter cuidado, senão haverá um problema sério de planejamento de redes, utilização de metro e micro células, aumento de sinalização nas redes Wi-Fi, handover do VoLTE, entre outros desafios”.

Além disso, “os desafios técnico-operacionais e o custo de implantação do LTE serão tanto maiores quanto menor for a utilização de frequências complementares”.

Alveirinho também revelou que a Oi faz trials de tecnologia LTE com cinco vendors. Os fornecedores são a Nokia Siemens, Huawei, Alcatel-Lucent, ZTE e Ericsson. “A Oi está testando o LTE no laboratório e em campo. Os resultados obtidos em campo apresentam algumas flutuações em relação aos valores teóricos, mas a Oi está preparada para a adoção dessa tecnologia”.

Citando sua experiência internacional, sobretudo na Europa, o executivo da Oi acredita que as operadoras locais atenderão as exigências da Anatel e o LTE estará tecnicamente disponível na Copa das Confederações do Brasil, em 2013. “A partir da autorização, é preciso de 6 a 9 meses para iniciar uma operação comercial de LTE”.


Perguntado se a estratégia da Oi seria a de passar diretamente suas redes para a quarta geração ou se optaria por uma evolução gradual para o 3G (onde a Oi está hoje em poucas cidades), indo para o HSPA+ e só depois para a 4G, Alveirinho disse que isso será objeto de uma divulgação das estratégias da operadora na próxima semana, mas lembrou que muito depende de como virão as regras colocadas pela Anatel.

Mas tanto Alveirinho quanto Capdeville foram enfáticos ao apontar como um dos grandes entraves para a adoção das tecnologias 4G no Brasil e o atendimento das coberturas previstas pela Anatel a questão das dificuldades de se vencer as legislações municipais específicas de implantação de sites e torres.

Alveirinho lembrou que em Portugal existe um acordo tácito entre operadoras e autoridades locais segundo o qual se um pedido de site não for questionado no prazo de 15 dias, a obra de implantação pode começar.

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São Paulo - Durante o ConvergeTec, seminário promovido pela Converge Comunicações, em São Paulo, a Oi novamente deu pistas de que deve apostar todas as suas fichas na quarta geração da telefonia móvel no Brasil.

O diretor de desenvolvimento e engenharia de rede da Oi, Luis Alveirinho, foi enfático em relação às qualidades da 4G. “Trata-se do primeiro standard mundial adotado simultaneamente em todos os países, o que não aconteceu no GSM, nem em 2G ou 3G. O LTE está sendo assumido como o verdadeiro padrão transversal a todas as indústrias mundiais”, diz.

Para ele, como se trata de uma tecnologia all IP e de alta capacidade de transmissão, o LTE propiciará um ambiente ideal para a convergência das redes e serviços em um sistema único de controle, a plataforma IMS. “O LTE é um salto tecnológico significativo e caminho inevitável da indústria e vem possibilitar às operadoras a resolução, a um custo eficiente, do problema de capacidade das redes móveis”.

Contraponto

Em contrapartida, o diretor de planejamento de rede da Vivo/Telefônica, Leonardo Capdeville, defendeu o 4G como tecnologia do futuro, mas destacou o 3G com ainda muito potencial pela frente. “O 3G ainda está na sua adolescência e deve se tornar a tecnologia dominante por volta de 2015 a 2016 no Brasil. Além disso, ainda não há aplicações que justifiquem o acesso móvel a 20 Mbps”, criticou, em clara menção de qual tecnologia merecerá a maior parte dos esforços da Vivo. “Temos um capital limitado de investimento para atender a necessidade regulatória e lidar com a necessidade de mercado, que é a massificação do 3G, e é aí onde estarão nossos usuários.


Os nossos clientes ficarão na rede 3G e cada vez mais na rede 3G. Ela não está em declínio, muito pelo contrário, está no seu auge”, acrescentou, revelando que a sobrevida do 3G no Brasil deve se estender ainda por muito tempo. “Estamos falando de uma janela de sete anos de convivência!”

Capdeville citou ainda outras barreiras de entrada para o LTE, como a baixa disponibilidade de smartphones compatíveis com o 4G e o alto custo desses terminais, e o desafio de cobertura na prestação do serviço em frequências altas (2,5 GHz), o que exigirá maiores investimentos por parte das operadoras, inclusive na cobertura indoor.

“Cerca de 70% do acesso à Internet móvel é feito em ambientes indoor e faixas menores, como o 700 MHz, são mais apropriadas a esse uso”. Sobre os smartphones, ele lembra que há apenas três modelos existentes hoje no mundo que seriam plenamente conmpatíveis com as redes brasileiras, em termos das frequências que o Brasil está planejando e do fall back (quando o celular sai da rede 4G e volta para a rede 3G).

"Infelizmente, aprendemos na marra, com a experiência do CDMA, que quem determina o ritmo de adoção das tecnologias e o sucesso dos padrões não são as operadoras, mas os terminais disponíveis".

Alveirinho, por outro lado, preferiu limitar sua apresentação às vantagens operacionais do LTE. “O custo de transporte nas redes LTE podem, em determinadas condições, ser de 4 a 6 vezes mais barato que nas redes 3G”, compara, alegando que falta de demanda não serve de pretexto para postergar o time-to-market do 4G.


“Quando inventamos o SMS, ficamos vários anos sem utilizá-lo. Foi a geração Y que passou a fazê-lo e estávamos preparados quando isso foi necessário. Talvez tenha que ser assim com o LTE no Brasil também”, prevê.

O executivo português da Oi, no entanto, destacou os desafios que devem ser enfrentados pelas teles em um ambiente multiplataforma. “É a primeira vez que teremos quatro redes sobrepostas: GSM, 3G, LTE e Wi-Fi. É preciso ter cuidado, senão haverá um problema sério de planejamento de redes, utilização de metro e micro células, aumento de sinalização nas redes Wi-Fi, handover do VoLTE, entre outros desafios”.

Além disso, “os desafios técnico-operacionais e o custo de implantação do LTE serão tanto maiores quanto menor for a utilização de frequências complementares”.

Alveirinho também revelou que a Oi faz trials de tecnologia LTE com cinco vendors. Os fornecedores são a Nokia Siemens, Huawei, Alcatel-Lucent, ZTE e Ericsson. “A Oi está testando o LTE no laboratório e em campo. Os resultados obtidos em campo apresentam algumas flutuações em relação aos valores teóricos, mas a Oi está preparada para a adoção dessa tecnologia”.

Citando sua experiência internacional, sobretudo na Europa, o executivo da Oi acredita que as operadoras locais atenderão as exigências da Anatel e o LTE estará tecnicamente disponível na Copa das Confederações do Brasil, em 2013. “A partir da autorização, é preciso de 6 a 9 meses para iniciar uma operação comercial de LTE”.


Perguntado se a estratégia da Oi seria a de passar diretamente suas redes para a quarta geração ou se optaria por uma evolução gradual para o 3G (onde a Oi está hoje em poucas cidades), indo para o HSPA+ e só depois para a 4G, Alveirinho disse que isso será objeto de uma divulgação das estratégias da operadora na próxima semana, mas lembrou que muito depende de como virão as regras colocadas pela Anatel.

Mas tanto Alveirinho quanto Capdeville foram enfáticos ao apontar como um dos grandes entraves para a adoção das tecnologias 4G no Brasil e o atendimento das coberturas previstas pela Anatel a questão das dificuldades de se vencer as legislações municipais específicas de implantação de sites e torres.

Alveirinho lembrou que em Portugal existe um acordo tácito entre operadoras e autoridades locais segundo o qual se um pedido de site não for questionado no prazo de 15 dias, a obra de implantação pode começar.

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