Tecnologia

OAB pede para Moraes rever multa de R$ 50 mil para usuários que driblarem suspensão do X

Ministro do STF suspendeu a rede social no Brasil

 (AFP/AFP Photo)

(AFP/AFP Photo)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 31 de agosto de 2024 às 18h23.

Tudo sobreTwitter
Saiba mais

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protocolou neste sábado uma petição em que solicita ao Supremo Tribunal Federal (STF) que reconsidere a decisão de multar os usuários que acessarem a rede social X. Por decisão da Corte, as atividades da rede estão suspensas e quem tentar burlar a proibição terá que pagar multa diária de R$ 50 mil.

"Em que pese a gravidade dos fatos narrados e a situação de reiterado descumprimento das ordens judiciais e da legislação brasileira, a aplicação da multa diária no valor de R$ 50.000,00 às pessoas naturais e jurídicas de forma ampla e generalizada representa grave afronta aos direitos fundamentais consagrados na Constituição Federal", escreve a OAB no documento.

A petição é assinada pelo presidente da OAB, Beto Simonetti, e mais 31 advogados.

Ainda que as operadoras tenham bloqueado o acesso ao X, ainda é possível driblar a proibição com o uso de uma rede VPN, que permite dar acesso a serviços bloqueados em uma região, já que é gerado um número aleatório de IP, que identifica o computador usado no acesso à internet.

Os dados são criptografados tornando a navegação mais segura e anônima, não rastreável. A sigla VPN significa Virtual Private Network, ou Rede Privada Virtual em tradução literal.

"A busca pela satisfação do interesse público com a punição daqueles que agem ao arrepio da lei não pode representar uma punição coletiva a toda sociedade brasileira, incluída de forma genérica e abstrata nos dispositivos condenatórios da decisão, sujeitando todo e qualquer cidadão brasileiro ao poder punitivo do Estado", disse a OAB.

A Ordem ainda declara que "caso não haja a reconsideração, é necessário o esclarecimento de como será garantido o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa, a todas as pessoas físicas e jurídicas do país, que usarem VPN ou outros mecanismos, para acessarem a plataforma X".

Além de determinar a suspensão da rede social no país e a multa para quem descumprir a decisão, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, havia inicialmente proibido que lojas virtuais, como as da Apple e do Google, retirassem os aplicativos de VPN.

Apesar disso, o ministro recuou da decisão e permitiu que os serviços de VPN continuem nas lojas online. Segundo Moraes, a decisão foi para evitar "eventuais transtornos desnecessários e reversíveis à terceiras empresas".

A suspensão do X
ocorre após a plataforma descumprir a ordem dada na quarta-feira pelo STF para indicar um representante legal no país no prazo de 24 horas.

Moraes determinou a suspensão imediata, completa e integral do funcionamento da rede social até que todas as ordens judiciais dadas por ele sejam cumpridas, as multas devidamente pagas e seja indicado, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional.

Segundo o ministro do Supremo, há um perigo iminente na instrumentalização do X por "grupos extremistas e milícias digitais nas redes sociais, com massiva divulgação de discursos nazistas, racistas, fascistas, de ódio, antidemocráticos, inclusive no período que antecede as eleições municipais de 2024".

Os supercomputadores mais poderosos da atualidade

Acompanhe tudo sobre:TwitterOABAlexandre de MoraesElon Musk

Mais de Tecnologia

A densidade de talentos define uma empresa de sucesso; as lições da VP da Sequoia Capital

Na Finlândia, o medo da guerra criou um cenário prospero para startups de defesa

Brasileiros criam startup para migrar tuítes antigos para o Bluesky

Google pode ter que vender Chrome para reduzir monopólio no mercado de buscas; entenda