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O mais "elétrico" salão do Automóvel

Modelos híbridos e elétricos começam a aparecer no Brasil e serão as estrelas da 30ª edição do Salão do Automóvel de São Paulo

Carro elétrico Nissan Leaf, uma das novidades que serão apresentadas no evento do mês que vem (Akio Kon/Bloomberg)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de outubro de 2018 às 16h41.

Última atualização em 7 de outubro de 2018 às 21h52.

São Paulo — Eles ainda têm participação nanica de 0,2% no mercado, com apenas 2.754 unidades vendidas de janeiro a setembro de um total de 1,78 milhão de automóveis. Modelos híbridos e elétricos , contudo, começam a aparecer nas ruas brasileiras e serão as estrelas da 30.ª edição do Salão do Automóvel de São Paulo, no próximo mês.

Mais de 20 automóveis de variadas marcas estão confirmados para a mostra, que ocorrerá entre os dias 8 e 18 de novembro no São Paulo Expo Exhibition. Alguns poderão ser dirigidos pelos visitantes em área reservada para testes, entre os quais o BMW i3 e o i8 e Renault Twizy e o Zoe. No primeiro dia do evento haverá uma carreata pela cidade com cerca de 30 carros movidos a eletricidade, promovida pela Abravei, associação de donos de veículos inovadores.

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Outra novidade do salão será um espaço para palestras sobre mobilidade, com temas voltados aos veículos eletrificados, conectados e autônomo. "Vai ser o salão mais elétrico de todos", afirma o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale.

Um empurrão ao mercado de híbridos (com um motor elétrico e um a combustão) e elétricos (100% a energia) será dado a partir do próximo mês, com a entrada em vigor da nova tabela do Imposto sobre Produtos Industrializados. O IPI para híbridos vai variar de 7% a 20% e, para elétricos, de 7% a 18%, dependendo da eficiência energética e do peso do carro. Hoje é de 25%.

A medida vai aumentar a oferta de modelos menos poluentes ou totalmente limpos no País, "mas ainda não é suficiente para promover uma massificação", ressalta Megale. A indústria defendia IPI de 7% para todos os veículos "verdes", mesma alíquota dos carros 1.0.

Ainda assim, quase todas as montadoras devem mostrar no salão modelos importados que já estão à venda ou que serão lançados até o próximo ano. A General Motors apresentará o Bolt, compacto 100% elétrico com autonomia de 400 quilômetros, e a Nissan o novo Leaf, ambos para início de vendas em 2019.

Dos 2.754 veículos "verdes" vendidos neste ano, apenas 158 são elétricos e os demais são híbridos. Em igual período de 2017 foram vendidos 2.352 veículos, sendo 111 elétricos e os outros híbridos.

Segundo Marcelo Cioffi, sócio da PwC do Brasil, no mundo todo a venda de modelos puramente elétricos ainda é pequena pois, além do custo elevado, é preciso infraestrutura para abastecimento. Já as vendas de híbridos crescem mais rapidamente e o mesmo deve ocorrer no Brasil, mas no longo prazo. "O Brasil ainda é um país onde a maior parte dos carros vendidos é de modelos de menor custo e os elétricos têm alto custo."

A BMW levará ao salão três híbridos plug in, o i3 e o i8 - com preços entre R$ 200 e R$ 800 mil -, e uma novidade ainda não revelada. "A estratégia global da empresa é pela eletrificação e até 2025 teremos 25 modelos e certamente alguns virão para o Brasil", afirma Gleide Souza, diretora da empresa.

A Toyota trará o inédito Prius Híbrido Flex, que usa etanol no lugar da gasolina para gerar eletricidade. O carro foi testado em percurso de São Paulo a Brasília e agora passa por adaptações. "Estamos avaliando a venda, mas primeiro será importado pois o mercado não tem volume que justifique a produção", diz Ricardo Bastos, diretor da companhia. O modelo na versão a gasolina custa R$ 125 mil. A Lexus, marca de luxo do grupo, vai mostrar o NX 300, que custa R$ 220 mil. A Audi terá quatro híbridos no estande (A6, A7, A8 e Q8), a Ford duas versões do Fusion (uma delas plug-in), a Kia três (Soul EV, Optima e Niro) e a Volkswagen o Golf GTE.

Marcas que não participam do salão também têm projetos para ampliar vendas. A Volvo oferece os híbridos plug-in XC90, XC60 e S90T8. A BYD vende os elétricos E5 e E6 e em 2019 trará o Song. A Tesla tem as versões S e X, que custam R$ 1 milhão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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