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Número de usuários de Internet supera os que nunca usaram

Segundo o levantamento, 49% dos entrevistados afirmaram que utilizam a Web, enquanto 45% disseram nunca ter usado

A frequência diária de uso também cresceu entre os brasileiros. Em 2008, 53% dos entrevistados acessavam a Internet todos os dias. Em 2012, essa taxa cresceu para 69% (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2013 às 17h11.

Pela primeira vez, o número de usuários brasileiros de Internet acima dos dez anos supera os que nunca utilizaram a rede, de acordo com a pesquisa TIC Domicílios, divulgada nesta quinta-feira, 20, pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), órgão ligado ao Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

Segundo o levantamento, 49% dos entrevistados afirmaram que utilizam a Web, enquanto 45% disseram nunca ter usado. A pesquisa foi feita em mais de 17 mil domicílios (base de 166,605 milhões de pessoas) no país entre outubro de 2012 e fevereiro de 2013.

A frequência diária de uso também cresceu entre os brasileiros. Em 2008, 53% dos entrevistados acessavam a Internet todos os dias. Em 2012, essa taxa cresceu para 69%. O acesso à conexão domiciliar de alta velocidade (acima de 2 Mbps) também cresceu nesse mesmo período: de 6% para 32%.

"A pesquisa mostra que as conexões de velocidade mais baixa estão caindo, os usuários estão trocando por acessos mais velozes", afirma o gerente do CETIC.br, Alexandre Barbosa, embora considere que as velocidades e o custo de acesso ainda sejam ineficazes.

Mesmo assim, o estudo mostra que há uma grande diferença na proporção de domicílios com acesso à Internet entre as áreas rural e urbana, com 10% e 44% respectivamente.

A diferença também é grande no uso da Internet entre indivíduos: nas áreas urbanas é maior (54%) do que na zona rural (18%). Segundo a pesquisa, proporcionalmente, há mais entrevistados na zona rural (77%) que nunca usaram a Internet. Em números absolutos, a zona urbana ainda tem mais pessoas que nunca usaram a rede: 56 milhões.

O CETIC.br afirma que o acesso às tecnologias na área rural tem ficado praticamente estável desde 2008, com 18%.

"Se for seguir a tendência dos últimos oito anos, (a penetração da Internet) nas áreas urbanas vai crescer com velocidades maiores, porque é a lógica de mercado das operadoras: elas investem mais em infraestrutura lá. Se nada for feito em definições e incentivos públicos, vamos ter dois países, um digital e outro não", afirma Barbosa. "Esperamos que essa parte possa ser minimizada, e tudo indica que as novas políticas poderão melhorar isso nos próximos dois anos."


As promessas de uma Internet rural também podem melhorar, com as obrigações do leilão do LTE que vão levar as empresas a investirem na conexão de banda larga móvel com a frequência de 450 MHz. "Acreditamos que, certamente, nas medições dos próximos anos, a gente começa a perceber algum efeito dessa ação", diz.

Aspectos sociais

A notícia positiva é que o acesso à Internet na região Nordeste cresceu seis pontos percentuais e atingiu penetração de 27%, embora só esteja à frente do Norte (21%). O Sudeste continua com a maior proporção de acessos (48%), seguido de perto pela região Sul (47%) e Centro-Oeste (39%). No ano passado, 40% dos domicílios brasileiros possuíam conexão à rede, enquanto em 2011 essa taxa era de 36%.

Alexandre Barbosa entende que o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) já causou um efeito nesses números. Segundo ele, o projeto favorece o crescimento no acesso, pois deixou o mercado mais competitivo, com preço de acesso mais baixo. Mas o executivo não avalia a distribuição pelas regiões do país. "Não temos condições de avaliar e isolar o efeito do PNBL, pois a gente mede apenas os domicílios. Mas a principal barreira é o custo, as pessoas dizem que não têm (acesso à Internet) porque não tem como pagar o acesso", explica.

Por sua vez, ainda que o CETIC.br afirme que continua popular entre as classes D e E, o acesso em lanhouses caiu oito pontos percentuais, chegando a 19% em 2012. Em geral, o local de acesso mais utilizado continua sendo o próprio domicílio do usuário: 74%, ainda que também considere dispositivos móveis, como computadores portáteis e aparelhos de telefonia celular.

Aliás, a pesquisa confirma a tendência do crescimento na mobilidade: entre os domicílios que têm computador, 50% têm um notebook/netbook, aumento de nove pontos percentuais em relação a 2011. A conexão de dados móveis, mas em locais fixos (modems USB e tablets), chegou a 21% em 2012.

Acesso móvel

A penetração de acesso à Internet pelo celular também cresceu, saindo de 18% no ano retrasado para 24% em 2012. Quando perguntados se usaram a conexão pelo dispositivo nos últimos três meses, todas as classes apresentaram percentuais acima de 50%, com a classe A chegando a 70% das pessoas. "A desoneração de smartphones certamente vai favorecer pessoas que não acessam a Internet agora para que possam ter a conexão. Isso fica claro porque vemos que o uso da rede pelo celular cresceu muito graças aos pacotes, inclusive para pré-pagos", explica o gerente do CETIC.br.

Entre os entrevistados das classes A e B, a proporção de indivíduos que usaram telefone celular nos últimos três meses foi de 98% e 94%, respectivamente. Nas classes C, D e E, essa proporção cai para 86% e 67%. Mesmo havendo tamanha diferença, Barbosa considera que a penetração tem um importante significado social. "A tecnologia de celular está chegando como a TV já chegou ao país", destaca.

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Pela primeira vez, o número de usuários brasileiros de Internet acima dos dez anos supera os que nunca utilizaram a rede, de acordo com a pesquisa TIC Domicílios, divulgada nesta quinta-feira, 20, pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), órgão ligado ao Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

Segundo o levantamento, 49% dos entrevistados afirmaram que utilizam a Web, enquanto 45% disseram nunca ter usado. A pesquisa foi feita em mais de 17 mil domicílios (base de 166,605 milhões de pessoas) no país entre outubro de 2012 e fevereiro de 2013.

A frequência diária de uso também cresceu entre os brasileiros. Em 2008, 53% dos entrevistados acessavam a Internet todos os dias. Em 2012, essa taxa cresceu para 69%. O acesso à conexão domiciliar de alta velocidade (acima de 2 Mbps) também cresceu nesse mesmo período: de 6% para 32%.

"A pesquisa mostra que as conexões de velocidade mais baixa estão caindo, os usuários estão trocando por acessos mais velozes", afirma o gerente do CETIC.br, Alexandre Barbosa, embora considere que as velocidades e o custo de acesso ainda sejam ineficazes.

Mesmo assim, o estudo mostra que há uma grande diferença na proporção de domicílios com acesso à Internet entre as áreas rural e urbana, com 10% e 44% respectivamente.

A diferença também é grande no uso da Internet entre indivíduos: nas áreas urbanas é maior (54%) do que na zona rural (18%). Segundo a pesquisa, proporcionalmente, há mais entrevistados na zona rural (77%) que nunca usaram a Internet. Em números absolutos, a zona urbana ainda tem mais pessoas que nunca usaram a rede: 56 milhões.

O CETIC.br afirma que o acesso às tecnologias na área rural tem ficado praticamente estável desde 2008, com 18%.

"Se for seguir a tendência dos últimos oito anos, (a penetração da Internet) nas áreas urbanas vai crescer com velocidades maiores, porque é a lógica de mercado das operadoras: elas investem mais em infraestrutura lá. Se nada for feito em definições e incentivos públicos, vamos ter dois países, um digital e outro não", afirma Barbosa. "Esperamos que essa parte possa ser minimizada, e tudo indica que as novas políticas poderão melhorar isso nos próximos dois anos."


As promessas de uma Internet rural também podem melhorar, com as obrigações do leilão do LTE que vão levar as empresas a investirem na conexão de banda larga móvel com a frequência de 450 MHz. "Acreditamos que, certamente, nas medições dos próximos anos, a gente começa a perceber algum efeito dessa ação", diz.

Aspectos sociais

A notícia positiva é que o acesso à Internet na região Nordeste cresceu seis pontos percentuais e atingiu penetração de 27%, embora só esteja à frente do Norte (21%). O Sudeste continua com a maior proporção de acessos (48%), seguido de perto pela região Sul (47%) e Centro-Oeste (39%). No ano passado, 40% dos domicílios brasileiros possuíam conexão à rede, enquanto em 2011 essa taxa era de 36%.

Alexandre Barbosa entende que o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) já causou um efeito nesses números. Segundo ele, o projeto favorece o crescimento no acesso, pois deixou o mercado mais competitivo, com preço de acesso mais baixo. Mas o executivo não avalia a distribuição pelas regiões do país. "Não temos condições de avaliar e isolar o efeito do PNBL, pois a gente mede apenas os domicílios. Mas a principal barreira é o custo, as pessoas dizem que não têm (acesso à Internet) porque não tem como pagar o acesso", explica.

Por sua vez, ainda que o CETIC.br afirme que continua popular entre as classes D e E, o acesso em lanhouses caiu oito pontos percentuais, chegando a 19% em 2012. Em geral, o local de acesso mais utilizado continua sendo o próprio domicílio do usuário: 74%, ainda que também considere dispositivos móveis, como computadores portáteis e aparelhos de telefonia celular.

Aliás, a pesquisa confirma a tendência do crescimento na mobilidade: entre os domicílios que têm computador, 50% têm um notebook/netbook, aumento de nove pontos percentuais em relação a 2011. A conexão de dados móveis, mas em locais fixos (modems USB e tablets), chegou a 21% em 2012.

Acesso móvel

A penetração de acesso à Internet pelo celular também cresceu, saindo de 18% no ano retrasado para 24% em 2012. Quando perguntados se usaram a conexão pelo dispositivo nos últimos três meses, todas as classes apresentaram percentuais acima de 50%, com a classe A chegando a 70% das pessoas. "A desoneração de smartphones certamente vai favorecer pessoas que não acessam a Internet agora para que possam ter a conexão. Isso fica claro porque vemos que o uso da rede pelo celular cresceu muito graças aos pacotes, inclusive para pré-pagos", explica o gerente do CETIC.br.

Entre os entrevistados das classes A e B, a proporção de indivíduos que usaram telefone celular nos últimos três meses foi de 98% e 94%, respectivamente. Nas classes C, D e E, essa proporção cai para 86% e 67%. Mesmo havendo tamanha diferença, Barbosa considera que a penetração tem um importante significado social. "A tecnologia de celular está chegando como a TV já chegou ao país", destaca.

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