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Novos documentos detalham espionagem dos EUA

Novos dados mostram que a NSA teria usado todos os métodos possíveis para acessar comunicações privadas na rede

NSA (Reuters)
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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2013 às 08h12.

Los Angeles - Os padrões de segurança na internet ficaram em evidência depois que na quinta-feira (5) foi publicado que a Agência Nacional de Inteligência (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos os corrompeu para torná-los vulneráveis a sua tecnologia a fim de facilitar a espionagem.

A informação foi revelada pelo jornal "The New York Times" e extraída dos mais de 50 mil documentos vazado por Edward Snowden, o ex-técnico da CIA que trabalhou para NSA e que atualmente está asilado na Rússia.

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Segundo esses dados, a NSA teria usado todos os métodos a seu alcance, desde a persuasão na colaboração forçada de empresas até o roubo de senhas de encriptação e alteração de software e hardware para ter acesso às comunicações privadas na rede dentro e fora dos EUA.

Codificações de proteção comuns em e-mails e compras na internet com a camada de conexão segura SSL, ou a rede segura VPN, seriam alvos da NSA, assim como as comunicações através dos serviços de Microsoft, Facebook, Yahoo! e Google.

A teoria que a NSA manipulou para seu benefício uma norma relacionada com encriptação adotada pela Organização Internacional para Padronização (ISO) já circulava entre os especialistas em criptografia há tempos, algo que parece ser confirmado agora pelo "The New York Times".

A ISO estabelece os parâmetros comuns para os intercâmbios entre 163 países, entre eles Estados Unidos e quase toda a América Latina.

Em seu site, o jornal nova-iorquino indicou que a NSA investe mais de US$ 250 milhões por ano em um programa chamado Sigint Enabling Project, destinado a influenciar no design de produtos comerciais para torná-los "exploráveis".

Este sistema já estaria presente nos microchips que codificam a informação de empresas e governos, seja graças à colaboração com os fabricantes de processadores ou pela pirataria por parte de agentes da NSA.

As artimanhas da NSA chegariam ao extremo de fazer com que uma empresa americana de computadores instalasse em seus aparelhos uma via de acesso oculta para que os espiões dos EUA pudessem entrar confortavelmente sem ser detectados nos novos computadores que venderia a um governo de outro país.

[quebra]

Outro método que teria sido usado pela NSA para incluir pontos fracos nos produtos que velam pela segurança na internet seria através de iniciativas como o Commercial Solutions Center, que, com a desculpa de melhorar a cibersegurança dos EUA, convida os desenvolvedores de tecnologia de encriptação a que lhes apresentem seu software.

No fundo, se trataria de uma cortina de fumaça para que os hackers da NSA pudessem moldar os sistemas a seu gosto.

A capacidade da NSA para piratear na internet e espionar os usuários seria compartilhada com a inteligência britânica, canadense, australiana e neozelandesa através de um programa secreto chamado Bullrun.

A NSA foi fundada em 1952 com a tarefa fundamental de decifrar códigos a fim de obter informação-chave para a segurança dos EUA.

Durante a presidência de Bill Clinton e perante o advento da internet, o governo dos EUA buscou a aprovação de uma medida conhecida como Clipper Chip, que garantia que a NSA sempre tivesse uma via legal para decifrar as comunicações na rede.

A Clipper Chip não prosperou por atentar contra o direito à intimidade e propriedade privada previsto na Constituição dos EUA e a Casa Branca desistiu de sua instalação em 1996, mas os documentos de Snowden indicariam que a NSA seguiu adiante de forma oculta.

Responsáveis do serviço de inteligência dos EUA pediram ao "The New York Times" e a "ProPublica", agência de notícias sem fins lucrativos com acesso a estes dados, que não publicassem esta informação porque poderia fazer com que "alvos estrangeiros" mudassem suas formas de codificar mensagens.

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