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Novo conceito de reator de fusão nuclear é apresentado nos EUA

A fusão produz pouquíssimos resíduos radioativos

Fusão Nuclear (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2015 às 08h49.

Um laboratório americano apresentou um novo conceito de reator de fusão nuclear, oito vezes menor do que o reator ITER, atualmente em construção, com a mesma potência e com um quarto de seu custo.

A fusão nuclear, ou a união dos núcleos leves que produzem um núcleo mais pesado, liberando uma quantidade imensa de energia, representa o santo graal da produção de energia.

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Contrariamente à fissão nuclear, utilizada atualmente nas usinas nucleares, que implica na ruptura do núcleo de um átomo, a fusão produz muito poucos resíduos radioativos.

Mas a reação da fusão por enquanto não é explorável comercialmente, já que é necessário usar mais energia para acioná-la do que ela produz.

O principal obstáculo tecnológico atual é a energia necessária para conter o plasma - mistura de núcleos positivos e elétrons a alta temperatura, que tem a capacidade de conduzir eletricidade - em um volume restrito com a ajuda de campos magnéticos muito poderosos.

Por enquanto, o único reator experimental de fusão nuclear de dimensão industrial em construção é o projeto internacional ITER, no sudeste da França. A construção começou em 2007, com conclusão prevista para 2020 e deverá produzir dez vezes mais energia do que consome.

A eficácia do reator imaginado pelo prestigiado instituto de tecnologia de Massachussetts (MIT), da Universidade de Harvard, batizado ARC e que poderá ser construído por 5 bilhões de dólares, segundo o próprio MIT, provém de novos materiais supracondutores de alta temperatura capazes de prover um campo magnético mais potente.

O resto do reator ARC se assemelha ao ITER, que utiliza, contudo, imãs supracondutores a baixa temperatura.

O projeto - inteiramente teórico - começou em um curso de desenho do reator de fusão, ministrado pelo professor Dennis Whyte, e foi logo retomado por estudantes em suas teses, dando origem a um artigo publicado na revista Fusion Engineering and Desing, em meados de julho.

Ao contrário do ITER, o reator do MIT seria desmontável, o que permitiria experimentar mais facilmente distintas configurações.

Segundo Dennnis Whyte, coautor do artigo, já não é possível modificar o ITER para incluir novos materiais, porque sua construção está muito avançada.

O reator ARC poderá ser construído em cinco anos, segundo Whyte, que se baseia no tempo de construção de reatores experimentais de tamanho equivalente no mundo todo.

Mas por enquanto, o professor afirma que as bobinas supracondutoras de alta temperatura do ARC "ainda não foram testadas" fora do laboratório.

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