Tecnologia

Após pressão interna e externa, CEO da Mozilla deixa cargo

Brendan Eich assumiu o cargo na semana passada; funcionários e outras companhias haviam demonstrado descontentamento por apoio do CEO a lei anti casamento gay

mozilla (Reprodução)

mozilla (Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2014 às 17h22.

Brendan Eich, CEO recém-assumido da Mozilla, anunciou nesta quinta-feira que deixará o cargo. A notícia após uma semana de protestos vindos de dentro e de fora da empresa, feitos por funcionários e outras companhias incomodados com o posicionamento favorável do executivo em relação a uma lei norte-americana contrária ao casamento gay. 

A notícia veio do Re/code, e foi confirmada pouco depois pela Mozilla no blog da fundação, em um texto escrito pela executiva e ex-CEO Mitchell Baker. A decisão, segundo a postagem, foi tomada pelo próprio Eich, que a fez pela companhia e pela comunidade ao redor dela. Mitchell ainda se desculpou pela demora na tomada de uma atitude, dizendo que "nós não nos movemos rápido o suficiente para nos compremetermos com as pessoas assim que a polêmica começou".

O agora antigo CEO fora posto no cargo no começo da última semana, e apesar de ter um passado respeitável – foi um dos responsáveis pelo JavaScript, por exemplo –, acabou marcado pelo apoio que deu à Propostion 8. A lei, que chegou a ser votada na Califórnia, proibia de vez o casamento gay no estado, e Eich chegou inclusive a fazer doações ao projeto e a políticos envolvidos.

Mesmo sofrendo pressão durante toda a última semana, o executivo negou, em entrevistas, que deixaria o cargo. Ao The Guardian, afirmou que achava sua visão pessoal irrelevante para a fundação – tanto que conseguira deixá-la de fora durante seus últimos 15 anos de empresa.

Os protestos pedindo sua saída foram iniciados por funcionários da própria Mozilla, incomodados com a ideia de um CEO que não apoiaria a diversidade tão pregada pela empresa. Um "tuitaço" foi iniciado por Chris McAvoy, atraindo a atenção de outros nomes importantes de dentro. Segundo o Wall Street Journal, três membros do quadro de diretores também chegaram a renunciar em protesto.

Outras companhias ainda deixaram de apoiar a Mozilla, como foi o caso da desenvolvedora Rarebit, que removeu seus apps do Firefox Marketplace. O maior golpe, no entanto, veio do site de relacionamentos OKCupid, que criou uma página especialmente para quem acessava o endereço usando o Firefox. Nela, toda a história de Eich e seu apoio à contrversa lei era explicada.

Em relação a um novo CEO para o lugar de Brendan Eich, nenhum nome foi mencionado no post da Mozilla. O texto afirma apenas que o próximo passo está sendo discutido, e que a fundação deverá ser mais aberta na decisão. Mais informações serão divulgadas na próxima semana.

Acompanhe tudo sobre:INFOInternet

Mais de Tecnologia

Xiaomi Redmi Note 12S: quanto vale a pena pagar na Black Friday?

Como melhorar o sinal Wi-Fi em casa?

China lança programa para proteger pessoas e empresas dos algoritmos 'injustos'

Huawei lança smartphone com sistema operacional próprio em resposta às sanções dos EUA