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No Brasil, 43% dos domicílios são conectados

A proporção de domicílios conectados subiu 3% entre 2012 e 2013, chegando a 43% da população, ou 27,2 milhões de residências


	Computador: classes A e B ficaram estáveis, com 98% e 80% de domicílios conectados
 (GettyImages)

Computador: classes A e B ficaram estáveis, com 98% e 80% de domicílios conectados (GettyImages)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2014 às 20h30.

São Paulo - O acesso à internet fixa aumentou no Brasil, mas a disparidade de classes sociais e entre áreas urbanas e rurais continua grande, de acordo com a nona pesquisa TIC Domicílios 2013 divulgada nesta quinta, 26, e realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação sob os auspícios da Unesco (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

Tanto no acesso em residências quanto de usuários de internet, fica claro que o total no país aumentou, mas ainda há muita gente offline, especialmente nas áreas rurais e entre os mais velhos.

A proporção de domicílios conectados subiu 3% entre 2012 e 2013, chegando a 43% da população, ou 27,2 milhões de residências.

No entanto, enquanto as classes A e B se mantiveram estáveis (98% e 80%, respectivamente), a classe C subiu 3% e totalizou 39% no ano passado.

As classes D e E cresceram 2%, mas ainda possuem apenas 8% dos domicílios conectados.

Isso fica mais evidenciado ao se olhar com mais detalhes: segundo a entidade, 24,2 milhões dos domicílios com renda de até dois salários mínimos não têm acesso à internet.

No recorte por área, 48% dos domicílios urbanos possuem acesso à internet, crescimento de 4%. Apesar de ainda estar abaixo, com 15% de penetração, a área rural registrou aumento de 50% (ou 5%) na comparação anual. Ainda assim, 7,5 milhões de domicílios rurais não possuem acesso.

O Cetic.br destaca que a região Sudeste é onde há mais residências conectadas (14,1 milhões), mas também é a que possui mais desconectadas (13,3 milhões).

Ainda assim, a disparidade continua a se apresentar de forma muito maior na região Nordeste, onde 4,9 milhões de domicílios possuem internet e 11,5 milhões não contam com o acesso.

O coordenador da pesquisa do Cetic.br, Winston Oyadomari, diz que o motivo maior da falta de acesso em áreas rurais e na região Norte (onde 1,2 milhão de domicílios são conectados e 3,4 milhões estão offline) é o desinteresse das empresas.

"O motivo nas áreas rurais é pela falta de disponibilidade de serviço", declara.

O gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa, é mais contundente: "Estes são dados ricos e fundamentais também para o setor privado, que quer investir, prover serviços. Mas quando a maior barreira é o custo, isso é uma mensagem muito clara de que o brasileiro não tem como pagar".

Barbosa ressalta ainda que o Brasil já não tem mais o fenômeno de acessos em lan houses, mas chama a atenção para a falta de incentivo para o acesso em escolas, citando a pesquisa TIC Educação.

"Embora políticas de fomento à informática nas escolas tenham tido sucesso grande, porque a maior parte das escolas públicas e privadas tem computador nos laboratórios, apenas 20% das crianças mencionam usar computador nas escolas", relata.

Velocidades

Um dado não muito comentado nos acessos fixos foi o da velocidade da conexão.

De acordo com a entidade, não houve grandes mudanças em relação a 2012, além de haver uma dificuldade operacional: 23% dos entrevistados não souberam responder.

"É uma dificuldade não apenas de brasileiros, é uma coleta de dados difícil em todos os países, é difícil obter precisão", explica Barbosa.

De qualquer forma, a pesquisa aponta que 11% dos que possuem acesso têm velocidade de 256 kbps, 30% tem até 2 Mbps e 20% possuem conexões acima de 8 Mbps.

"Importante é a tendência de queda das velocidades mais baixas e aumento das mais altas".

Individual

Pela primeira vez, mais da metade (51%) da população é considerada usuária de internet pelo Cetic.br, ou 85,9 milhões de brasileiros; um crescimento de 2% em relação a 2012.

Da mesma forma como nos dados sobre domicílios, a disparidade social continua: as classes A (97%) e B (78%) apresentam índices altos, enquanto a classe C têm ainda 49% (crescimento de 2%) de usuários de internet e as classes D/E têm 17% (crescimento de 3%).

A entidade ressalta que 49,9 milhões de pessoas com renda familiar de até dois salários mínimos não são usuárias de internet.

A pesquisa mostra também uma desigualdade em relação à faixa etária: 45,1 milhões de pessoas de 45 anos ou mais não são usuárias de internet. A maioria dos usuários conectados (22,8 milhões) é composta de jovens de 16 a 24 anos.

Metodologia

A pesquisa TIC Domicílios coletou dados entre setembro de 2013 e fevereiro de 2014 em uma amostra de 16.887 pessoas em 350 municípios brasileiros e com indivíduos acima dos 10 anos de idade.

As entrevistas foram presenciais e realizadas a partir de um questionário estruturado pelo Cetic.br.

Para a entidade, usuário de internet é quem acessou pelo menos uma vez nos últimos três meses anteriores à pesquisa. A pesquisa completa pode ser acessada clicando neste link.

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